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Estado de Minas

Antiga hospedaria usada por exploradores de ouro abrigar� centro cultural em Ouro Preto

Casa Bandeirista, no distrito de Amarantina, passa por obras h� um ano e meio e j� consumiu R$ 1,4 mi


postado em 06/05/2014 06:00 / atualizado em 06/05/2014 08:38

Erguida entre o fim do século 17 e o início do 18, a construção tombada pelo Iphan passou por uma reforma e ganhou anexo para feiras, exposições e outras atividades(foto: JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS)
Erguida entre o fim do s�culo 17 e o in�cio do 18, a constru��o tombada pelo Iphan passou por uma reforma e ganhou anexo para feiras, exposi��es e outras atividades (foto: JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS)

Uma das mais antigas constru��es de Ouro Preto – a Casa Bandeirista, no distrito de Amarantina, a 28 quil�metros da sede – est� pronta para se transformar em centro cultural e de eventos sob a administra��o da comunidade local. Este m�s, a prefeitura dever� assinar conv�nio com uma associa��o para transferir o im�vel erguido entre o fim do s�culo 17 e in�cio do 18 e tombado pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) em 1963. Conhecida tamb�m como Casa de Pedras ou Setecentista, a imponente edifica��o, localizada pr�ximo � igreja do padroeiro S�o Gon�alo do Amarante, teve obras iniciadas h� um ano e meio e ganhou um anexo para realiza��o de feiras, exposi��es, palestras e outras atividades.

Entusiasmado com o resultado dos servi�os na Casa Bandeirista, que consumiram R$ 1,4 milh�o, recurso pr�prio do Iphan mais contrapartida da municipalidade nos projetos, o presidente da Associa��o de Cavaleiros Mestre Nico de S�o Gon�alo do Amarante, C�sar Augusto Elias Alves, informou ontem que a entidade vai se reunir em assembleia para dar uma resposta: “� um equipamento da maior import�ncia para Amarantina. N�o � f�cil nem simples cuidar da gest�o de algo assim, mas vamos decidir da melhor forma poss�vel”.

J� o secret�rio municipal de Cultura e Patrim�nio, Jos� Alberto Pinheiro, se mostra esperan�oso de que o acordo seja firmado logo. “� melhor com uma associa��o j� existente e tradicional do que com outra criada s� para esse fim”, explicou.

Quem chega ao distrito, j� famoso pelo Museu das Redu��es, se impressiona agora com a Casa Setecentista, dona de pared�o de pedras irregulares e sobrepostas, de uma jabuticabeira-guardi�, gramado bem tratato e uma placa, na entrada, revelando a import�ncia dela na hist�ria de Ouro Preto, cidade patrim�nio da humanidade. Conforme os estudos, o local servia de hospedaria para os primeiros desbravadores da regi�o das minas de ouro, que podiam passar a noite, preparar os alimentos ou simplesmente dar uma descansada depois das longas caminhadas mato adentro.

O secret�rio destaca a destina��o do espa�o anexo para valorizar produtos da comunidade, como doces, quitutes e quitandas, entre elas saborosas roscas. “O ideal � que haja um estande para demonstra��o e venda, dentro do conceito de sustentabilidade”, afirma, lembrando que a prefeitura dar� todo o suporte � gest�o da entidade. “A Casa Bandeirista, por sua vez, � o grande espet�culo, uma atra��o. A proposta � que abrigue o acervo da cavalhada, como os adere�os, uniformes, selas etc., e tamb�m exposi��es de fotografias e pinturas”, afirma. A ideia � que, nessa �rea, n�o haja mobili�rio, deixando-a vazios para que as pessoas possam admirar a estrutura de pedras e cada canto da constru��o.

 

Associação local deverá administrar a edificação tricentenária em convênio que será assinado neste mês(foto: JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS)
Associa��o local dever� administrar a edifica��o tricenten�ria em conv�nio que ser� assinado neste m�s (foto: JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS)

CAVALHADA

Com 258 anos de hist�ria, a cavalhada de Amarantina tem seu ponto alto em setembro, quando ocorre a festa com a presen�a de muitos visitantes. “Ela � patrim�nio imaterial de Ouro Preto”, orgulha-se C�sar Augusto. Por isso mesmo, o restauro da casa era uma antiga reivindica��o dos moradores, que assistiam � degrada��o do monumento sem possibilidade de obter recursos para a conserva��o. Antes do in�cio do projeto, havia ru�nas.

Para o chefe do escrit�rio t�cnico do Iphan em Ouro Preto, arquiteto Jo�o Carlos Cruz, “torna-se fundamental a apropria��o desse patrim�nio pela comunidade”. A inaugura��o ocorreu em fevereiro e, embora ainda sem atividades, o pr�dio pode ser visitado diariamente. Segundo Jo�o Carlos, o espa�o recuperado criou um ambiente de refer�ncia para mostras culturais e eventos � disposi��o da comunidade.

A representante da comunidade, C�ssia Vitorino, est� satisfeita. “Esperamos que sejam realizadas oficinas educativas e a��es para preservar a mem�ria cultural do nosso distrito”. C�ssia acredita que a Casa de Pedra trar� desenvolvimento para a arte e artesanato da regi�o. Tamb�m satisfeito est� o funcion�rio Wesley Pierre Henrique, de 18 anos, que traz a hist�ria de Amarantina na ponta da l�ngua. “Convivem aqui o antigo e o moderno. Grande parte da nossa hist�ria passa por estas paredes de pedra e temos que conservar muito bem”, diz o jovem, mostrando as marcas de um antigo forno usado pelos bandeirantes.

Foram muitos os servi�os executados na Casa Bandeirista, sob supervis�o do Iphan, incluindo estudos arqueol�gicos. Uma equipe de especialistas passou dois meses em Amarantina dedicada � escava��o do terreno em busca dos vest�gios do passado, fazendo ainda um mapeamento dos c�modos. O formato de um forno permitiu a identifica��o da cozinha antes mesmo das escava��es. Depois de encontrados objetos hist�ricos – armas, azulejos, moedas etc. - , o monumento passou pelo processo de elimina��o e preven��o de cupins e recupera��o da estrutura. Paralelamente aos trabalhos nas ru�nas, foi constru�do o anexo, que, al�m de sediar eventos, abriga banheiros, sal�o e escrit�rio para administra��o do local.


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