
A m�e gentil explica � dupla de pequenos em cal�as curtas: “Est�o vendo essa terra vermelha na m�o da mam�e? Pois �… se a gente n�o abra�ar as montanhas, tudo aqui pode ficar assim”. Os garotos se olham, sorriem para a melhor mulher amiga, e seguem rumo ao topo do mundo. Cena que se repete pelo caminho, com pais e filhos mi�dos em prosa sobre a import�ncia da preserva��o da natureza. � a s�tima edi��o do “Abrace a Serra da Moeda”, que reuniu, no Dia de Tiradentes, em Brumadinho, ativistas e simpatizantes de v�rias cidades da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Estima-se cerca de 10 mil protetores no ato simb�lico em prote��o das 31 nascentes do lugar.
O movimento liderado pela Organiza��o N�o-Governamental (ONG) Abrace a Serra da Moeda, com o apoio do Condom�nio Retiro do Chal�, agrupou, pelo menos, dez outros grupos de ambientalistas atuantes pela causa. Laura Barezani, de 4, dona de sorriso sem igual, fala sobre os ensinamentos da m�e: “A gente t� aqui porque quanto mais as pessoas cavarem, mais as cachoeiras v�o ficar sem �gua”. Adriana Barezani, de 40, moradora do Bairro de Lourdes, n�o quer que a filha cres�a de costas para as responsabilidades “de todos” com o meio ambiente.
Breno Franco, de 59, levou a fam�lia para aumentar o abra�o. “Escolhi Casa Branca para criar meus filhos perto da natureza. Este movimento � muito importante pelo futuro. � entender que preservar agora significa cuidar do amanh�”, ressalta. Para o empres�rio, “infelizmente”, o grande desafio ainda � a falta de educa��o “ambiental e social”. Artur, de 5, e Telma, de 3, muito � vontade nas montanhas, roubam a cena junto �s bandeiras da causa. Dupla alegria para a mam�e Andreia. Cristiane e Pedro, de 10, refor�am o pequeno ex�rcito levado por Breno Franco ao topo do mundo.
Somam-se fam�lias inteiras, ali, para o grande abra�o de extens�o a perder de vista. Beatriz Vignolo, de 29, lideran�a do movimento, conta a hist�ria de lutas intermin�veis, desde 2007, pela prote��o das nascentes, da fauna e da flora da regi�o. “Minas Gerais � caixa d’�gua do pa�s. A gente sente muito orgulho de ver a causa mobilizando tanta gente, inclusive de outros movimentos. � uma corrente que se amplia pelas serras e �guas de Minas”, sorri.
Alexandre Rattes, de 50, presidente do condom�nio Retiro do Chal�, chama a aten��o n�o s� para os males da minera��o, mas tamb�m para a ocupa��o desordenada do horizonte, “tanto de um lado, quanto do outro”, da Serra da Moeda. O m�dico conta, s� nos limites do condom�nio, 28 pequenas nascentes que merecem mais respeito. No entorno, nos distritos de Brumadinho, Alexandre fala em pelo menos 50 mil pessoas, dependentes das �guas daquela paisagem.
O dia 21 de abril foi escolhido em homenagem ao hist�rico movimento de resist�ncia dos mineiros contra a explora��o dos recursos naturais do estado. No encontro de v�ria gera��es, unidas pela “M�e d’�gua”, a Guarda de Mo�ambique de Nossa Senhora do Ros�rio e S�o Benedito, do povoado de C�rrego Ferreira, em Brumadinho, cantou em ora��o pelo abra�o dos abra�os. Nas vizinhan�as do Vale do Paraopeba, outras cinco a��es simb�licas est�o programadas para as pr�ximas semanas.