
Os crimes violentos contra o patrim�nio s�o a principal preocupa��o dos moradores e comerciantes da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Dados obtidos pelo Estado de Minas mostram que os �ndices de roubos registrados pelas pol�cias Militar e Civil nos dois primeiros meses de 2014 est�o crescendo em um ritmo acelerado em compara��o com o ano passado.
O aumento da viol�ncia � generalizado. Dos 34 munic�pios da Grande BH, em 24 a m�dia desse tipo de crime em janeiro e fevereiro � superior � de 2013. Em dois (Brumadinho e Esmeraldas), o patamar � o mesmo, e s� oito est�o abaixo dos percentuais do ano anterior. H� munic�pios em que o o percentual de roubos cresceu 150%, caso de Capim Branco (veja quadro). At� as menores cidades da RMBH, como Rio Manso, com pouco mais de 5,5 mil habitantes, enfrentam situa��es de perigo que antes s� eram comuns nos munic�pios maiores, como BH, Betim e Contagem. As autoridades policiais tamb�m se mostram preocupadas e buscam iniciativas capazes de reduzir a inseguran�a.
Em 2013, foram registradas 45.867 ocorr�ncias de roubos na Grande BH, m�dia de 3.823 crimes por m�s. Em janeiro e fevereiro, de acordo com os dados oficiais, foram 8.780 ocorr�ncias, m�dia de 4.390 registros mensais, com um incremento de 14% em rela��o � m�dia do ano anterior.
Em Rio Manso, apesar do baixo n�mero absoluto de ocorr�ncias – foram apenas seis roubos em 2013 – este ano, em dois meses, j� s�o quatro assaltos na cidade, o suficiente para deixar a popula��o assustada. Como todos se conhecem no pequeno munic�pio, os coment�rios a respeito dos roubos se espalham e se tornam assunto obrigat�rio nas rodas de conversa.
Em janeiro, dois homens armados invadiram um supermercado no Centro de Rio Manso, segunda menor cidade da RMBH. Em 14 anos de funcionamento do estabelecimento, foi a primeira vez que os propriet�rios passaram pela situa��o. “Costumava ser raridade esse tipo de coisa aqui em Rio Manso. Hoje, n�o � mais, as pessoas est�o preocupadas. No nosso caso, n�o houve viol�ncia, mas o simples fato deles entrarem armados j� nos deixou muito apreensivos”, diz Eduarda T�nia Braga, 23 anos, uma das donas do supermercado.

O sargento Rafael Silva Barros, que comanda a unidade, diz que a aus�ncia de sinal de celular na rodovia � um problema, j� que a v�tima fica sem condi��o de pedir socorro quando � assaltada na estrada. “Assumi o comando em 17 de fevereiro e j� fizemos uma audi�ncia p�blica com a popula��o para discutir a viiol�ncia. Temos tentado dar aten��o especial � entrada da cidade, para tentar resolver o problema da rodovia mais vulner�vel”, diz o sargento.
Uma das donas de um dep�sito de materiais de constru��o em Rio Manso, Marcela Morais Parreiras, de 27, conta que a casa onde mora com a fam�lia j� foi invadida cinco vezes, sendo quatro furtos, o �ltimo em fevereiro, e um roubo, h� cerca de tr�s anos. “Muitas pessoas de fora est�o chegando, e isso � complicado. Todo dia aparece um aqui no dep�sito contando algum crime”, diz ela.
SENSA��O HORR�VEL Nas maiores cidades, caso de Betim, terceiro munic�pio mais populoso da Grande BH, com 406.474 moradores, o volume de assaltos � muito grande e o crescimento das estat�sticas � uma realidade. Em 2013, o n�mero de crimes violentos contra o patrim�nio registrados no munic�pio foi de 3.633, m�dia de 303 ocorr�ncias por m�s. Em janeiro e fevereiro, o n�mero total de ocorr�ncias foi de 662, m�dia de 331 crimes a cada m�s, incremento de 9,24%. Na Avenida Amazonas, Centro do munic�pio, � f�cil encontrar comerciantes que j� passaram por momentos de terror na m�o de assaltantes. Em outubro, a funcion�ria de uma loja de bijuterias Gislaene Miranda, de 26, ficou sob a mira de uma arma. “Duas meninas entraram mais cedo e depois sa�ram. No fechamento, por volta de 18h30, elas voltaram, sendo uma com a mochila aberta mostrando a arma. Levaram R$ 1,3 mil do caixa”, diz a vendedora. Mesmo com a pris�o das duas, que portavam uma arma de brinquedo, o susto com as amea�as e com a situa��o foi t�o grande que ela precisou de ajuda para ir embora. “Meu marido teve que me buscar. Nunca tinha passado por uma sensa��o t�o horr�vel”, diz ela.
As ocorr�ncias frequentes de roubo no Centro de Betim motivaram um conv�nio entre Pol�cia Militar e lojistas. Cinquenta e nove lojas possuem um controle que, se acionado, faz contato com a central da PM. “Em menos de cinco minutos eles est�o na porta”, diz Gislaene. Quem tamb�m tem o controle � uma loja de roupas na Rua Coronel Jos� F�lix, onde trabalha a funcion�ria Helena Souza, de 19. Ela foi surpreendida por um assaltante no in�cio do ano e achou que ia morrer. “Ele chegou na maior tranquilidade e, armado, anunciou o assalto. Falou que queria s� dinheiro e me xingou de todos os nomes”, afirma Helena.
A funcion�ria imaginou que seria morta quando tentou esconder a informa��o sobre a quantia que estava na m�quina registradora. “Ele me perguntou se tinha mais na parte de tr�s da loja e falei que n�o, mas uma colega que estava perto deu a entender que sim. Ele nos levou at� o fundo para roubar mais”, afirma. O preju�zo superou R$ 1 mil, mas o pior foi o susto. “Chorei demais quando lembrei que pus minha vida em risco”, completa.
PERIGO EM ALTA
M�dia mensal do crescimento do n�mero de roubos na RMBH (2013/2014)
Belo Horizonte 12.9%
Contagem 21%
Betim 9.2%
Ribeir�o das Neves 2.38%
Santa Luzia 12.5%
Sabar� 51.51%
Vespasiano 9. 37%
Ibirit� 10.34%
Nova Lima 25%
Igarap� 41.17%
Juatuba 11.53%
S�o Joaquim de Bicas 60.86%
Mateus Leme 90.47%
Matozinhos 47.61%
Caet� 57.14%
Sarzedo 110%
Itatiaiu�u 100%
Itaguara 78.57%
M�rio Campos 78.57%
Capim Branco 150%
Baldim 100%
Florestal 100%
Rio Manso 300%
Rio Acima 100%
Cidades onde o percentual de roubos diminuiu
Pedro Leopoldo -12.5%
Lagoa Santa -14.7%
S�o Jos� da Lapa -44.5%
Raposos -83.4%
Confins -23.1%
Jaboticatubas -27%
Taquara�u de Minas -16.7%
Nova Uni�o *
* N�o foram registrados roubos nos 2 primeiros meses de 2014 em Nova Uni�o. Em 2013, foram 8 ocorr�ncias.
Fonte: Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds)