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Estado de Minas

Motoristas de caminh�o e �nibus ter�o que fazer teste que detecta uso de drogas

Resolu��o do Contran foi publicada ontem no Di�rio Oficial da Uni�o


28/11/2013 06:00 - atualizado 28/11/2013 09:31

Para especialistas, medida ainda é insuficiente para reduzir número de acidentes causados nas estradas(foto: Renato Weil/EM/D.A Press)
Para especialistas, medida ainda � insuficiente para reduzir n�mero de acidentes causados nas estradas (foto: Renato Weil/EM/D.A Press)

Motoristas de caminh�o, carreta, �nibus e van ter�o de fazer exames que detectam o uso de drogas, segundo resolu��o do Conselho Nacional de Tr�nsito (Contran) publicada ontem no Di�rio Oficial da Uni�o. Obrigat�rios para quem quiser tirar ou renovar a carteira de habilita��o para as categorias C, D e E, os testes dever�o identificar o uso de subst�ncias nos 90 dias anteriores, a exemplo de coca�na, maconha, hero�na, ecstasy e anfetamina. Empresas e sindicatos mineiros aprovam a medida, mas especialistas a consideram insuficiente e pedem mais rigor na fiscaliza��o.

“Os colegas compram nas beiradas de posto mesmo. Sempre aparece algu�m vendendo nessas paradas na estrada. Quem costuma vender � gente da regi�o. � mais rebite, coca�na. O pessoal toma para n�o dormir”, conta um caminhoneiro de 30 anos, que pediu para n�o ser identificado, empregado de uma metal�rgica em Congonhas, na Regi�o Central. Ele diz que nunca usou estimulante para trabalhar, mas percebe que o consumo � bastante comum. “A cada 10 colegas, quatro tomam. � mais motorista aut�nomo, que roda dia e noite para fazer mais viagens e faturar mais”, aponta.

Para tentar n�o se render ao cansa�o, muitos caminhoneiros tamb�m recorrem ao “ligad�o”, um l�quido vendido a R$ 8 ou R$ 10 em pequena ampola, segundo o motorista de Congonhas. “O cara vai tomando quando bate o sono”, diz. Ele conta que um primo precisou ficar afastado do trabalho por um m�s, por causa de problemas de sa�de decorrentes do uso de rebite. “Ele estava fazendo muita viagem longa, para o Par�, o Sul de Minas. Tomava direto. Um dia ele parou num posto e come�ou a passar mal. Teve uma crise, ficou uns dias meio abobado”, disse.

ACIDENTES

 

Al�m de complica��es � sa�de, o uso de drogas como essas aumenta o risco de acidentes. “As principais ocorr�ncias de acidente envolvendo ve�culos grandes ocorrem � noite e com condutores suspeitos de terem feito uso de subst�ncias psicoativas”, informa o Contran, em nota. O exame toxicol�gico a ser exigido, classificado como “de larga janela de detec��o”, far� a coleta de amostras de cabelos, pelos ou unhas. Com um custo de R$ 270 a R$ 290, segundo o Contran, o teste ter� de ser feito em cl�nica homologada pelo Departamento Nacional de Tr�nsito (Denatran) e credenciada pelo Detran estadual.

Depois, o laudo do exame ser� analisado por um m�dico. Se for constatado o uso de drogas, o candidato poder� fazer novo teste em at� 90 dias ap�s o primeiro e s� poder� retirar ou renovar a habilita��o se o resultado der negativo. Em sua avalia��o, o m�dico dever� considerar a possibilidade de o motorista fazer o uso de medicamento prescrito que possua em sua composi��o alguma das subst�ncias vetadas pela resolu��o. “Este � mais um passo para reduzir o n�mero de v�timas no tr�nsito. S�o subst�ncias que comprometem a seguran�a do motorista e dos passageiros. O motorista perde a capacidade de condu��o do ve�culo”, explicou ontem o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro.

O presidente da Federa��o das Empresas de Transporte de Passageiros de Minas Gerais (Fetram), Waldemar Ara�jo, aprova a nova exig�ncia, apesar de julgar o pre�o do exame caro para os condutores. “Ela tende a reduzir o n�mero de acidentes e sua gravidade. As estat�sticas mostram que ve�culos pesados se envolvem em mais acidentes. Temos visto condutores sem a m�nima condi��o de trafegar”, afirma.

A opini�o � refor�ada pelo assessor jur�dico do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de Minas (Setcemg), Jeferson Costa de Oliveira. “Os acidentes envolvem mais os aut�nomos, que dirigem 16 ou 18 horas seguidas. Para aguentar esse tipo de jornada, acabam tomando rebite. Os exames v�o verificar se os motoristas est�o trabalhando em condi��es saud�veis”, analisa.

SAIBA MAIS: Rigor na fiscaliza��o
O engenheiro de transportes Nilson Tadeu Nunes, professor da UFMG, considera a resolu��o “cert�ssima”, mas aponta que as pol�cias rodovi�rias precisam intensificar a fiscaliza��o. “Muitos acidentes s�o causados por carreteiros que dizem ter perdido a dire��o, muitas vezes um eufemismo para dizer que estavam dormindo ou ingeriram alguma droga. Usam estimulantes e, de repente, se rendem ao cansa�o”, explica. “Nos pontos de descanso, onde a venda de drogas � uma farra, a pol�cia tem de fazer mais batidas”, acrescenta. Colega de Nunes na UFMG, o engenheiro de transportes Ronaldo Guimar�es Gouv�a avalia que a exig�ncia deveria ser feita a todos os motoristas. Para ele, o exame n�o deveria ser realizado apenas no momento em que se tira ou renova a habilita��o.


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