O perigo est� em cada curva para mais de 8 mil pacientes que diariamente percorrem as estradas de Minas em busca de tratamento m�dico especializado em outros munic�pios. Os pacientes enfrentam todo tipo de risco e, nessa busca por sa�de, muitos acabam perdendo a vida na rodovia. Somente este ano, pelo menos 25 doentes morreram e mais de 40 ficaram feridos, segundo levantamento do Estado de Minas com base em acidentes, uma vez que n�o existe estat�stica espec�fica sobre desastres com ve�culos que transportam doentes.
Desde 2005, o governo de Minas j� distribuiu 626 micro-�nibus para 48 cons�rcios municipais de sa�de, sem contar as ambul�ncias, vans e carros das prefeituras que levam doentes para outras cidades, o que aumenta o n�mero de pessoas expostas ao perigo. No ano passado, apenas os micro-�nibus dos cons�rcios deram mais de 110 mil viagens.
Alguns pacientes chegam a viajar mais de 800 quil�metros em um �nico dia para tratamento, saem de casa geralmente no in�cio da madrugada e retornam no fim da noite. Outros fazem o percurso at� cinco vezes por semana, sobretudo em tratamento de quimioterapia. O maior medo deles � de n�o voltar vivos para casa, pois a imprud�ncia de motoristas, as p�ssimas condi��es das estradas, o cansa�o e a pressa dos pr�prios condutores das vans s�o as principais causas dos acidentes.
Ele observa que ve�culos que transportam pacientes andam em alta velocidade para que as pessoas cheguem mais r�pido ao destino. “Nas �reas urbanas, a ambul�ncia que liga a sirene para se deslocar com mais rapidez � uma coisa, pois h� congestionamentos, ve�culos a 10km/h e ela precisa abrir passagem. Outra coisa � numa estrada que n�o est� preparada para o desenvolveimento de altas velocidades. H� pacientes com consulta �s 7h, mas isso n�o justifica que uma ambul�ncia ou van saia a 120km/h nas estradas, onde a fiscaliza��o certamente faz vista grossa. O risco de acidentes passa a ser muito grande”, alerta o professor.
CORRERIA Diariamente, s�o 4,4 mil pessoas que chegam a Belo Horizonte em busca de tratamento m�dico. Segundo a Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA), a capital � polo de refer�ncia estadual para cerca de 700 munic�pios em procedimentos de m�dia complexidade e para todos os 853 munic�pios para a alta complexidade.
A Rede SUS-BH faz em m�dia 11,2 mil consultas e exames especializados por dia. Desse total, 40% s�o procedimentos em pacientes de outros munic�pios. A SMSA faz 10 mil interna��es de pacientes por m�s, dos quais 43% de pessoas do interior. Dos 2,2 mil pacientes que fazem hemodi�lise mensalmente em BH, 32% s�o de outras cidades. Al�m disso, a capital faz uma m�dia de 3,5 mil cirurgias eletivas mensais, das quais 40% s�o em pessoas de fora.