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Estado de Minas

D� tempo de p�r ordem no Hipercentro de BH para a Copa?

Esperando milhares de turistas para a Copa, BH est� com a `sala de visitas` revirada: diante de um Centro com cal�adas esburacadas, da falta de fiscais e excesso de camel�s e moradores de rua, comerciantes duvidam da capacidade da capital de virar o jogo a tempo


postado em 02/12/2013 06:00 / atualizado em 02/12/2013 07:07

Unindo as condições de símbolo de BH e da degradação provocada por pichadores na área central, arcos do Viaduto de Santa Tereza são retrato da poluição visual(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press.)
Unindo as condi��es de s�mbolo de BH e da degrada��o provocada por pichadores na �rea central, arcos do Viaduto de Santa Tereza s�o retrato da polui��o visual (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press.)

Se uma cidade pode ser considerada a casa de seus habitantes, uma de suas �reas mais nobres, o Centro, funciona como uma sala de visitas. Mas ser anfitri�o n�o � tarefa f�cil, principalmente quando a casa n�o est� em ordem. Prestes a receber cerca de 150 mil turistas estrangeiros e outros 230 mil brasileiros para a Copa do Mundo 2014, em junho, Belo Horizonte est� com a sala de estar revirada, com desafios que mancham a imagem de uma sede de Mundial. � o que pensam empres�rios, moradores ou mesmo quem passa pela regi�o, que hoje exibe cal�adas esburacadas, picha��o por todos os lados, publicidade irregular, falta de banheiros p�blicos, excesso de camel�s e uma popula��o imensa de moradores de rua. Vai dar tempo de colocar tudo em ordem? Cidad�os e entidades ligadas ao com�rcio acreditam que esse � um jogo perdido.


A rede hoteleira, que conta com 42 estabelecimentos no Hipercentro e tem apostado em novos empreendimentos, mostra des�nimo diante de tantos obst�culos. Para o presidente da Federa��o dos Hot�is, Restaurantes e Bares de Minas Gerais (Fhoremg), Paulo Pedrosa, a situa��o � cr�tica. “Precisamos de um choque de ordem, de muitas mudan�as. Mas n�o adianta pensar que com t�o pouco tempo para a Copa ser� poss�vel resolver tudo”, avalia. Com experi�ncia de 40 anos trabalhando na �rea central, ele diz que a regi�o est� perigosa. “Quem tem coragem de andar por algumas ruas do hipercentro ap�s as 20h?”, desafia. Pedrosa critica o aspecto visual da cidade, que, para ele, est� suja, confusa e sem fiscaliza��o suficiente para quest�es como engenhos de publicidade e tr�nsito. “A maioria dos pr�dios tem picha��o; as cal�adas est�o repletas de buracos e moradores de rua; nas portas dos hot�is, os espa�os para estacionamento n�o s�o respeitados”, enumera.

Acreditando n�o haver tempo h�bil para mudar a imagem da cidade, a entidade optou por alertar os visitantes para as armadilhas espalhadas pelas ruas da regi�o central. O representante do setor hoteleiro adianta que a federa��o vai produzir cartilhas que ser�o distribu�das a partir de mar�o aos visitantes. O material, em portugu�s, ingl�s e espanhol, trar� informa��es tur�sticas para os h�spedes, mas sobretudo dicas sobre como se locomover pela cidade. “Vamos aconselh�-los de que n�o � prudente sair a p� � noite e dar dicas sobre como evitar serem lesados.”
 
Basta uma volta por essa fren�tica regi�o para descobrir a raz�o de tantas recomenda��es. A equipe do Estado de Minas percorreu ruas e avenidas do Centro para constatar que cen�rio seria encontrado pelos turistas, caso o Mundial come�asse hoje. No cora��o da cidade, a Pra�a Sete, por onde passam diariamente cerca de 400 mil pessoas, os problemas se acumulam. � nas imedia��es dela que est�o aglomerados camel�s disfar�ados de artes�os, ocupando o espa�o p�blico com artigos industrializados. Moradores de rua se aproveitam da cobertura das estruturas montadas no quarteir�o fechado da Rua Carij�s, entre Rua S�o Paulo e Avenida Afonso Pena, para passar dias e noites. Por ali mesmo improvisam seu “banheiro”, denunciando a falta de sanit�rios p�blicos que afeta todos que passam pela regi�o.

O aposentado Dirceu Arthur Pereira, que vive com a filha F�tima Aparecida Pereira na cal�ada da Afonso Pena, na esquina da Rua Tamoios, � um dos que usam a cal�ada como vaso sanit�rio. F�tima conta que ela e o pai est�o na rua desde abril, quando foram despejados de um im�vel em Contagem, na Grande BH. “Banho tomamos na rodovi�ria”, diz a mulher.

A falta de banheiros gratuitos no Hipercentro n�o afeta apenas moradores de rua. Passando pelo Viaduto de Santa Tereza na tarde da �ltima quinta-feira, o almoxarife Sebasti�o Carlos de Almeida admitiu j� ter perdido a conta de quantas vezes precisou encontrar um cantinho escondido na escada que liga a estrutura � Avenida dos Andradas. “A cidade deveria n�o s� ter os banheiros gratuitos, mas tamb�m mant�-los em boas condi��es de uso. Se n�o tem at� hoje, acredito que nada muda para a Copa”, diz.
 
PASSEIOS

Andar pela regi�o mais movimentada de Belo Horizonte exige tamb�m habilidade para driblar as “pedras no caminho”. S�o buracos, desn�veis do passeio, pisos t�teis quebrados, rampas para cadeirantes inadequadas, lixo colocado fora do hor�rio e muitos objetos largados por quem passa. De carro ou de moto, motoristas encontram trechos de asfalto em m�s condi��es e tampas de bueiro e galerias de �gua e esgoto fora do n�vel do pavimento. Na Rua Curitiba, ao lado do Mercado Central, um dos pontos tur�sticos mais visitados de BH, a caixa de uma concession�ria de servi�os teve a tampa retirada h� cerca de duas semanas, de acordo com o comerciante Divaldo Barbosa Viana, dono da banca de revistas vizinha. “Est� perigoso. Mas ningu�m da empresa veio consertar, nem a prefeitura passou para constatar o problema”, diz.

Ainda na Rua Curitiba, desta vez, pr�ximo � Pra�a da Rodovi�ria, um buraco de quase 40 cent�metros de profundidade tamb�m assusta. “Qualquer pessoa que passar aqui est� sujeita a torcer o p� ou mesmo quebrar a perna”, afirma o empres�rio Rog�rio Mois�s, de 47 anos, que h� mais de 30 trabalha no Centro. Assim como ele, a estudante universit�ria Lana Lara, de 22, que desvia de um buraco na Curitiba, teme que haja apenas uma “maquiagem” para receber os turistas. “N�o d� mais tempo para resolver tanta coisa. Com a cidade como est� hoje, BH vai deixar uma p�ssima impress�o para os turistas”, acredita a jovem.

 

N�MEROS DA COPA

380 mil
turistas devem visitar BH
durante a Copa do Mundo 2014
(150 mil estrangeiros e 230 mil brasileiros)

42
hot�is j� funcionam no Hipercentro

32
novos hot�is est�o sendo constru�dos na capital: seis novos estabelecimentos foram inaugurados; 17 ficam prontos para a Copa e nove at� 2015

16 mil
 leitos j� existem na capital e outros
10 mil est�o sendo criados

5 mil
leitos ficam no Hipercentro, n�mero que deve chegar a 6 mil durante a Copa


Fonte: Funda��o Getulio Vargas e Prefeitura de Belo Horizonte

 


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