
A universidade calcula que entre tr�s e 10 pessoas tenham participado do movimento, dissidente de uma outra ocupa��o, que come�ou no �ltimo dia 6 e terminou uma semana depois. O ponto cr�tico teria ocorrido no fim de semana, quando cinco integrantes foram para a portaria da Avenida Abrah�o Caram afixar uma faixa em espanhol com dizeres sobre os mortos nas obras do est�dios brasileiros para a Copa e se depararam com dezenas de guardas.
Estudante do 7° per�odo de ci�ncias sociais, Larissa Dulce Antunes conta que ao se aproximar da cerca foi puxada pela blusa por um deles. “Ele me deu um soco no nariz e, com o impacto, bati num poste e ca� desacordada.” Estudante do mesmo curso, Frederico Lopes, do 10° per�odo, diz que cortou a m�o ao ter a bandeira que segurava retirada por outro seguran�a. Ele afirma que pegou a c�mera para registrar os fatos e foi perseguido pelos seguran�as.
“Corri para a Reitoria, onde pensei estar seguro, mas eles vieram atr�s de mim em duas caminhonetes. Joguei a c�mera na barraca e segui para o banheiro. Dois guardas me pegaram, me deram um soco no peito e depois um pontap�”, relata. “Os estudantes que ficaram aqui tentaram abrir a porta para me ajudar e um deles foi agredido tamb�m com um chute.”
O grupo assume que, depois do epis�dio, quebrou quatro vidros e uma c�mera de vigil�ncia. Os alunos relatam ainda ter chamado representantes dos direitos humanos e sido encaminhados para o Minist�rio P�blico, onde foram ouvidos por uma promotora e teriam feito exame de corpo de delito.
Os estudantes temem o resultado do processo administrativo, j� que podem responder pelo dano ao patrim�nio. E pedem um momento na reuni�o do conselho para explicar o ato. “N�o � poss�vel que os vidros valer�o mais que a agress�o. Estamos dispostos a pagar, se for o caso. O que n�o pode s�o os respons�veis pela agress�o sa�rem ilesos”, disse Frederico.
A vice-reitora, Sandra Goulart Almeida, disse que uma comiss�o ser� formada durante a reuni�o do conselho universit�rio para averiguar os casos. Segundo ela, a Pr�-Reitoria de Administra��o, � qual est� ligada a seguran�a, nega ter havido excesso de for�a na a��o. “Nossa posi��o � de sempre manter o di�logo. Temos filmagens que mostram a destrui��o ao patrim�nio e nenhuma prova da agress�o.”
SA�DA
Os integrantes da ocupa��o come�aram a se retirar do sagu�o da Reitoria por volta das 14h30. A reuni�o foi tensa. A professora Marlise Miriam, do grupo de discuss�o de direitos humanos da Faculdade de Filosofia e Ci�ncias Humanas (Fafich) da UFMG, apelou para a possibilidade de eles serem expulsos da universidade para convenc�-los a deixar a Reitoria.
A diretora de Governan�a Internacional, Maria Aparecida Moura, saiu aliviada com o resultado. “Estivemos aqui hoje para prestar nossa solidariedade a eles e para falar da import�ncia do patrim�nio e de ele ser preservado”, disse. “Eles t�m reivindica��es diversas. Algumas do �mbito da universidade e outras n�o, mas � preciso ter di�logo aberto.”