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Estado de Minas

�nibus do Move apresentam falhas e s�o tirados de circula��o

Problemas no sistema de refrigera��o e no sinal sonoro para desembarque de passageiro provocaram muitas reclama��es


postado em 13/03/2014 06:00 / atualizado em 13/03/2014 07:08

Veículo com problema no ar-condicionado saiu de circulação depois de fazer apenas duas viagens(foto: Edésio Ferreira/Em/D.A Press)
Ve�culo com problema no ar-condicionado saiu de circula��o depois de fazer apenas duas viagens (foto: Ed�sio Ferreira/Em/D.A Press)
Dois ve�culos articulados do BRT/Move apresentaram defeitos nessa quarta-feira, no terceiro dia �til de opera��o do novo sistema. Um teve falha no sistema de ar-condicionado e nem chegou a circular. No outro, al�m da falta de funcionamento do ar-condicionado, a campainha que toca quando a parada � solicitada pelo passageiro ficou inativa. O �nibus, da linha 82 (Esta��o S�o Gabriel/Savassi, via Hospitais) fez duas viagens de manh�, mas o servi�o foi suspenso por causa de reclama��es de passageiros. Segundo a BHTrans, apesar das falhas, a frota regular de 18 coletivos n�o foi reduzida. Problemas comuns desde segunda-feira se repetiram ontem, como �nibus lotados e empurra-empurra no embarque.

Segundo um motorista e um cobrador, que preferem n�o revelar o nome, o coletivo n�mero 10.701 come�ou a rodar �s 5h15, j� com problemas. “Na primeira viagem, o carro tinha pouca gente, ningu�m reclamou. Mas na segunda estava lotado, o pessoal se queixou muito do calor. Uma mulher disse que era hipertensa e estava passando mal. Um passageiro at� amea�ou quebrar a janela”, relatou o motorista. “Como a campainha n�o estava funcionando, o �nibus parou em todos os pontos, por precau��o”, acrescentou, referindo-se �s paradas da linha 82 fora da faixa exclusiva do Corredor Cristiano Machado.

Entre as 7h30 e as 9h30 de ontem, o n�mero de passageiros foi inferior ao de ter�a-feira no mesmo hor�rio, quando uma pane no sistema de sinaliza��o do metr� fez milhares de usu�rios migrarem pela passarela da esta��o de integra��o S�o Gabriel at� as plataformas de �nibus. No entanto, havia mais gente do que no mesmo hor�rio de segunda-feira, o que indica aumento na procura pelo sistema.

Ve�culos das tr�s linhas em atividade – al�m da 82, a 83 (S�o Gabriel/Centro) Direta e Paradora – partiram lotados, alguns at� com pessoas encostadas nas portas, deixando usu�rios para tr�s.

Muitos passageiros esperavam os coletivos � beira das plataformas, para al�m da linha amarela de seguran�a pintada no ch�o. “Tem fila aqui, n�o?”, perguntou o assessor financeiro �talo Silva de Souza, de 34 anos, que aguardava um �nibus da linha 83D, a mais procurada por cumprir o trajeto at� o Centro sem parar nas esta��es de transfer�ncia da Cristiano Machado.

“Voc�s podem fazer”, respondeu um homem com colete da Transf�cil, cons�rcio respons�vel pela venda de bilhetes do BRT. “S�o voc�s que t�m que organizar isso. Deveria ter uma indica��o de onde formar as filas”, retrucou �talo. Ele costuma ir de carro ao trabalho no Centro, mas ontem quis experimentar o Move. “Quero ver se fujo dos engarrafamentos”, explicou.

Por volta das 9h, outro homem com colete da Transf�cil tentou formar filas na plataforma da 83D, mas os usu�rios foram se aglomerando e a tentativa foi in�til. Pouco antes, �s 8h45, uma mulher caminhou pela pista ao lado da plataforma de embarque da linha 82 e, correndo o risco de ser surpreendida com a chegada de um �nibus, aproximou-se da estrutura para pegar informa��es com um funcion�rio da BHTrans, que se agachou para atend�-la.

Pain�is com defeito

Nas esta��es de transfer�ncia da Cristiano Machado, os pain�is que deveriam informar o tempo restante para a chegada dos �nibus continuam defeituosos. Ao chegar � Esta��o Feira dos Produtores, a administradora L�cia Rocha, de 55, viu em um monitor que faltavam apenas cinco minutos para a passagem de um ve�culo da linha 83P e decidiu comprar uma passagem. Ap�s 10 minutos de espera, aborrecida, pediu o reembolso, mas n�o p�de ser atendida. “Eu n�o sabia que o painel est� com problema. Se n�o funciona direito, � melhor ficar desligado”, disse.

