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Estado de Minas

Desvios da Pedro I causam transtornos a moradores e comerciantes

Desde a interdi��o da avenida com a queda do viaduto, milhares de ve�culos passam por trajetos alternativos. Libera��o da via continua indefinida


postado em 18/07/2014 06:00 / atualizado em 18/07/2014 07:10

Trânsito já começa a ficar complicado no início do desvio no sentido centro-bairro, quando os veículos deixam a Pedro I para entrar no Viaduto João Samanha(foto: Beto Magalhães/EM/D.A Press)
Tr�nsito j� come�a a ficar complicado no in�cio do desvio no sentido centro-bairro, quando os ve�culos deixam a Pedro I para entrar no Viaduto Jo�o Samanha (foto: Beto Magalh�es/EM/D.A Press)

Duas semanas depois da queda de uma al�a do Viaduto Batalha dos Guararapes, na Avenida Pedro I, ainda n�o existe prazo para libera��o do tr�nsito na via, que liga a Pampulha � Regi�o de Venda Nova e d� acesso ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande BH. O desvio de milhares de ve�culos est� causando transtornos e preju�zos para moradores e comerciantes das ruas e avenidas que viraram rotas alternativas. As altera��es, por outro lado, reduziram drasticamente o tr�fego em algumas vias, incluindo um trecho da pr�pria Pedro I e deixaram casas e empresas quase ilhadas.

Das vias usadas para desvio dos carros que acessam a Pedro I, a Rua Dr. �lvaro Camargos, no Bairro S�o Jo�o Batista, em Venda Nova, � a que teve o tr�fego mais intensificado. Entre a Rua Jo�o Samaha e a Avenida Vilarinho, ela recebe tanto ve�culos que seguem no sentido Centro-bairro quanto aqueles que fazem o caminho inverso. Para piorar, a maior parte do trecho tem faixas simples nas duas m�os, o que provoca muita lentid�o, especialmente nos hor�rios de pico. Na maior parte do dia, o tr�nsito � mais pesado em dire��o ao Centro. A partir das 16h, os congestionamentos passam a atingir tamb�m o lado oposto, come�ando j� na Pedro I.

Os engarrafamentos na �lvaro Camargos atrasa o deslocamento de Ata�de Lacerda, de 50 anos, dono de uma serralheria na esquina com a Rua Augusto Rocha. Antes do desabamento do viaduto, ele cumpria em aproximadamente 20 minutos o trajeto entre sua casa, em Lagoa Santa, na Grande BH, e a empresa. Desde o in�cio do desvio, o tempo aumentou para cerca de uma hora, segundo ele. “Eu costumava abrir a oficina �s 8h. Agora, abro �s 8h40 ou �s 9h”, diz. Quando termina o expediente, �s 18h, ele espera o tr�nsito diminuir para ir embora. Os transtornos reduziram o rendimento da serralheria em 30%, estima. “Os clientes se sentem desencorajados em vir”.

Em um apartamento no primeiro andar do mesmo pr�dio da empresa de Ata�de, mora Maria da Cruz de Sousa, de 66. “O barulho dos carros aumentou muito”, queixa-se. O maior inc�modo, por�m, � outro. Toda manh�, a aposentada faz sess�es de hidrogin�stica em uma academia no Bairro Planalto, na Regi�o Norte. Para chegar l�, ela tomava apenas um �nibus da linha 65 em um ponto na �lvaro Camargos. “Mas ele parou de passar nessa rua. Tenho de pegar o 608 at� a Esta��o Venda Nova e s� l� pego o 65. Antes, eu chegava na academia �s 9h. Agora, chego �s 9h30, 9h40”, diz.

Outra via cujo tr�fego aumentou bastante com os desvios foi a Rua das Melancias, no Bairro Planalto, que recebe carros que seguem no sentido Centro/Bairro. “O tr�nsito aqui j� era intenso, mas piorou muito desde o desabamento. Tem hora em que fica tudo engarrafado, sobretudo �s 17h30, 18h. Nesse hor�rio, evito sair”, afirma Jos� Carlos dos Santos, de 81, que mora em casa na rua. “Para tirar o carro da garagem, preciso esperar cinco ou 10 minutos at� um motorista abrir caminho. �s vezes, o jeito � for�ar a passagem”, conta. Ele tamb�m reclama da sujeira gerada pelo fluxo quase ininterrupto de ve�culos: “As paredes da casa ficam ‘pichadas’ com poeira e fuma�a”.

