A Copa do Mundo mudou a rotina de Belo Horizonte, especialmente de quem mora nas cercanias do Mineir�o, na Pampulha. Em dia de jogo, o tr�nsito complicado faz com que muitas pessoas evitem sair de casa para n�o enfrentar engarrafamento. Algumas at� fazem estoque de comida, com receio de n�o conseguirem chegar ao supermercado ou restaurante mais pr�ximo. Ante o risco de conflitos entre policiais e manifestantes em passeatas, um condom�nio pr�ximo � esquina das avenidas Ant�nio Carlos e Abrah�o Caram – ponto onde se iniciou a maioria dos confrontos de junho de 2013 – distribuiu recomenda��es de medidas de seguran�a para seus residentes.
O engenheiro Claude Mines, de 62 anos, mora no Bairro S�o Lu�s, vizinho ao Mineir�o. No s�bado, quando milhares de colombianos foram ao est�dio para ver a sele��o p�tria vencer a Gr�cia por 3 a 0, Claude n�o saiu de casa. “Fiquei recluso, para n�o pegar confus�o de tr�nsito, ficar agarrado”, conta. Precavido, ele fez uma reserva de comida, n�o apenas para n�o ter que enfrentar engarrafamentos. Tamb�m temia que uma manifesta��o deixasse a regi�o ainda mais conturbada. “Como foi recomendado pela PM aos moradores, fiz uma estocagem para o caso de haver muita bagun�a e n�o ter o que comer. Comprei mais carne, leite, p�o”, disse ele, que � vice-presidente da Associa��o dos Moradores dos Bairros S�o Lu�s e S�o Jos�.
A partida de s�bado n�o deixou o empres�rio Lesley Scarioli, de 72, encontrar a namorada. Ela saiu de casa, no Bairro de Lourdes, Regi�o Centro-Sul, por volta das 10h, mas n�o conseguiu chegar � Pampulha. “Ficou presa em um engarrafamento na Avenida Alfredo Camarate e voltou para casa”, relata. “Em dia de jogo, o tr�nsito fica muito congestionado. A quantidade de carros te impede de sair de casa, mesmo que seja mais cedo. Fica invi�vel. Em dia de Brasil, ent�o, vai ser uma loucura”, acrescenta.
POLICIAMENTO Apesar dos transtornos, Lesley diz que n�o se deparou com problemas habituais em dias de jogos de clubes locais no Mineir�o, como sujeira nas ruas e torcedores urinando diante das casas. “O policiamento est� muito grande. A PM est� fazendo um bom trabalho, protegendo as casas e os moradores. Seria bom se fosse assim em todo campeonato”, elogia.
A menos de um quarteir�o da Ant�nio Carlos, quase em frente ao port�o 1 do c�mpus Pampulha da UFMG, moradores de um condom�nio residencial receberam uma lista com recomenda��es de seguran�a durante a Copa. O medo de novas manifesta��es na Ant�nio Carlos, a poucos metros do condom�nio, foi a principal raz�o para as medidas. “No ano passado, fomos pegos de surpresa. N�o imagin�vamos que haveria aqueles vandalismo. Em meio aos confrontos com a pol�cia, dezenas de manifestantes correram para o condom�nio pedindo socorro, querendo entrar”, lembra uma das subs�ndicas, a dona de casa Deusimar Gomes de Almeida, de 42. “Agora quisemos nos preparar.”