Argentino abandona emprego para acompanhar a Copa

O grande n�mero de argentinos que chegou sem dinheiro, reserva de hotel e ingressos a BH est� arrumando um jeitinho pr�prio para se virar. Eles topam cozinhar, se puderem dormir ou tomar banho na casa de brasileiros. E n�o se incomodam com a falta de lugar para a higiene pessoal. Tamb�m se ajeitam em banheiros p�blicos, como o do rodovi�ria, onde pretendem pernoitar. Um dos casos mais curiosos � o de Gustavo Sattler, de 43, que abandonou o emprego em Santa F� (Argentina) e est� h� 18 dias no Brasil sem pagar di�ria de hotel. Veio de �nibus e de carona. Chegou a BH segunda-feira, vindo do Rio de Janeiro, hospedou-se no Bairro Jaragu�, na Pampulha, na casa da namorada de um rapaz, que ele conheceu no �nibus durante a viagem.

A estadia gratuita veio a calhar, j� que Gustavo n�o pretende pagar por hot�is durante dois meses que pretende ficar no Brasil. Ontem, com o retorno do hermano carioca para o Rio de Janeiro, Gustavo voltou a ficar sem teto, mas sem perder a tranquilidade. “Tenho dinheiro, mas n�o o suficiente para pagar t�o caro pelas di�rias de hotel. Mas tudo se resolve”, contou o argentino, que passou a manh� sentado na cal�ada do Mineir�o, lendo Cem anos de solid�o, de Gabriel Garc�a M�rquez.

O banho e o pernoite de Gustavo j� tinham endere�o, caso ele n�o conhecesse algu�m que pudesse lhe oferecer abrigo. “Eu trouxe uma barraca, mas acho que a pol�cia n�o vai me permitir mont�-la na rua. Por aqui n�o h� �reas de campings como em cidades argentinas. Devo dormir na rodovi�ria e amanh� (hoje), logo ap�s o jogo, viajo para Porto Alegre.

Cinco amigos das prov�ncias de Salta e de S�o Miguel de Tucum�n vieram de van e a primeira parada em BH, na viagem de volta do Rio, foi o estacionamento da rodovi�ria. Das bagagens espalhadas pelo ve�culo adaptado para o passeio retiraram roupas e produtos de higiene pessoal. “Paramos aqui para tomar banho e escovar os dentes. Daqui vamos para o Mineir�o, onde vamos encontrar um grupo de argentinos. N�o vamos ficar em hotel porque o momento financeiro na Argentina � muito ruim e nosso dinheiro vale pouco na convers�o para o real”, afirmou o comerciante Christian Adanto, de 40.