
Passageiros das tr�s linhas do BRT/Move que rodaram nessa segunda-feira no primeiro dia �til do novo sistema de transporte de massa da capital mineira economizaram at� 37% de tempo de deslocamento, comparando-se o desempenho dos novos ve�culos com os convencionais de mesmo trajeto. Com informa��es da BHTrans, a equipe do Estado de Minas reproduziu em 5 de fevereiro os percursos que seriam feitos pelo Move um m�s depois, embarcando em coletivos comuns para saber qual seria o ganho real para os usu�rios.
Uma das linhas que entraram em opera��o � a 82 (Esta��o S�o Gabriel/Hospitais), que tem pontos na Avenida Afonso Pena, na Savassi e na regi�o hospitalar, seguindo at� a Esta��o S�o Gabriel, no bairro de mesmo nome da Regi�o Nordeste de BH. Segundo a BHtrans, a linha que mais se assemelha ao percurso do sistema antigo � a 62 (Esta��o Venda Nova/Savassi, via Hospitais). Em fevereiro, em uma quarta-feira, a equipe do EM embarcou na Avenida Afonso Pena, altura do n�mero 2.323, e a viagem at� a Esta��o S�o Gabriel levou 34 minutos. Foram 10 minutos a mais do que o Move da Linha 82, que, em corredores exclusivos e vias adaptadas, ofereceu mais conforto aos usu�rios.
A espera no ponto da linha convencional, no entanto, foi de apenas seis minutos, contra nove do Move. O trajeto da linha 62 � mais apertado, descendo pela Rua Pernambuco at� seu primeiro ponto na �rea hospitalar, na Avenida Alfredo Balena, em frente � Igreja do Sagrado Cora��o de Jesus. O segundo � na Pra�a Hugo Werneck. A maioria das pessoas que embarcaram nesse hor�rios eram estudantes carregando mochilas e cadernos. Todos conseguiram sentar, mas quando o �nibus passou pelo Viaduto do Extra j� n�o havia mais cadeiras vagas. Na Savassi, at� mesmo o Move j� estava cheio, sem lugar para passageiros assentados.
Na Floresta, Regi�o Leste, o �nibus comum circula por vias estreitas e acaba fechando cruzamentos quando precisa parar no ponto, como ocorre na Rua Salinas, onde o ve�culo bloqueia a Rua Macedo e trava o tr�fego no local. Na Rua Jacu� o deslocamento tamb�m se d� por um caminho apertado de m�o dupla, com muitos cruzamentos, que significam paradas constantes, sendo tamb�m trajeto para muitas linhas de �nibus. J� a linha 82 do Move s� apresentou dificuldades para convergir da Avenida Get�lio Vargas para a Rua Professor Moraes.
A chegada � Avenida Cristiano Machado levou 22 minutos pela linha 62. O avan�o foi bem lento, devido ao tr�fego intenso e aos muitos sem�foros. S� depois de 30 minutos de viagem � que o �nibus chegou � altura do Minas Shopping. De l� at� a Esta��o S�o Gabriel foram apenas mais quatro minutos. A auxiliar administrativo Edilene Santos, de 40 anos, ainda est� desconfiada sobre a vantagem de trocar um sistema pelo outro. “Nem estava sabendo que uma linha dessas novas (do Move) faz o mesmo caminho que meu �nibus antigo. Mas n�o sei se vale a pena trocar, porque hoje desembarco fora da esta��o. Quem sabe em um dia muito cheio a gente troca”, disse.
DEMORA No ponto da Avenida Amazonas com Rua Padre Belchior, o que mais irrita os passageiros da Linha 1502 (Vista Alegre/Guarani) � a espera, que chega a 40 minutos em hor�rio de pico, segundo eles. Ningu�m por l� sabia que o Move trouxe mais duas op��es para quem vai se deslocar at� a Esta��o S�o Gabriel, por meio das linhas 83 (Esta��o S�o Gabriel/Centro) paradora e direta, que t�m pontos na Avenida Paran�, a tr�s quarteir�es de dist�ncia do 1502. Os intervalos do Move s�o menores, entre 12 e 15 minutos. “Precisa mesmo que algo seja feito. A demora � muito grande e por causa disso o ponto vai ficando cheio, ningu�m respeita a ordem de chegada para embarcar. Idosos e pais com crian�as pequenas ficam esperando esvaziar”, afirma o carpinteiro Amilton Vieira, de 53 anos.
No dia 5, �s 14h, os intervalos da linha giraram em torno de 14 minutos. A equipe de reportagem embarcou no coletivo com dificuldade, j� que at� tr�s filas se formavam na porta. Foram 30 minutos at� a Esta��o S�o Gabriel, sem lugar para se sentar e com muita gente tendo de acelerar o passo quando dava sinal de parada, porque se demorasse para vencer o corredor apertado o condutor fechava a porta e acelerava o �nibus. A linha 83 paradora chegou a fazer o percurso em 25 minutos, enquanto a direta, em apenas 19, 37% mais r�pido, sendo que o embarque ocorre apenas nas esta��es, onde as filas s�o mais organizadas.
