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Estado de Minas

Movidos a �lcool e drogas, grupos de jovens aterrorizam Pra�a do Papa

Regi�o est� tomada pelo desrespeito �s leis e moradores reclamam muito da situa��o


postado em 15/12/2013 00:12 / atualizado em 15/12/2013 07:44

Tarde de sexta-feira: venda e uso de drogas em dos cartões-postais da capital sem qualquer repressão. Cena é uma constante (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press. )
Tarde de sexta-feira: venda e uso de drogas em dos cart�es-postais da capital sem qualquer repress�o. Cena � uma constante (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press. )

O desrespeito �s leis na Pra�a do Papa, no Bairro Mangabeiras, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, � mais grave nas madrugadas dos fins de semana, mas tamb�m � preocupante durante o dia. Anteontem � tarde, por volta das 16h, a administradora de empresas Patr�cia Nogueira, de 33 anos, desistiu de lanchar com o sobrinho de 8 anos, incomodada com um grupo de jovens consumindo drogas no local. “Pensei que eles iriam ver com eu estava com uma crian�a, mas nada. A�, desisti e fui embora”, reclama Patr�cia. Reportagem do EM flagrou v�rios jovens usando drogas livremente no local.

Para os moradores, o que a administradora de empresas presenciou � apenas um pequeno exemplo do que ocorre � noite. Segundo as reclama��es de quem reside nas proximidades, o tr�fico de drogas � livre e, al�m do barulho dos carros, motocicletas, skates, carrinhos de rolim� e de um triciclo conhecido como drift trike, h� pr�tica de sexo e as pessoas usam os muros e port�es das casas para defecar e urinar.

Quem reclama pede para n�o ser identificado, por n�o saber com quem est� lidando: “Morro de medo. Eles v�m de longe para vender drogas. Uma disputa danada. Um quer vender, o outro quer vender tamb�m. � um povo esquisito. Tem sexo expl�cito”, reclama uma senhora. Ela conta que os grupos sobem a pra�a com carros e motos na contram�o, em alta velocidade, e teme acidentes com mortes. “Domingo rola drogas o dia todo. Eles t�m um sistema de comunica��o entre eles. Quando a pol�cia aparece, tudo para”, comentou.

A reclama��o de falta de policiamento � un�nime. “N�o temos nem o direito de dormir direito. Nem tamp�o de ouvido resolve com tanto barulho. J� cansei de chamar a PM e ela n�o vem. Nem a Guarda Municipal”, disse a moradora, que defende a instala��o de uma base m�vel da pol�cia na local. Outra mulher conta que nos fins de semana chegam vans lotadas e a situa��o fica pior. “Uma verdadeira baderna. Voc� est� dormindo e acorda de madrugada com gritos alt�ssimos. Tamb�m soltam foguetes, sobem nas �rvores, quebram galhos, um verdadeiro motel � noite. Tem de tudo”, disse.

Recentemente, ela conta que um rapaz fazia sexo com uma mulher no carro e desceu para agredir um homem idoso que os observava. “Quando a PM passa, todo mundo sai correndo”, comentou. “� claro que � pra�a � um espa�o p�blico, � de todos, mas tem que ter respeito”, disse. A falta de ilumina��o contribui com a situa��o, segundo ela.

AT� DE MANH� A mulher diz que o inc�modo vai at� de manh�. “Minha faxineira chega �s 6h e � assediada pelos grupos que est�o bebendo. Eles fazem o que querem. Quebram garrafas, jogam latinha no ch�o. S�o perigosos demais, diz a moradora. Outra confirma as den�ncias dos motoristas das linhas de �nibus que servem o bairro: “Entram nos coletivos sem pagar e surfam no teto do ve�culo em movimento. Semana passada, eles assaltaram o motorista de um carro, �s quatro da tarde”, contou. “� uma terra sem lei. Ningu�m olha”, disse.

 “Eles andam em alta velocidade de madrugada e o ronco do motor � de deixar qualquer um doido. Abrem o porta-malas dos carros e colocam a m�sica no mais alto volume, vendem cerveja e sandu�che. N�o temos seguran�a nenhuma”, disse um morador, que contratou seguran�a privada e instalou v�rias c�meras de vigil�ncia pela casa.

O sonho do morador � que a pra�a volte a ser frequentada por fam�lias e crian�as. “� uma beleza de ver isso, mas n�o � o que est� acontecendo”, lamenta. A administradora Patr�cia, que deixou de lanchar com o sobrinho por causa do consumo de drogas, decidiu levar o garoto para pedalar na Pra�a da Liberdade. “N�o d� mais para ficar na Pra�a do Papa”, lamentou.