Reclama��es

Enquanto uns reclamam do grande volume de carros, outros lamentam a falta deles. A loja de vidra�aria automotiva de Andr� Venturato de Souza funciona na Rua Jo�o Samaha, em um trecho estreito ao lado do viaduto de liga��o com a Pedro I. O problema � que essa parte da via receberia somente ve�culos que seguiriam pela avenida no sentido bairro/Centro, fun��o suspensa desde a interdi��o.

Agora, quem quiser chegar � empresa de Andr� e �s edifica��es vizinhas precisa transitar pela avenida no sentido Centro/bairro, acessar o viaduto e, pouco antes de chegar � �lvaro Camargos, fazer uma curva de 180 graus � esquerda, manobra arriscada. “Essa dificuldade fez o movimento cair 70%. Alguns clientes me telefonam, confusos, e eu explico que podem pegar a contram�o. At� os fornecedores se atrapalham”, diz Andr�.

A lanchonete de Anderson Alair, no t�rreo de um edif�cio comercial na esquina da Pedro I com a Rua Moacyr Froes, � outro endere�o que ficou quase ilhado. Os clientes se reduziram aos demais ocupantes do pr�dio e aos de outras edifica��es vizinhas, al�m de oper�rios que trabalham nas obras do viaduto. “As vendas ca�ram 90% com a redu��o do n�mero de ve�culos e, �s vezes, levo para casa os salgados que sobram”, conta.

Por outro lado, o tr�nsito intenso nas vias do entorno prejudica o neg�cio. “Eu saio de casa, no Bairro Maria Helena (Venda Nova) �s 5h30. Antes, chegava �s 6h. Agora, chego por volta das 6h50. Os funcion�rios tamb�m sempre se atrasam”, constata. Um dos que n�o conseguem chegar na hora � a gerente Carla Passos, de 36. “Antes, meu �nibus parava na Pedro I, a menos de um quarteir�o daqui. Do novo ponto para c�, eu ando 15 minutos”, queixa-se.

Para fugir de congestionamentos, a BHTrans orienta os condutores a buscar caminhos alternativos, como as avenidas Cristiano Machado, Portugal e Olimpio Mour�o Filho.

Libera��o da Pedro I depende de 5 a��es
Pelo menos cinco medidas no entorno do Viaduto Batalha dos Guararapes, que caiu h� duas semanas na Avenida Pedro I, entre os bairros Planalto (Norte) e S�o Jo�o Batista (Venda Nova), ainda precisam ser conclu�das para que o tr�nsito seja liberado. O aval da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) somente ser� dado ap�s o t�rmino do escoramento met�lico da al�a que ficou em p�, da implanta��o da sinaliza��o completa no pavimento, da lavagem das pistas, da conclus�o das �reas de seguran�a para a circula��o de pedestres e da preserva��o da �rea de seguran�a para os trabalhos da per�cia.

Segundo o coronel Alexandre Lucas, coordenador da Comdec, esses trabalhos precisam estar 100% conclu�dos para que tudo volte a funcionar da melhor forma poss�vel, sem riscos de novos acidentes e com seguran�a para quem continuar� trabalhando no trecho. Os esfor�os se concentram para dar condi��es de circula��o ao sentido Centro/bairro das pistas mistas e exclusivas para o BRT/Move, al�m da busway no sentido bairro/Centro.

As faixas destinadas aos ve�culos comuns em dire��o ao Centro ainda dependem de outras interven��es. Carros e �nibus que seguiam dos bairros ao Centro transitavam no mesmo espa�o por meio de desvios feitos pela BHTrans.

Uma das a��es mais importantes � o escoramento da al�a do viaduto que permanece sem altera��es, conforme monitoramento di�rio. “Essa medida serve para proteger a estrutura da trepida��o causada pela passagem de ve�culos e tamb�m para possibilitar os trabalhos nos pilares, pois eles ter�o que ser vistoriados antes da retirada do escoramento”, informa o coronel.

Peritos continuam trabalhando no local, mas ainda n�o descobriram a causa do afundamento de um dos pilares em cerca de seis metros. O delegado Hugo e Silva, respons�vel pelo inqu�rito, j� tomou o depoimento de 43 pessoas, entre engenheiros, funcion�rios da obra e v�timas do acidente que matou duas pessoas.

 


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