
“Risco � a potencialidade de que ocorra um acidente, um desastre, um evento f�sico que resulte em perdas e danos sociais ou econ�micos”. A defini��o est� na Pesquisa de Informa��es B�sicas Municipais (MUNIC) 2013, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), nesta quarta-feira. Levando em conta esse conceito, os pesquisadores percorreram cidades para saber, entre outros dados, como as prefeituras est�o preparando a gest�o de risco e resposta a desastres.
Um dos dados que chama aten��o � n�mero de unidades de Corpo de Bombeiros no pa�s. A pesquisa mostra que apenas 14% (779) munic�pios em todo o Brasil t�m sede da corpora��o, sendo que 97,4% desse total est�o em cidades maiores, com mais de 500 mil habitantes. Em Minas, apenas 60 dos 853 munic�pios t�m unidades do Corpo de Bombeiros, cerca de 7% . Apesar dos n�meros, a corpora��o afirma que atua��o � maior, porque h� o deslocamento de unidades a cidades vizinhas. Segundo a corpora��o, s�o cerca de 70 pontos de atendimento distribu�dos em 10 batalh�es, um batalh�o de opera��es a�reas, al�m de unidades subordinadas.
Um quadro parecido ocorre na quantidade de localidades com Coordena��o Municipal de Defesa Civil (Comdec). Em Minas, dos 853 munic�pios, pouco mais da metade (499) t�m a coordena��o ou alguma estrutura para atuar como Defesa Civil, conforme o dado do IBGE. A informa��o diverge do levantamento apresentado pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) que informa 713 cidades com �rg�os Municipais de Prote��o e Defesa Civil.
Desastres
Quando se fala em risco e atua��o de bombeiros ou Defesa Civil, logo se pensa nos desastres como alagamentos, deslizamentos, enchentes e inunda��es. Minas se destaca nacionalmente pela grande quantidade de deslizamentos de taludes e encostas, principalmente onde se concentram ocupa��es irregulares. No estado, 225 cidades registraram ocorr�ncias dessa natureza nos �ltimos cinco anos, sendo quem em 16 houve mortes.
Exemplo de trag�dia com deslizamento de terra � a que ocorreu em Sardo�, no Vale do Rio Doce, em dezembro de 2013. Seis pessoas morreram soterradas quando a casa foi atingida pelo deslizamento durante a chuva. O acidente n�o est� relatado na pesquisa do IBGE, que coletou dados at� novembro, mas ilustra o cen�rio desafiador que o estado enfrenta em rela��o aos desastres em taludes. Mesmo tendo uma Comdec, com cinco funcion�rios, Sardo� passou dias de ang�stia na busca pelos corpos e medo de novos deslizamentos.
Em todo Brasil, nos munic�pios com �reas de taludes e encostas sujeitas a deslizamentos, os locais com ocupa��es irregulares concentraram 48,0% dos eventos de escorregamentos. Minas Gerais tem maior n�mero de munic�pios com �reas de ocorr�ncias relacionadas � ocupa��o irregular: 119.
O IBGE tamb�m mapeou outros tiros de acidentes. Em Minas, 345 (40,4% do total) munic�pios foram atingidos por alagamentos e processos erosivos nos �ltimos cinco anos. O �ndice mineiro � maior que o nacional, que ficou em 37,1% de cidades, por�m menor que os estados do Amazonas (43,5%), Esp�rito Santo (44,9%) e Rio de Janeiro (55,4%). No levantamento sobre enchentes, Minas tem 287 (33,6% do total) cidades que foram atingidas nos �ltimos cinco anos, taxa tamb�m acima da nacional, que ficou em 27,7% de munic�pios.
A pesquisa
A MUNIC 2013 apresenta dados relativos � gest�o e � estrutura dos munic�pios, a partir da coleta de informa��es sobre sete temas, contemplando quest�es relacionadas ao perfil dos gestores municipais, recursos humanos, legisla��o e instrumentos de planejamento, sa�de, meio ambiente, pol�tica de g�nero e gest�o de risco e resposta a desastres. Em sua 11ª edi��o, a pesquisa investigou todos os 5.570 munic�pios. A coleta foi realizada entre mar�o e novembro de 2013, tendo como informantes as prefeituras e seus setores.