
Portunhol alegre, mistura entre o portugu�s dos brasileiros e o espanhol de colombianos e chilenos, foi o idioma oficial da festa na Pra�a da Savassi e no entorno, antes, durante e ap�s a vit�ria do Brasil sobre a Cro�cia. Os gritos de Brasil e at� o Hino Nacional tiveram o refor�o do sotaque dos hermanos latino-americanos. A festa contou com dois palcos, tel�o e cerca de 10 mil pessoas.
Os colombianos eram maioria entre os estrangeiros. Nelson Barreira era um deles e estava na Savassi com um grupo de cinco amigos. Carregando uma bandeira do pa�s de Gabriel Garc�a M�rquez e com muito entusiasmo – ampliado por goles e goles de cerveja – Nelson n�o tem d�vida sobre o futuro de sua Sele��o na Copa: “Vamos passar da primeira fase”. Col�mbia e Gr�cia se enfrentam amanh�, no Mineir�o, na primeira rodada do Grupo C.
Antes de Brasil x Cro�cia, �s 16h30, enquanto a banda tocava o chorinho Brasileirinho, no palco, policiais do Batalh�o de Choque fechavam a Avenida Crist�v�o Colombo, temerosos de que os protestos na Pra�a da Liberdade descessem at� a Savassi e estragasse a festa latino-brasileira.
Mais de 3 mil chilenos s�o esperados em BH. A caravana partiu s�bado do Chile, chega quarta-feira em Cuiab� (MT), onde ir� acompanhar a estreia do time de Vald�via, Vidal e Vargas. Depois, segue para BH. Igor tem v�rios amigos entre os viajantes e muitos pretendem rodar mais de 10 mil quil�metros de motocicleta. O plano dos chilenos � apenas pernoitar em Minas, passando antes na Toca da Raposa, local de concentra��o da Roja para fazer um bandeira�o.
Al�m de colombianos e chilenos, havia outros sotaques na festa. “Vejo que o Brasil chega ao Mundial muito bem preparado, com um time entrosado e apoiado pelos torcedores. Mas as Copas sempre guardam surpresas e h� times que podem aprontar este ano”, diz Mark Karlsen, que veio da Hungria assistir ao torneiro, apesar de sua Sele��o n�o ter se classificado. Os h�ngaros t�m uma hist�ria bonita nas Copas. Em 1954, tiveram uma das melhores times, comandado por Puskas, mas que perdeu a final para Alemanha.

O grupo de japoneses viaja hoje para Recife, onde o Jap�o enfrenta a Costa do Marfim, amanh�, na Arena Pernambuco. J� sobre as chances do Jap�o ele � reticente: “Estamos menos confiantes, mas temos bons jogadores e esperamos repetir as boas atua��es da Copa das Confedera��es”, aposta o japon�s.
A felicidade pela vit�ria da equipe de Felip�o contagiou at� mesmo os torcedores que n�o s�o apaixonados pelo futebol, como o belo-horizontino Breno Mendes, de 21. Entre os milhares que estiveram da Savassi para acompanhar a estreia do Brasil pelo tel�o, instalado entre a avenida Crist�v�o Colombo e Rua Pernambuco, o jovem levava no bra�o o escrito #vaitercopa. “Nem gosto tanto de futebol, mas a Copa � contagiante. Quando chega a hora as pessoas entram no clima”, diz Breno.

No intervalo houve debates entre brasileiros e estrangeiros sobre o desempenho da Sele��o, com goza��es e pitacos de todos os lados. “Vejo que o Brasil come�ou muito assustado, intimidado pela press�o da estreia. Talvez tenha faltado um jogador mais experiente para acalmar os jovens”, avaliou o colombiano Julio Santiago, de 36. No fim, todos festejaram e nem a chuva esfriou o entusiasmo.