Valquiria Lopes

A PBH tamb�m anuncia a inten��o de levar artes�os – hoje protegidos pela Justi�a para expor na rua – para locais espec�ficos, como feiras de artesanato. “A medida ajudaria a punir mais severamente camel�s que se disfar�am de artistas de rua para expor produtos industrializados”, garante o secret�rio de Servi�os Urbanos, Daniel Nepomuceno. Mas constru��o de banheiros p�blicos e programa amplo de recupera��o de vias est�o fora da lista de a��es. O recapeamento, segundo a Assessoria de Obras e Infraestrutura, ocorre de acordo com as demandas da regional.
Analisadas por moradores e comerciantes do Centro, as medidas s�o vistas como insuficientes. Presidente do Conselho de Seguran�a P�blica do Hipercentro, Lincoln Pereira do Nascimento diz temer que qualquer mudan�a seja mera maquiagem. “N�o s� tenho esse receio como luto para que ele n�o se concretize, porque o Centro vem enfrentando nos �ltimos anos um grande processo de degrada��o. As cal�adas est�o tomadas por moradores de rua, camel�s, todo tipo de publicidade irregular, al�m de muitos outros problemas, e a prefeitura n�o tem dado conta de lidar com tudo isso” , diz, afirmando n�o ter muita esperan�a de que algo v� mudar.
O representante cobra um olhar mais atento da administra��o municipal para o Hipercentro, que passe pela cria��o de servi�os e estruturas permanentes. “N�o adianta fiscalizar somente quando h� den�ncias ou n�o acompanhar um morador de rua ap�s a abordagem, por exemplo. Em alguns casos, o servi�o at� existe, mas est� mal estruturado”, critica. Para Lincoln, o Hipercentro de BH teria tudo para deixar uma excelente impress�o nos turistas, pela beleza dos pr�dios e do tra�ado do arquiteto Aar�o Reis, que projetou a capital nos limites da Avenida do Contorno. “D� a impress�o de que n�o estamos tendo de volta, em termos de cidadania e de servi�os p�blicos, tudo aquilo que as pessoas investiram como cidad�os. E isso causa uma inquieta��o muito grande em n�s”, afirma.
A Associa��o Brasileira da Ind�stria de Hot�is tamb�m espera uma mudan�a maior para o Centro da cidade e, de acordo com a presidente da entidade, Patr�cia Azeredo Coutinho, conversas v�m sendo mantidas com a prefeitura com essa finalidade. “A iniciativa privada se preparou at� demais, com a constru��o de hot�is, mas n�o percebeu a contrapartida do poder p�blico em rela��o a limpeza urbana, seguran�a ou fiscaliza��o”, critica Patr�cia. A entidade tem brigado pela melhoria no cumprimento das regras de estacionamento pr�ximo aos hot�is e para dar mais visibilidade �s placas dos estabelecimentos, para competir com a polui��o visual.
� frente de grande parte dos desafios que a prefeitura ainda tem na Regi�o Central, o secret�rio Daniel Nepomuceno garante que o poder p�blico est� atento aos casos de descumprimento do C�digo de Posturas e outras irregularidades. Apesar de n�o haver previs�o de abertura de concursos at� a Copa para contrata��o de fiscais, ele garante que haver� maior empenho da fiscaliza��o no Centro e, principalmente, em �reas de grande movimento, como est�dio e locais de eventos. Informou ainda que a prefeitura j� pune pessoas que insistem em sujar a cidade com distribui��o de panfletos e que pregam faixas e cartazes em vias p�blicas. Sobre moradores de rua, Nepomuceno afirma que o censo para contagem e identifica��o dessa popula��o ser� um passo importante para lidar com o desafio.