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Estado de Minas

Mundial n�o atrai s� turistas com dinheiro

Sem recursos ou hospedagem, 16 estrangeiros j� pediram ajuda em plant�o para migrantes em BH. Argentino foi mandado para albergue


postado em 06/07/2014 00:12 / atualizado em 06/07/2014 08:02

"N�o posso escolher servi�o. Se precisar pintar uma casa, fa�o" - Mat�as Luengo, turista argentino que foi encaminhado para albergue especializado em acolher migrantes em BH (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

Nem s� de turistas endinheirados vive a Copa do Mundo. No terminal rodovi�rio de Belo Horizonte, o plant�o do Servi�o Social de Atendimento ao Migrante registrou 16 ocorr�ncias desde o in�cio do Mundial. Estrangeiros que n�o sabem se expressar corretamente em portugu�s alegam ter sido roubados e pedem ajuda ao governo para voltar ao pa�s de origem. Entre eles, h� chilenos, colombianos, mexicanos, haitianos e argentinos. Dois foram encaminhados ao Consulado da Argentina em BH e os outros para a Pousadinha Mineira, albergue especializado em acolher migrantes, na Regi�o Central da cidade.


“Atra�dos pela Copa, muitos estrangeiros v�m na sorte. Depois � que v�o tentar saber como arranjar dinheiro para voltar. O n�mero de turistas desamparados deve ser muito maior, porque a maioria desconhece o nosso servi�o”, alerta Desir� Mour�o, coordenadora do Plant�o Social de Atendimento ao Migrante. Com sede na rodovi�ria de BH, o servi�o atende apenas � demanda emergencial.

“N�o tenho morada (casa), trabalho e nem dinheiro. Minha moneda (moeda) vale muito menos aqui”, compara o mochileiro Mat�as Luengas, de 34 anos, natural de C�rdoba, na Argentina. Ele e um colega chegaram ao pa�s h� cerca de 45 dias. Pegando carona, a dupla cruzou estradas de Santa Catarina, Paran� e S�o Paulo at� desembarcar em BH – a cidade-base da sele��o hermana. Embora n�o tenham ingressos para os jogos, os dois querem experimentar o clima da Copa.

Os estrangeiros j� chegam diante dos assistentes sociais com palavras ensaiadas. Ningu�m admite que est� no Brasil por causa do Mundial. “O discurso do turista muda de acordo com a necessidade. Ele sabe do que precisa dizer para conseguir lugar nos abrigos mantidos pela prefeitura”, explica uma das t�cnicas do plant�o, que pede para n�o ser identificada.

�frica

H� cerca de 15 dias, um grupo de torcedores da Tanz�nia, na �frica, apareceu pedindo ajuda no terminal rodovi�rio da capital. Apesar de ter em m�os as passagens a�reas de volta para a �frica, o grupo insistia em seguir de �nibus at� Fortaleza (CE). Independentemente dos argumentos para tentar convencer os assistentes sociais, pesou o fato de que haveria partidas na capital cearense disputadas pelas sele��es de Gana e da Costa do Marfim. Os times acabaram desclassificados.

“N�o houve como atender os jovens africanos. Eles diziam ter sido roubados, mas n�o queriam ir embora. N�o dava para encaminh�-los ao abrigo, pois havia menores de idade no grupo”, explica a coordenadora do Servi�o Social de Atendimento ao Migrante.

O argentino Mat�as Luengas pretende se estabelecer em Belo Horizonte. Formado em linguagem audiovisual, ele aguarda os tr�mites burocr�ticos para obter a carteira de trabalho. O rapaz aceita qualquer emprego. “Estou no Brasil pela natureza e para aprender um idioma estrangeiro. N�o posso escolher servi�o. Se precisar pintar uma casa, fa�o, mas prefiro trabalhar na �rea da gastronomia”, explica, enquanto ajuda a carregar engradados de refrigerante no albergue. Cansado, bebe tr�s copos de �gua seguidos. Para ganhar uns trocados, aprendeu a fazer malabarismo nos sem�foros, o que lhe rendia de R$ 20 a R$ 40 por dia.

“N�o conheci ainda a comida mineira, pois vim com pouco dinheiro. Do pouco que pude provar, fui bem servido. As montanhas de BH lembram C�rdoba, e a cidade n�o me pareceu t�o grande como S�o Paulo. Al�m disso, fica no meio do caminho entre o Rio e a Bahia. Gostei de morar aqui”, elogia.


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