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Estado de Minas

Atual per�odo chuvoso j� registra o maior n�mero de mortes dos �ltimos tr�s anos

Temporais em Minas j� provocaram mais mortes e danos a im�veis at� dezembro que no mesmo per�odo de 2011 e 2012. Para chefe da Defesa Civil, tend�ncia � 'cen�rio lament�vel'


postado em 29/12/2013 00:12 / atualizado em 29/12/2013 07:05

Mateus Parreiras e Guilherme Parana�ba


(foto: Luiz Fernando Alves/Divulgação)
(foto: Luiz Fernando Alves/Divulga��o)

Os temporais que castigam Minas, sobretudo a Regi�o Leste, j� est�o entre os que mais provocaram mortes e estragos dos �ltimos anos, levando em conta estat�sticas at� dezembro, e a perspectiva de autoridades mineiras � de que a situa��o pode piorar nos pr�ximos meses. Compara��o feita pelo Estado de Minas entre os balan�os da Defesa Civil at� 28 de dezembro deste ano, de 2012 e 2011, mostra que na atual temporada de chuvas houve mais mortes, mais desabrigados, feridos e casas danificadas que no mesmo per�odo dos dois anos anteriores.


Este ano, 21 pessoas morreram em consequ�ncia das chuvas. No ano passado houve 16 mortes at� 28 de dezembro. Um ano antes, foram apenas dois �bitos no per�odo e 20 no total dos cinco meses chuvosos. A quantidade de feridos, 60, � quase o dobro do registrado em 2012 (31) e cinco vezes maior do que em 2012 (12). O n�mero de munic�pios em situa��o de emerg�ncia (51) supera o de 2011, quando houve 35 decretos, e o do ano passado (13). Al�m disso, a quantidade de desabrigados, 2.460, � mais elevada que os 374 de dois anos atr�s e o total de casas danificadas chega a 7.099 – em 2011, eram 1.800 resid�ncias com problemas at� 28 de dezembro. Cidades como Aimor�s, Mantena, Virgol�ndia e Sardo� est�o entre as mais afetadas este ano.

 

A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) reconhece que a atual temporada de chuvas pode provocar ainda mais estragos, uma vez que j� supera em muitos aspectos os temporais do fim de 2011 e in�cio de 2012, tidos como alguns dos piores dos �ltimos seis anos – naquele per�odo, houve 6.321 feridos e 3,6 milh�es de pessoas afetadas. Al�m disso, faltam tr�s meses para o fim do per�odo chuvoso. “Infelizmente caminhamos para um cen�rio lament�vel e que pode ter mais perda de vidas”, disse o coordenador da Cedec, coronel Luis Carlos Dias Martins.


De acordo com a Cemig, a previs�o � de mais temporais ainda na primeira quinzena de janeiro, principalmente nas regi�es Norte, Nordeste e Leste. “Isso � preocupante, principalmente porque janeiro � historicamente o m�s mais chuvoso do ano, e deve ficar acima da m�dia de precipita��es esperada”, afirma o t�cnico em meteorologia da Cemig, Geraldo Paix�o. No �ltimo dia 18, a previs�o era de que fevereiro tamb�m ficasse acima da m�dia, o que foi revisto.


O coordenador da Cedec ressalta que os estragos deste ano em cidades como Virgol�ndia e Mantena s�o muito semelhantes aos ocorridos em janeiro de 2012 em Guidoval e Al�m Para�ba, na Zona da Mata, onde seis pessoas morreram e 32 mil foram atingidas. “Foi muito parecido. Uma tromba-d’�gua se forma e grande volume de �gua desce para o leito, elevando o volume dos rios e c�rregos a uma magnitude tal que alaga de uma forma muito r�pida”, compara. “E ocorre � noite, quando as pessoas n�o percebem o risco”, acrescenta.


O comerciante Jo�o Val�rio Sobrinho, de 52 anos, foi um dos afetados pelo temporal em Virgol�ndia, no Vale do Rio Doce. A enchente, que matou duas pessoas, destruiu im�veis e arrastou carros, provocou preju�zo para Jo�o Val�rio, dono de uma loja de material de constru��o. Ele diz ter perdido 90% de tudo o que estava estocado, entre cimento, tintas, parafusos e demais objetos. “A �gua subiu um metro e meio dentro da loja e me deu um preju�zo de R$ 400 mil”, conta. Segundo ele, o sofrimento da popula��o � grande em raz�o do tamanho dos estragos. “Est� muito complicado, n�o sabemos por onde come�ar”, diz. At� o fechamento desta edi��o, bombeiros n�o tinham encontrado um homem desaparecido desde sexta-feira.

Preven��o Entidade que re�ne alguns dos munic�pios mais afetados pelas chuvas, como Aimor�s, Governador Valadares, Sardo� e Virgol�ndia, a Associa��o dos Munic�pios do M�dio Rio Doce estima que metade dos casos de enchentes e deslizamentos poderia ter sido evitada com trabalhos preventivos que n�o foram realizados pelas prefeituras. “Trabalhos de manuten��o, como a limpeza dos canais dos cursos d’�gua que passam nas �reas mais habitadas, conserva��o da drenagem e adequa��o de sistema poderiam evitar certamente 50% dos estragos”, avalia o engenheiro civil da associa��o, Wemerson Passos.


Segundo o meteorologista Ruibran dos Reis, do instituto Climatempo, a regi�o de Capelinha e Aimor�s � uma das que concentraram mais precipita��es no estado, chegando a registrar nos �ltimos 15 dias um �ndice pluviom�trico acumulado de 950 mil�metros, o que equivale a quatro vezes o previsto para o m�s inteiro. Ele tamb�m aponta falta de a��o das prefeituras. “A Cedec enviou alerta para as prefeituras atingidas com duas semanas de anteced�ncia. Era tempo suficiente para se prevenir”, afirma. Ruibran avalia que o impacto das chuvas ficou mais evidente em compara��o com o ano passado porque, em 2012, uma massa de ar quente impediu a ocorr�ncia de temporais do fim de 2012 ao in�cio de 2013. Em 2011, as chuvas de novembro a dezembro foram semelhantes �s deste ano.

137 cidades sem Defesa Civil

Entre as 51 cidades mineiras que decretaram estado de emerg�ncia por causa das chuvas, Jampruca, Mathias Lobato, Santa Rita do Itueto, todas no Vale do Rio Doce, n�o t�m Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdecs) registrada na Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec). O mesmo ocorre em outros 137 munic�pios mineiros. O coordenador da Defesa Civil mineira (Cedec), coronel Luis Carlos Martins, afirma que a forma��o das Comdecs auxilia na redu��o de v�timas, principalmente por monitorar deslizamentos. “Mas n�o adianta ter a coordenadoria e n�o dar condi��es de trabalho”, diz.  O coronel avalia que houve esvaziamento das Comdecs com a mudan�a de prefeitos. “Houve mudan�a de t�cnicos treinados e capacitados. Com os novos, temos de come�ar do zero”, afirma. A reportagem procurou autoridades de Jampruca, Mathias Lobato e Santa Rita do Itueto, mas n�o houve retorno. (MP)

(foto: ARTE EM)
(foto: ARTE EM)


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