
A ex-estudante de direito �rika Passarelli foi condenada na madrugada desta ter�a-feira a 17 anos de pris�o, inicialmente em regime fechado, por planejar a morte do pai, M�rio Jos� Teixeira Filho, de 50 anos, para receber cerca de R$ 1,2 milh�o em ap�lices de seguro. A jovem enfrentou quase 17 horas de julgamento sob acusa��o de homic�dio qualificado no F�rum Edmundo Lins, em Itabirito, na Regi�o Central de Minas Gerais - cidade onde o pai foi encontrado morto em agosto de 2010. A senten�a foi proferida pelo juiz Ant�nio Francisco Gon�alves �s 2h49.
O j�ri
A sess�o do j�ri come�ou por volta de 9h50 de segunda-feira. Tr�s mulheres e quatro homens foram escolhidos para formar o Conselho de Senten�a que condenou a r�. Durante a manh�, foram ouvidos o corretor de seguros Marcelo de Souza Almeida e o amigo da fam�lia da r� Carlos Manuel Rosa, todos testemunhas de defesa. Ap�s o intervalo para o almo�o, o m�dico Fernando Drumond Teixeira, atual companheiro da m�e da acusada, tamb�m falou. Ele detalhou o perfil da v�tima e sobre as rela��es familiares. Afirmou que a acusada era a filha preferida de M�rio e que, ap�s a sua morte, a r� apresentou um quadro depressivo. O m�dico afirmou aos jurados que a fam�lia tem boas condi��es financeiras e que a r� n�o precisava do dinheiro que seria pago pelo seguro de vida.

Em seguida, iniciou-se a leitura de pe�as anexadas ao processo. Foram apresentados os laudos de necropsia, datilosc�pico (de impress�es digitais) e de exuma��o do corpo do pai da acusada, al�m dos depoimentos da ex-empregada da r�, Dayana Aparecida de Jesus, e do cabeleireiro Marco Ant�nio Souza Nogueira, com quem a acusada teve um envolvimento amoroso.
A r� come�ou a ser interrogada �s 18h50 e se recusou a responder �s perguntas feitas pelo promotor. �s 19h20, a defesa iniciou os questionamentos. �rika afirmou que n�o poderia receber o pr�mio de um dos seguros, porque a data de vig�ncia de uma das ap�lices era posterior � data da morte da v�tima. Ela disse ainda que recebia cerca de R$ 18 mil mensais, de v�rias fontes de renda, e n�o tinha d�vidas. Afirmou tamb�m que teve computadores, celular e GPS apreendidos, sem que nenhuma prova de seu envolvimento no crime tenha sido encontrada.
�rika falou sobre o tempo em que ficou foragida e que esteve no Rio de Janeiro, onde foi presa em uma casa de prostitui��o. Ela detalhou o funcionamento do local e disse que n�o se prostituiu, pois que dava diversas desculpas para n�o fazer programas com os clientes. A acusada disse que fugiu de Minas Gerais por medo. O interrogat�rio foi encerrado �s 22h10 e ap�s um intervalo de dez minutos, come�aram os debates.
Acusa��o x defesa
O promotor mostrou que a r� � manipuladora. Lembrou que o Conselho de Senten�a n�o estava julgando uma m�e de dois filhos, mas uma acusada pelo homic�dio do pr�prio pai. Cristian L�cio da Silva detalhou as investiga��es policiais que resultaram no indiciamento de �rika e ressaltou que M�rio era amea�ado constantemente pela r�. Defendeu que o homic�dio foi praticado por motivo torpe e dificultou a defesa da v�tima, da� a culpabilidade pela homic�dio duplamente qualificado.
Um dos advogados de �rika, Zanone Manoel Oliveira J�nior, comandou os debates. Ele ressaltou contradi��es na den�ncia apresentada pelo Minist�rio P�blico, entre elas, que a v�tima morreu espancada e n�o por tiros. Afirmou que apenas uma linha de investiga��o foi aberta, qual seja, exist�ncia de uma ap�lice de seguro em nome da r�. O advogado sustentou que a raz�o do crime foi outra, bem como, o mandante. Defendeu que n�o h� nenhuma prova ou testemunha ocular que incrimine �rika. Mesmo assim, a estrat�gia da defesa n�o foi suficientes, porque os jurados votaram pela condena��o.
