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Estado de Minas

Passageiros da capital reclamam de servi�o prestado pelos taxistas

Objetos deixados nos carros que n�o s�o devolvidos, tratamento inadequado e problemas com troco s�o as principais reclama��es


postado em 17/12/2013 06:00 / atualizado em 17/12/2013 07:40

O viol�o de estima��o de Denilson Fonseca de Souza se foi em uma corrida de t�xi. O instrumento, adquirido em 1991, era o xod� do administrador, que conseguiu compr�-lo ap�s juntar dinheiro com o irm�o. “Usei para tocar no anivers�rio de 80 anos da minha m�e, tinha muita hist�ria com ele. N�o tinha um arranh�o”, lembra. O cuidado era tanto que decidiu reform�-lo. Depois de pegar o instrumento pronto, foi para um bar, de onde chamou um t�xi. “Coloquei o viol�o no banco de tr�s e me sentei na frente. Quando entrei em casa, percebi que o tinha esquecido. Depois disso liguei em todas as cooperativas, fiz apelo pelo r�dio e passei 18 dias ligando no Achados e Perdidos da BHTrans. Depois, desisti.” Mas essa n�o foi a �nica experi�ncia do tipo. Denilson tamb�m j� perdeu um cobertor e um conjunto de equipamentos de pesca da mesma forma.

Segundo a Ouvidoria-Geral do Munic�pio, somente duas multas foram geradas neste ano para taxistas que deixaram de entregar ao passageiro ou � BHTrans, em um prazo m�ximo de dois dias, objetos esquecidos no carro. Mesmo assim, o problema � citado como recorrente tanto por integrantes da categoria quantos por usu�rios. A estudante Marcela Guedes tamb�m n�o conseguiu reaver o celular esquecido no banco de um carro. Como s� pede as corridas por aplicativo, ligou para a prefeitura e deu o n�mero da placa e o nome do motorista, que disse n�o ter encontrado nenhum aparelho no ve�culo.

O descaso com pertences deixados nos t�xis � apenas uma das v�rias reclama��es sobre o servi�o em BH. “Muitos passam no sinal vermelho, n�o param para o pedestres. E tem os que nem respondem ao passageiro”, diz Marcela. Ao todo, 32 taxistas foram punidos com multa devido � falta de urbanidade e polidez com usu�rios, agentes de fiscaliza��o e o p�blico em geral em 2013. Um foi suspenso da atividade. Para alguns dos clientes do servi�o, a falta de respeito e compreens�o � frequente. “Eles se recusam a dar troco, dizem que n�o t�m e nos obrigam a trocar o dinheiro. J� me levaram para trocar no posto de gasolina”, lembra o gar�om Richard Carvalho dos Reis. Segundo ele, com idosos a situa��o se agrava. Deixar de dar o troco tamb�m � pr�tica pass�vel de multa, o que ocorreu com um taxista da cidade neste ano, de acordo com os dados da Ouvidoria.

Outro problema constante � a recusa dos taxistas em aceitar corridas baratas. Em 2013, foram 26 ocorr�ncias do tipo registradas. E mesmo quem aceita percorrer pequenas dist�ncias reclama. Foi o que ocorreu com a professora Iara Alves Rosa, que pegou um t�xi perto de casa � noite e teve que ouvir o motorista “resmungar” ao deix�-la no destino. “Ele n�o gostou quando viu que era pertinho. Fez um coment�rio e ficou injuriado, porque era um corrida curta. Mas era de noite. Como uma mulher anda sozinha no escuro? � perigoso”, diz.

Outro lado

Apesar de reconhecer que algumas acusa��es t�m fundamento, a categoria se defende. Taxista h� seis anos, Ant�nio Soares diz que n�o h� espa�o nas ruas para pegar passageiros sem infringir leis de tr�nsito. “Tento parar r�pido, onde n�o atrapalhe. Procuro sinalizar o local tamb�m. Mas temos que correr o risco. Se eu n�o parar, outro para”, afirma ele, que reclama da falta de pontos de t�xi na capital, al�m dos obst�culos na via, como ca�ambas.

J� os pertences esquecidos nos ve�culos s�o devolvidos rigorosamente pela maioria, segundo ele. “Acontece muito, e entrego na BHTrans. Quando � celular, a pessoa geralmente liga e marco para devolver”, diz. Soares lembra de um caso curioso, quando uma passageira esqueceu um smartphone em seu carro. “Eu n�o sabia como atender. O telefone n�o parava de tocar e tinha v�rios passageiros dando sinal. Parei, descobri quem era a dona e levei aonde ela pediu”, conta. Como recompensa, a mulher prometeu rezar muito pelo taxista para iluminar seus caminhos. “Achei bom, porque estava em falta com Deus.”

O taxista C�sar Ramos tamb�m garante que devolver os objetos � o principal caminho. Quando um passageiro deixou o celular no banco de tr�s, ele descobriu que o homem era do Rio de Janeiro e enviou o aparelho para l�. “Muita gente n�o sabe, mas tamb�m tem casos em que a pessoa esquece, e a gente n�o v�. Vem um outro passageiro, acha e leva”, diz. De toda forma, ficar com os pertences alheios n�o � uma boa op��o, diz ele. E brinca: “Uma vez, uma mo�a largou sapatos de salto alto. A primeira coisa que fiz foi devolver. Se minha mulher visse, podia pensar outras coisas”.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


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