
Em Belo Horizonte, a exemplo dos demais munic�pios da Regi�o Metropolitana, o n�mero de roubos cresceu nos dois primeiros meses de 2014 em compara��o com o ano passado. Em 2013, em m�dia, 2.379 pessoas foram roubadas por m�s na capital. Nos dois primeiros meses de 2014, esse n�mero subiu 12.9% , e j� s�o quase 2,7 mil v�timas a cada m�s em BH. De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), os alvos mais comuns s�o os pedestres, enquanto o objeto mais roubado � o celular. A Pol�cia Civil afirma que o Hipercentro � a regi�o onde os roubos mais acontecem e, nesse caso, as armas brancas se destacam, como facas, estiletes, cacos de vidro, entre outros. J� nos bairros e nas �reas comerciais de regi�es como Venda Nova, considerada zona quente para esse tipo de crime, a arma de fogo sobressai e aparece na maioria dos casos, assustando as v�timas.
O hor�rio de pico das 7h30, quando normalmente o movimento � grande, em fun��o dos deslocamentos normais de um dia de trabalho, n�o foi suficiente para garantir a seguran�a do banc�rio Marcelino Rodrigo de Resende Costa, de 32 anos. Em mar�o, ele saiu para passear com o cachorro na porta de casa, no Bairro Planalto, Regi�o Norte da capital, antes do servi�o. “Um homem colocou um rev�lver no meu olho e levou meu celular. Fiz o registro da ocorr�ncia, a PM fez uma busca, mas ele n�o foi encontrado”, conta Marcelino, que teve um preju�zo de R$ 1,8 mil com o roubo. Uma semana depois, ele lembra que viu o mesmo assaltante, dessa vez com um comparsa, atacando um casal na mesma regi�o. “Os moradores pagam vigilantes, que fazem ronda de moto, mas o bairro � muito escuro, e � f�cil escapar. Caiu na Pedro I, ningu�m acha”, diz ele.
H� uma semana, a auxiliar de escrit�rio Maria L�cia Lima dos Santos, de 35, sentiu na pele o medo de ser amea�ada por um bandido armado no Centro da capital. Ao sair de um bar na Rua dos Guajajaras na companhia de outra pessoa, foi surpreendida por dois homens no cruzamento das ruas Esp�rito Santo e Goitacazes. “Um deles puxou a bolsa do meu amigo e saiu gritando que ele tinha perdido. O outro veio na minha dire��o e pegou minha bolsa. Vi um objeto prateado muito semelhante a uma arma na cintura dele. S� de passar por uma situa��o dessas j� foi terr�vel. A sensa��o � muito ruim. Por sorte, as perdas foram s� de cart�es e dinheiro imagina se ele atira?”, lembra ela.
Em fevereiro, a Pol�cia Militar anunciou, depois de receber orienta��o do ex-governador Antonio Anastasia, o refor�o no policiamento nas ruas da Grande BH. Na ocasi�o foram criados dois batalh�es, cada um com 400 integrantes, somente com militares que trabalham na administra��o da pol�cia. Outra unidade formada apenas por alunos, entre sargentos e futuros tenentes, colocou na opera��o mais 400 policiais, totalizando refor�o de 1,2 mil militares. Durante o lan�amento do efetivo, o coronel M�rcio Sant’Ana, comandante-geral da corpora��o, disse que as autoridades n�o poderiam fugir da realidade do aumento da criminalidade, e que o objetivo da medida era diminuir as estat�sticas e aumentar a sensa��o de seguran�a da popula��o. A reportagem procurou a Pol�cia Militar para repercutir novamente os n�meros e avaliar o trabalho do refor�o policial, mas ningu�m foi encontrado para comentar o assunto. O secret�rio R�mulo Ferraz afirmou que em BH existem atualmente 195 c�meras de monitoramento e que a PM est� licitando mais 128. J� a Prefeitura de BH vai instalar mais 160 at� o fim do ano, o que, segundo o secret�rio, vai inibir bastante o n�mero de roubos na capital.
CIDAD�O DEVE PARTICIPAR O delegado Anderson Alc�ntara, chefe do 1º Departamento da Pol�cia Civil, diz que a corpora��o prende assaltantes praticamente todos os dias, e que em 2013 o n�mero de inqu�ritos conclu�dos sobre roubos aumentou 38%. Ele acredita que o incremento do policiamento preventivo � importante, mas aponta outras estrat�gias que poderiam ajudar a melhorar a seguran�a. “Temos muitas �reas onde acontecem os roubos, que est�o completamente degradadas. Essa situa��o de abandono contribui para fomentar a marginalidade. Na Pra�a da Esta��o, por exemplo, onde era comum cerca de 20 assaltos todos os dias, houve uma revitaliza��o que melhorou muito a situa��o, principalmente com uma ilumina��o melhor”, diz o delegado.
O chefe da PC em BH acredita tamb�m que as pessoas devem participar mais das discuss�es sobre seguran�a e ficar atentas a determinadas atitudes, para evitar a a��o de ladr�es. “Uma das coisas que devemos evitar � estacionar o ve�culo em locais ermos. Isso favorece o trabalho dos bandidos”, afirma. Alc�ntara lembra que � importante conhecer os vizinhos, para criar uma rede de informa��es que permita perceber qualquer problema mais r�pido. Por fim, o delegado faz um apelo � popula��o no que se refere as c�meras de seguran�a, mecanismo que muitos im�veis j� possuem na capital. “Tenho in�meros casos de imagens gravadas que podem ajudar a resolver crimes que n�o chegam at� a pol�cia. Tamb�m estamos � disposi��o para orientar quem precisar no posicionamento correto dessas c�meras, para o melhor aproveitamento dos recursos”, completa o policial.