PRINCIPAIS RECLAMA��ES DOS MORADORES


>>  Venda e consumo de drogas na regi�o
>>  Abuso de velocidade de motoristas e motociclistas, pondo em risco a seguran�a de todos
>>  Barulho excessivo dos carros e motos com escapamentos adulterados
>>  Bicicletas adaptadas com rolim�s usando a Avenida Agulhas Negras como pista a partir das 22h
>>  Jovens surfando em teto de �nibus das linhas 4103 e 4108
>>  Falta de banheiro e odor de urina em v�rios pontos da pra�a


Encontros pela internet

Os encontros de grupos que promovem baderna, vendem e usam drogas na Pra�a do Papa s�o marcados pelas redes sociais na internet, segundo o comandante do 22º Batalh�o das PM, tenente-coronel Alfredo Veloso. O militar garante que o policiamento no local � rotineiro. “�s vezes, voc� passa l� num hor�rio e n�o tem ningu�m. De repente, chegam grupos de 20, 30 e 40 pessoas. Eles se comunicam mandando mensagens por telefone quando a pol�cia chega. Algu�m fica na parte de baixo da pra�a monitorando. Quando aparece uma viatura, ele manda mensagens. A�, fica todo mundo bonzinho e eles abaixam o som dos carros. Por isso, colocamos policiamento velado”, disse o militar. “Quando a PM sai para fazer o patrulhamento no bairro, essas pessoas acabam aproveitando a oportunidade”, comentou.

H� duas semanas, segundo o tenente-coronel, o policiamento na Pra�a do Papa vem sendo refor�ado. “Fizemos uma opera��o l�, com v�rias abordagens e multas por estacionamento proibido e por som alto. Ve�culos e motos com documenta��o irregular foram apreendidos”, disse. “Sexta-feira e s�bado s�o os dias que eles mais incomodam”, disse. Outro problema, segundo o militar, s�o os vendedores ambulantes. “A fiscaliza��o da prefeitura estava indo at� as 23h. Os ambulantes fechavam os carrinhos e voltavam de madrugada”, disse o militar.

Barulho insuport�vel

O ponto de maior concentra��o dos grupos na Pra�a do Papa � no fim da Rua Juventino Dias. Inicialmente, eram apenas os praticantes do drift trike, um triciclo feito em a�o, com rodas de bike e kart, que se reuniam na �rea. Recentemente, vieram os carros e motocicletas com som alto e escapamentos mexidos, fazendo arrancadas, andando na contram�o e executando outras manobras perigosas. Essa movimenta��o come�ou h� aproximadamente cinco meses, o que tem importunado os moradores do entorno.

Alexandre Soares, de 26 anos, praticante do drift trike, faz parte de um grupo de adeptos do esporte, que tem na pra�a e na Avenida Agulhas Negras uma pista desafiadora para seus ve�culos. “N�o podem nos culpar pelo barulho de motos com escapamentos sem miolo, carros com sons altos e pessoas que vem para pra�a para aprontar confus�o. O drift trike n�o faz tamanho barulho”.

Praticantes de drift trike dizem que não incomodam, mas moradores contestam e reclamam da poluição sonora (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Praticantes de drift trike dizem que n�o incomodam, mas moradores contestam e reclamam da polui��o sonora (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
O vice-presidente da Associa��o dos Moradores do Bairro Mangabeiras (Amobam), S�lvio Andr� de Oliveira, por�m, argumenta que quando descem tr�s ou mais triciclos, o barulho supera os 100 decib�is. “Como praticante de esporte, jamais iria ser contra uma atividade esportiva. S� que os praticantes do drift trike chegam �s 22h e entram a madrugada, at� 3h, descendo nos ve�culos. Eles precisam buscar um outro hor�rio para isso”, sugere.

Atra�dos pelas manobras dos drift trike, muitos jovens ficam ao longo da Rua Juventino Dias . N�o � raro um carro com o som alto. Ao lado de uma Palio Weekend, cujo o motorista ligou o som amplificado a todo volume, Alexandre demonstra insatisfa��o. “N�o h� necessidade disso. Por certo que a m�sica nesse volume incomoda os moradores que, quando chegam na janela, imaginam que temos algo com isso. E ent�o a pol�cia � chamada e vem direto na gente”, reclamou.

Na sexta-feira, militares do 22º Batalh�o da PM fizeram opera��o na Avenida Agulhas Negras. Dezenas de adolescentes foram abordados nos �nibus, alguns deles surfando no teto. O tenente Fernando Braga, que comandava a a��o, disse que diariamente duas viaturas fazem o policiamento na �rea. E que de quinta a domingo, � noite e de madrugada, ser�o intensificadas de opera��es para combater os abusos, com o uso inclusive de militares � paisana .


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