Pedro Rocha Franco, Gustavo Werneck e Sandra Kiefer

Dispostos a cruzar o mundo para torcer por sua sele��o ou ver uma bela partida, independentemente dos pa�ses em campo, os fi�is seguidores da Copa chegam animados a Belo Horizonte para assistir ao jogo do Brasil contra a Alemanha. O Mineir�o vai receber de hermanos colombianos e peruanos a turistas da Mong�lia, Austr�lia e R�ssia. Apenas ontem, visitantes de cerca de 30 nacionalidades desembarcaram no Aeroporto Internacional Tancredo Neves. Hoje, 172 voos extras v�o pousar em Confins e na Pampulha, segundo a Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac).
De origem libanesa, Bilal Sayed Ali, Hanza Raad, Wassim Shirry e Issa Badreddine moram em Montreal, no Canad�. Com idades entre 28 e 30 anos e alto poder aquisitivo, o grupo planejou durante nove meses as f�rias brasileiras. Ontem, eles passeavam pela Pra�a da Liberdade fotografando as palmeiras e o Pal�cio da Liberdade. “� museu?”, perguntava Bilal, contando que eles planejam voltar ao Rio de Janeiro e a S�o Paulo.
Outro fan�tico pelo esporte � o empres�rio franc�s Micael Momoun, de 60. “Desde a Copa de 1998, realizada no meu pa�s, participei de todas. S� n�o deu para ir � �frica do Sul”, contou. Usando bonezinho verde-amarelo, ele j� se programa para ir a Moscou em 2018. Judeu, ele quis visitar uma sinagoga na noite de domingo e ficou feliz em contar com a ajuda de policiais militares. “Eles me levaram at� o hotel. Foi muito bom”, elogiou o visitante, impressionado com a quantidade de mendigos nas ruas de BH. “Falta uma pol�tica social”, observou.

Andrew Hobbs, de 43, est� na sua terceira Copa do Mundo: “Fui � Alemanha e � �frica do Sul”, conta o orgulhoso australiano, vestindo a camisa amarela de sua sele��o, eliminada na primeira fase. H� quatro semanas no Brasil, Andrew e o conterr�neo Vince Cantore, de 51, j� conheceram Rio de Janeiro (RJ), Cuiab� (MT), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e S�o Paulo (SP). Est�o gostando da alegria nas ruas do pa�s.
Hoje, o australiano Mark di Palma vai assistir a seu nono jogo na Copa. O esporte n�o est� entre os mais populares da terra do r�gbi, mas o n�mero de adeptos tem crescido, conta ele. Apesar das tr�s derrotas da Sele��o Australiana, Mark aprovou o desempenho do time. Ele quer ver a festa para a Sele��o do Brasil dentro do est�dio. “� impressionante a paix�o do brasileiro pelo futebol”, diz Mark, que visitou S�o Paulo, Cuiab�, Porto Alegre, Curitiba, Bras�lia, Recife e Salvador.
O norte-americano Daniel Zayas, de 24, improvisava como int�rprete, ciceroneando um grupo de amigos e o irm�o mais novo, Jeff, de 22 – todos com ingressos para o Mineir�o. Zayas estuda portugu�s nos Estados Unidos e fez interc�mbio em Portugal. Na tarde de ontem, Daniel, Jeff e os irm�os Michael e Daniel Pace, de 27 e 22 anos, passeavam na Pra�a da Liberdade.
Diferen�a Ex-jogador de futebol e comentarista da TV polonesa, Grzegorz Mielcarski conta, em portugu�s perfeito, que se surpreendeu com a organiza��o da Copa diante da “publicidade negativa” veiculada meses antes do torneio. “O Brasil � um pa�s fant�stico com alguns pequenos defeitos”, observou Grzegorz. “� tanta diferen�a (econ�mica) que isso marca as pessoas”, analisa. Al�m das belezas cariocas, ele destacou Bras�lia. “� uma cidade de pouco mais de 50 anos com quase 3 milh�es de habitantes. Isso � impens�vel na Europa, onde as antigas cidades n�o t�m nem a metade dessa popula��o”, afirma.
...Balc�o globalizado
A diretora de Promo��o Tur�stica da Belotur, Stella Kleinrath, respons�vel por um balc�o de informa��es no aeroporto de Confins, informa que turistas de 75 nacionalidades solicitaram ajuda � sua equipe desde o in�cio da Copa do Mundo. O balan�o n�o inclui desembarques ligados ao jogo de hoje. Al�m de conterr�neos das 32 sele��es que disputam a Copa do Mundo, h� visitantes nascidos em Belize, Uzbequist�o e Quirguist�o, entre outros pa�ses. “O mundo todo est� aqui”, afirma Stella.