Em um �nibus da 83P, o aposentado Lib�ncio Santos, de 63, ressaltou que, apesar de precisar de ajustes, o BRT/Move merece elogios. “Esse �nibus � muito mais confort�vel que os convencionais. Antes, eu demorava uma hora at� o Centro. Agora des�o na Avenida Paran� em 15 minutos”, disse ele, que mora no Bairro Cidade Nova, Nordeste de BH, e usa o novo sistema desde segunda-feira, sempre embarcando na linha 83P na esta��o S�o Judas Tadeu.

O porteiro Stalin Abreu Costa, de 54, concorda com Lib�ncio, mas reclama do fato de a esta��o da Paran� ter rampa apenas em um dos lados. Na manh� de ontem, ele estava acompanhado da mulher, a dona de casa Patr�cia Rejane Abreu, de 46, e do filho Daniel Victor, de 7, que tem paralisia cerebral e � cadeirante. “Est�vamos do outro lado e tivemos que andar um quarteir�o at� a rampa. Quando estiver chovendo vai ser pior ainda”, reclamou o pai.

Na avalia��o do doutor em engenharia de transportes Frederico Rodrigues, n�o � normal que os �nibus apresentem falhas em t�o pouco tempo de opera��o. “� preciso ver por que isso ocorreu”, ressaltou. Ele tamb�m critica a superlota��o dos ve�culos.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) informou que os carros com defeito foram substitu�dos.

J� a BHTrans confirmou que um �nibus da linha 82 apresentou problemas no ar-condicionado e foi substitu�do. A empresa informou que monitora permanentemente o funcionamento das esta��es e dos ve�culos e que est� preparada para corrigir problemas no sistema. “A BHTrans esclarece que est� preparada para responder com agilidade ao aumento da demanda e que j� incluiu quatro novas viagens ao quadro de hor�rios da linha 83D no pico da tarde, quando foi constatado o crescimento significativo do n�mero do usu�rios”, informou a assessoria de imprensa da empresa.


Especialista alerta para riscos

Os problemas mostrados at� agora pelo Move s�o considerados normais pelo coordenador do N�cleo de Log�stica da Funda��o Dom Cabral, o doutor em planejamento de transportes Paulo Resende. A pedido do Estado de Minas, ele avaliou as principais falhas no sistema. Nenhuma � classificada como de alto risco, capaz de provocar acidente de grandes dimens�es. Mas algumas apresentam risco m�dio e precisam ser solucionadas imediatamente. Outras, de baixo risco, podem ser resolvidas sem urg�ncia.

Para ser classificado como de alto risco, um problema deve dar ao sistema car�ter de completa inseguran�a. “Por exemplo, o sistema ser inaugurado com gente tran�ando na frente dos �nibus a toda hora, com falta de passarelas e de sinaliza��o”, explica Resende. J� a ocorr�ncia de grau m�dio “pode levar perigo ao usu�rio ou � opera��o do sistema”, aponta. “O fato de os passageiros n�o respeitarem a linha amarela nas plataformas, por exemplo, pode provocar um acidente grave”, afirma.

Outro problema de grau m�dio � a presen�a de usu�rios nas pistas de tr�fego dos ve�culos articulados na Esta��o S�o Gabriel, flagrada pelo EM ontem e na segunda-feira. “Seria de grau alto se provocasse risco para um conjunto muito grande de pessoas”, aponta.

As outras falhas s�o de grau leve, segundo o especialista. Os dados errados nos pain�is respons�veis por informar o tempo restante para a chegada dos �nibus s�o um exemplo. Outro caso � o da pane no sistema de ar-condicionado e na campainha que toca quando a parada � solicitada. “S�o problemas sem capacidade de paralisar o sistema nem de diminuir a seguran�a do usu�rio. Eles est�o ocorrendo com muita frequ�ncia e v�o continuar assim por muito tempo, porque n�o houve tempo suficiente para fazer todos os testes necess�rios. A popula��o tem de ter muita paci�ncia”, diz.

Segundo o diretor-executivo da Associa��o Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, Marcos Bicalho dos Santos, quase todas as falhas do BRT de BH tamb�m ocorreram no in�cio da implanta��o do sistema em atividade no Rio de Janeiro, o Transoeste, inaugurado em junho de 2012. “Nenhum desses problemas � grave, mas alguns interferem na seguran�a do sistema e devem ser vistos com mais aten��o, sobretudo a invas�o da pista exclusiva por pedestres. No Rio, ocorreram atropelamentos. Monitores de tr�nsito devem orientar a popula��o”, afirma. “Talvez com 15 dias de opera��o, a maioria desses problemas seja solucionada”, acredita.


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