Pedro Ferreira
Antes mesmo de ser conclu�da, a ciclovia da orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, j� � alvo de vandalismo. Os delimitadores de concreto est�o sendo destru�dos e alguns est�o dissolvidos pela chuva, devido � pouca quantidade de cimento usado na fabrica��o. V�rios est�o quebrados na altura do n�mero 17.150 da Avenida Otac�lio Negr�o de Lima. Ciclistas reclamam que, pr�ximo � Igreja de S�o Francisco, a ciclovia passa dentro de um ponto de �nibus e h� risco de atropelar as pessoas.
Os estudantes de engenharia Glauber Vale, de 22 anos, e Lauro Queir�z, de 21, sa�ram do Bairro Carlos Prates, Regi�o Noroeste, para pedalar na Pampulha. “O cimento que eles usaram para fazer os tach�es � de p�ssima qualidade e as pessoas quebram. Na Savassi, os tach�es tamb�m est�o sendo destru�dos para estacionar carros na ciclovia”, disse Glauber. Lauro reclama que a ciclovia da Pampulha � muito estreita e h� risco de uma bicicleta esbarrar em outra que trafega no sentido contr�rio. “Muito ciclista acaba batendo no outro”, disse.
A funcion�ria p�blica Mar�lia Lima, de 49, moradora do Bairro Lourdes, Regi�o Centro-Sul, alugou uma bicicleta dupla ontem para ela e o filho �rick, de 9. “Uma pena esse vandalismo. � um espa�o de seguran�a constru�do para o ciclista e eles v�m e quebram. � dinheiro jogado fora”, lamenta. Mar�lia foi com um grupo de amigos pedalar na orla da lagoa. Segundo ela, h� trechos desertos, com risco de assalto. “Agora, o que est� faltando � seguran�a no tr�nsito”, disse.
O mec�nico Leandro Ribeiro Lima, de 25, acha perigoso passar com bicicleta dentro dos pontos de �nibus. “A gente tem que tomar muito cuidado para n�o atropelar as pessoas. Onde n�o tem delimitadores, os carros invadem a ciclovia e s� faltam atropelar a gente tamb�m”, reclama.
A BHTrans informou que a ciclovia est� sendo constru�da por uma empreiteira contratada. Como a obra ainda n�o foi conclu�da, a empresa vai ter que substituir os prismas de concreto estragados. “Um supervisor da execu��o do projeto Pedala BH esteve no local e constatou que alguns delimitadores est�o quebrados. Em outras ciclovias, os danos s�o causados principalmente por carros”, informou a BHTrans.
Ainda de acordo com a empresa de tr�nsito, um grupo que treina ciclismo de velocidade na Pampulha � contr�rio � instala��o dos tach�es de cimento. Eles n�o podem correr com outras bicicletas na ciclovia, segundo a BHTrans, mas a barreira de seguran�a ser� mantida.
At� o fim do ano, BH ter� 75 quil�metros de ciclovias, segundo a BHTrans. At� 2020, o plano � ter 380 quil�metros de pistas exclusivas para bikes. Com muitas subidas e descidas �ngremes, devido ao relevo da cidade, o Projeto Pedala BH privilegia trechos planos ou com inclina��o m�xima de 10%.
Ciclistas reclamam ainda da falta de liga��o entre as ciclovias. Quem anda de bicicleta precisa passar por trechos sem faixas exclusivas. A BHTrans informou que a l�gica de implanta��o est� sendo revista e que todas as rotas ser�o interligadas.
Alguns trechos das ciclovias foram implantados com largura inferior ao padr�o m�ximo de seguran�a, de 1,5 metro, al�m de haver trechos em que a faixa exclusiva est� entre o estacionamento e a pista de rolamento. Os usu�rios se ressentem da falta de educa��o no tr�nsito e da falta de entendimento de motoristas que a bicicleta tamb�m � um meio de transporte e deve ter seu espa�o. Al�m disso, alertam que falta rigor no cumprimento das regras de tr�nsito para proteger o ciclista e as ciclovias. A BHTrans informou que as cr�ticas est�o sendo levadas a reuni�es peri�dicas com representantes de ciclistas.