
Moradores de Santa B�rbara, na Regi�o Central de Minas Gerais, e ex-alunos da Escola Nossa Senhora do Sagrado Cora��o est�o preocupados com a degrada��o do casar�o onde funciona a institui��o de ensino. O im�vel do s�culo 19, tombado como patrim�nio cultural da cidade, est� com paredes descascadas, rachaduras, teto sob risco de desabamento e com uma �rea isolada h� quase um ano devido � possibilidade de ruptura. A escola particular de estilo colonial atende 616 alunos do ensino infantil ao m�dio. A estrutura das 19 salas de aulas n�o est� comprometida, por isso n�o h� interrup��o das aulas, mas o risco � grande para os estudantes. O Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) recomendou � prefeitura que sejam executadas obras de revitaliza��o, mas a reforma ainda est� na fase de projeto.
O sobrado tem dois andares, alvenaria de pau a pique e adobe, al�m de algumas partes de tijolos. Na fachada, as portas s�o protegidas por um gradil de ferro maci�o no estilo colonial, com parapeito de madeira. O pr�dio, datado de 1864, era do coronel Pedro Moreira Teixeira e serviu de resid�ncia oficial para prefeitos. Em 1964, foi doado para a Sociedade Civil Irm�s Mission�rias Capuchinhas, que transformou o espa�o em educand�rio e administra at� hoje o im�vel.
De acordo com a diretora, irm� Geov�nia Maria Pereira, na parte interditada funcionava a diretoria, a sala dos professores, espa�o de reuni�es, mecanografia e dep�sito de material de artes. Com o deslocamento desses setores para outras �reas do terreno, as atividades ficam prejudicadas. � o caso da disciplina de ci�ncia, cujo laborat�rio tamb�m abriga provisoriamente a sala dos docentes.
Segundo a diretora, a �rea isolada – cerca de 300 metros quadrados, cobertos por uma lona - tem paredes que podem romper com um simples esbarr�o nas escoras, o que coloca em risco alunos que tentarem entrar na regi�o interditada.. “Receio que, com as chuvas, a lona receba �gua e pese. A inclina��o do sobrado para a rua da frente � cada vez maior”, relata a irm� Geov�nia. Ela afirma que n�o tem recursos para recuperar o im�vel. Segundo a diretora, as �ltimas pequenas melhorias foram pagas com rifas e arrecada��es em festas promovidas por pais e alunos.
Ex-aluna da institui��o, a escritora Andr�ia Donadon Leal frequentou a escola entre 1985 e 1988. “A comunidade est� correndo atr�s da prefeitura, que n�o est� junto para colocar o pr�dio em situa��o apresent�vel”, lamenta. Andr�ia fala do legado do educand�rio na sua vida profissional e pessoal. “Essa escola � muito importante para mim, porque sou artista pl�stica e escritora. J� representei o Brasil em 11 pa�ses e publiquei 10 livros. Aprendi as primeiras t�cnicas pict�rias na aula de educa��o art�stica, aulas gratuitas com uma irm�. Eu era bolsista. A educa��o que tive nessa escola foi crucial para meu tornar o que sou hoje”, conta.