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Estado de Minas

Medo de novos ataques domina comunidade quilombola em Verdel�ndia

Integrantes da comunidade participaram de reuni�o da Comiss�o de Direitos Humanos da ALMG para tratar dos casos de viol�ncia


postado em 23/01/2014 06:00 / atualizado em 23/01/2014 07:58

Renilson D. Rodrigues, um dos agredidos(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Renilson D. Rodrigues, um dos agredidos (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
“Eles j� chegaram atirando. Mandaram todo mundo deitar no ch�o e falaram que eram da pol�cia. Deram chutes, bateram e deram coronhadas. Estavam todos encapuzados”, revelou o integrante de uma comunidade quilombola atacada no domingo em Verdel�ndia, no Norte do estado, Renilson Di�genes Rodrigues Leite, de 34 anos. Exibindo os hematomas das agress�es no rosto e na cabe�a, ele conta que levou chutes e ferido a coronhadas de espingarda. Al�m dele, outros 14 integrantes de comunidades da regi�o estiveram nessa quarta-feira em Belo Horizonte participando de uma reuni�o da Comiss�o de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para tratar dois casos de viol�ncia recente na Regi�o Norte do estado. Na primeira delas, em 9 de janeiro, um l�der quilombola foi v�tima de uma tentativa de homic�dio. J� no domingo, o grupo de Renilson, de 30 a 40 pessoas, foi alvo da f�ria de jagun�os. Segundo a Pol�cia Civil, est� foragido o principal suspeito do segundo ataque, filho do dono da fazenda em disputa.

Os quilombolas est�o com medo. Maria Jos� Soares Prates, de 62, tamb�m exibe as marcas deixadas pelos jagun�os. Segundo ela, dois furos no queixo foram causados por tiros de chumbo. Mas o presidente da Associa��o Remanescente Quilombola das Comunidades Nativas do Arapuim, que engloba o grupo atacado, Valdomiro Alves da Silva, de 70, mostra um cartucho de espingarda de grosso calibre colhido no local das agress�es. “Eles perguntavam para o patr�o se era para atirar na cabe�a ou jogar gasolina e fogo”, disse ele. Segundo os trabalhadores, o grupo ocupou parte da antiga Fazenda Morro Preto por cerca de tr�s anos, mas foi retirado em novembro de 2012 por decis�o de Justi�a. No s�bado, eles voltaram a ocupar o terreno, mas acabaram surpreendidos no dia seguinte pela trucul�ncia dos jagun�os.

A delegada Andr�a Pochmann, da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Meio Ambiente e Conflitos Agr�rios, confirmou que o fazendeiro Jo�o F�bio Dias, o Jo�ozinho (filho do atual propriet�rio da �rea), participou da a��o violenta, na qual 11 pessoas ficaram feridas, duas a tiros. “Os agressores atiraram contra essas pessoas em fuga”, disse a policial, evidenciando a inten��o de matar. H� ind�cios da contrata��o de pistoleiros no Tri�ngulo Mineiro e no Par�, segundo as autoridades, para agredirem os quilombolas.

DESAPROPRIA��O Quem tamb�m acompanha o caso � o procurador de Justi�a Afonso Henrique de Miranda Teixeira, coordenador das promotorias de Conflitos Agr�rios do Minist�rio P�blico de Minas Gerais. Ele ressaltou que a viol�ncia contra o mais fraco nas disputas agr�rias vem de longa data. “Precisamos de uma atua��o firme do MP e do Judici�rio para levar os agressores � cadeia. Pessoas que pegam uma escopeta e d�o tiros nas outras t�m que ser presas”, disse ele. O procurador acredita que � necess�ria a demarca��o das terras dos descendentes de escravos para p�r fim nos conflitos. A Delegacia Regional do Instituto Nacional de Coloniza��o e Reforma Agr�ria (Incra) em Minas informou que uma �rea de 1,8 mil hectares da antiga Fazenda Morro Preto, onde ocorreu a viol�ncia, dever� ter a desapropria��o ajuizada pelo �rg�o dentro dos pr�ximos 15 dias.


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