
O in�cio da Copa do Mundo hoje, com a presen�a de turistas, delega��es e autoridades, vai testar se Belo Horizonte realmente conseguiu se preparar e garantir seguran�a, sa�de, mobilidade, lazer, servi�os e hospitalidade. O maior volume de investimentos foram melhorias nos transportes e no policiamento. Desde o in�cio da semana, a chegada de turistas estrangeiros, principalmente latino-americanos, come�ou a colorir com suas bandeiras atra��es como a Igrejinha de S�o Francisco e os arredores do Mineir�o, na Pampulha.
As primeiras impress�es de estrangeiros s�o positivas. Um trio de colombianos que chegou na ter�a-feira de Medell�n disse ter se sentido t�o seguro que alugou bicicletas no Centro de BH para pedalar na Ant�nio Carlos at� o Mineir�o. Afirmaram tamb�m que tiveram boa recep��o, receberam panfletos e mapas com informa��es no aeroporto e no hotel e aguardam ansiosos pela estreia de sua sele��o, s�bado, contra a Gr�cia, no Mineir�o.
O deslocamento dos tr�s amigos colombianos pela Ant�nio Carlos causou manifesta��es bem humoradas de motoristas que passavam pela vida e mostrou que alguns desafios foram vencidos. Em demonstra��o clara de hospitalidade e irrever�ncia, condutores de carros e �nibus gritaram “Brasil” para os colombianos e houve at� quem reconhecesse a bandeira deles e desse apoio aos turistas, entoando um “vai Col�mbia”.
Os engenheiros Jhon Tabares, de 27 anos, e Andr�s Barrera Ospina, de 27, pararam algumas vezes para descobrir o melhor caminho a seguir pelo mapa distribu�do pela prefeitura. Enquanto isso, o amigo deles, o comunicador social Juan Giraldo, de 32, se arriscou a pedir informa��es a frentistas de um posto de gasolina – ele arranhando o portugu�s e os trabalhadores, o portunhol. “A cidade me pareceu tranquila e muito f�cil de se deslocar por ela”, disse Andr�s. “Havia poucos policiais nas ruas, mas n�o vimos nada que representasse perigo”, contou Juan. “As pessoas com quem nos encontramos foram muito educadas e prestativas”, afirmou Jhon.
O principal investimento da cidade foi feito na implanta��o do BRT/Move, que inaugurou dois corredores exclusivos e quatro esta��es de integra��o, ao custo de R$ 1 bilh�o. Com o sistema de transporte, uma pessoa que se encontra no Centro pode chegar ao Mineir�o em 15 minutos.
Prevista para receber cerca de 20 mil pessoas em cada um dos 16 dias em que funcionar� com entrada franca, a Fan fest deixou de ser instalada na Pra�a da Esta��o e migrou para o Expominas, em esfor�o para n�o ser afetada por poss�veis manifesta��es, mas a mudan�a acabou tirando o evento da rota do BRT/Move. Quem estiver na Savassi, por exemplo, ter� de usar �nibus das linhas 2151, 2104, 62, 33 e 3050 do antigo sistema BHBus. A BHTrans informou que quem estiver na regi�o central pode usar o metr� e descer na Esta��o Gameleira. “Especificamente nos dias de jogos em BH, haver� uma linha saindo do Terminal Copa da Avenida Get�lio Vargas para a Fan fest. No sentido inverso, os usu�rios podem usar o Terminal Copa na Avenida Fleming, com destino � Fan fest no Expominas.
CENTRO DE COMANDO
A seguran�a p�blica � outro desafio, uma vez que al�m de garantir que turistas possam transitar em paz, � preciso lidar com for�as conflitantes como torcidas rivais estrangeiras e v�ndalos e saqueadores que agiram durante a Copa das Confedera��es no ano passado e podem voltar �s ruas. S� o estado escalou 60 mil homens em BH e no interior, al�m da implanta��io de mais c�meras de monitoramento.
Foi criado o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), novo quartel-general das for�as de seguran�a e intelig�ncia de Belo Horizonte, na Cidade Administrativa. O centro custou R$ 38 milh�es e reuniu representantes das pol�cias Federal, Militar, Civil e Rodovi�ria, Guarda Municipal, BHTrans, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Samu, entre outros.
Nos dias de jogos ou de shows na Fan fest, quem tiver problemas de sa�de nas imedia��es da Pampulha e da Gameleira poder� contar com a estrutura de socorro das ambul�ncias e os postos m�dicos da Copa do Mundo.
Al�m dos leitos para terapia intensiva, ortopedia e cl�nica de sete hospitais refer�ncia (Jo�o XXIII, Risoleta Neves, das Cl�nicas, Odilon Behrens, Alberto Cavalcanti, Julia Kubitschek e Jo�o Paulo II), mais 60 leitos foram garantidos por outros hospitais. Mas quando n�o houver esquema especial, turistas que precisarem de atendimento poder�o ter dificuldade no Sistema �nico de Sa�de (SUS), uma vez que a recomenda��o � o atendimento em unidades de pronto atendimento (UPAs).
Segundo um integrante do comit� gestor de urg�ncia e emerg�ncia da Secretaria Municipal de Sa�de, Paula Martins, a cidade est� preparada para atendimentos rotineiros e grandes emerg�ncias. “Logo que chega a BH, o turista recebe uma cartilha com informa��es sobre como proceder em caso de emerg�ncia. No site belo2014.com.br, ele tamb�m encontra essas informa��es. Geralmente, quando passam mal, as pessoas voltam para seus hot�is e procuram se informar sobre um local de atendimento mais adequado. Muitos t�m seguro de viagem e v�o para a rede particular”, afirma.
Prefeito de Belo Horizonte destaca legado da Copa
A Copa do Mundo deixa o legado do aprendizado e de conquistas para serem aplicados em obras futuras, na avalia��o do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda. “O maior desafio enfrentado pela prefeitura e por nossos parceiros foi criar um trabalho conjunto para concluir um grande n�mero de empreendimentos em curto tempo, de apenas quatro anos, com tantos empecilhos burocr�ticos, e cumprindo metas com datas que n�o podiam ser prorrogadas”, afirmou. Ele destacou que as obras n�o foram exig�ncia da Fifa e sim acordadas com o governo federal. Antes previstas para m�dio e longo prazo, acabaram sendo antecipadas por causa da Copa.
Lacerda afirmou ainda que as obras federais inacabadas no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na regi�o metropolitana, n�o prejudicam a chegada dos torcedores � capital, prevalecendo a cordialidade e a capacidade dos belo-horizontinos de receber turistas. A hospitalidade, ali�s, foi refor�ada com treinamento de profissionais que lidam diretamente com os turistas, como gar�ons, funcion�rios de hot�is e taxistas. “Houve esfor�o grande para treinar essas pessoas, com uma oferta t�o grande de cursos que nem todas as vagas foram preenchidas. Ainda n�o � ponto ideal, mas fica o aprendizado e o esfor�o.”