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Estado de Minas

Roupas produzidas em pres�dio de Juiz de Fora fazem sucesso no Minas Trend Preview

Pe�as de de tric� e croch� feitas pelos presos entraram no mundo luxuoso da moda e s�o a linha de frente de produ��o de uma conceituada grife mineira


postado em 11/04/2014 06:00 / atualizado em 11/04/2014 07:25

Luiz Paulo, Raquell Guimarães, da Doisélles, e Sandro mostram as peças fabricadas na penitenciária da Zona da Mata(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Luiz Paulo, Raquell Guimar�es, da Dois�lles, e Sandro mostram as pe�as fabricadas na penitenci�ria da Zona da Mata (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

No c�rcere, agulhas de tric� e croch� se tornaram a chave da liberdade. A cada ponto, a renova��o das esperan�as de um futuro al�m das grades. Talentos aprisionados que, com uma dose de confian�a e oportunidade, est�o mostrando ao mundo o significado de uma nova escolha. Detentos da Penitenci�ria Professor Ariosvaldo Campos Pires, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, entraram no mundo luxuoso da moda e s�o a linha de frente de produ��o de uma conceituada grife mineira. Pe�as exclusivas feitas com uma t�cnica aprimorada para passar os fios de um lado a outro ganharam passarelas e lojas do Brasil e pa�ses das Am�ricas, Europa e �sia. Ontem, durante o Minas Trend Preview, no Expominas, em Belo Horizonte, dois presidi�rios tiveram a chance de ver de perto, pela primeira vez, o resultado do trabalho.

A estilista Raquell Guimar�es, dona da Dois�lles, tem no tric� e no croch� a mat�ria-prima de suas cole��es. Uma atividade tipicamente feminina ganhou ares de modernidade por meio dos olhares masculinos e de agulhas diferenciadas – da espessura de um cabo de vassoura, permitem fazer pontos mais largos e abusar da criatividade. “Esse trabalho � feito normalmente por artes�s, que n�o t�m o compromisso com prazo de entrega e produ��o em s�rie. Queria treinar um grupo com a pegada manual, mas profissionalismo”, conta. De todos que pensou, o de presidi�rios foi o que mais a emocionou. “Eles s�o esquecidos pela sociedade, que os prende no c�rcere pensando que o problema est� resolvido. Fiquei encantada com a possibilidade de eles entrarem nesse universo luxuoso, exigente e rico, que � o da moda”, ressalta.

Ao entrarem no pr�dio do Expominas, a emo��o era vis�vel. O detento Luiz Paulo Pacheco da Silva, de 33 anos, bem que tentou, mas n�o conseguiu esconder o choro. Pela primeira vez em 12 anos, ele via as cores da rua. “N�o tem explica��o. Sair de l� e vir para um lugar bonito desses, sabendo que o trabalho est� sendo valorizado. Espero continuar nesse projeto e melhorar cada dia mais”, disse. Em meio a sess�o de fotos e v�deo, a admira��o de ver pendurada nos cabides, expostas para quem quisesse ver, as roupas que as m�os teceram. “� o nosso trabalho sendo reconhecido no Brasil e l� fora.”

ORGULHO Colega de trabalho, Sandro Heleno dos Santos, de 31, se orgulha em dizer que ganha, quarta-feira, a liberdade e uma profiss�o. Cheio de sorrisos e pose de modelo, ele aposta num futuro promissor. “Vou me empenhar cada vez mais. Nunca pensei chegar a esse ponto. Entrei na vida errada, hoje sou outra pessoa. Ainda h� muito preconceito em rela��o aos presidi�rios, mas agora todos podem ver que n�s tamb�m temos talento”, relata, com alegria de quem j� tem em m�os uma carta de emprego para continuar o trabalho.

A pr�pria Dois�lles tem contratado detentos que ganham a liberdade. De acordo com a diretora da penitenci�ria, �ndrea Val�ria Andrias Pinto. Atualmente, 18 presidi�rios est�o na linha de montagem e outros 20 est�o aptos ao trabalho. Todos os trabalhadores t�m rendimentos por produ��o. O subsecret�rio de Administra��o Prisional, Murilo Andrade de Oliveira, da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informa que, atualmente, 13 mil presos trabalham em Minas Gerais e 6,6 mil estudam.

No caso das pe�as produzidas em Juiz de Fora, todas ganham passarelas e lojas de importantes centros da moda, como Paris, Nova York e T�quio, com um selo de origem. “Fa�o quest�o de mostrar que a beleza delas � a beleza da transforma��o e da hist�ria desses homens”, afirma Raquell.


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