
Um erro grave no projeto de engenharia provocou o desabamento da al�a sul do Viaduto Batalha dos Guararapes, em constru��o na Avenida Pedro I, na Pampulha, que matou duas pessoas e feriu 23 no dia 3. A al�a norte, que est� escorada, apresenta o mesmo problema, com a�o insuficiente nos pilares, e pode desabar a qualquer momento, por isso, precisa de demoli��o urgente. Essa foi a conclus�o de uma per�cia contratada pela Construtora Cowan, respons�vel pela obra, e que aponta falhas no projeto executivo que recebeu da Prefeitura de Belo Horizonte para execut�-lo. Segundo o laudo, o bloco de sustenta��o, que fica apoiado sobre 10 estacas e mantinha um dos pilares do viaduto, ruiu e uma carga de 3 mil toneladas migrou para apenas duas estacas centrais, provocando a queda.
A prefeitura divulgou nota � noite informando que solicitou � Cowan a apresenta��o imediata an�lise, do laudo que indica a necessidade de demoli��o. Uma fonte revelou ao EM que o trabalho de remo��o j� est� sendo avaliado. J� a Consol Engenheiros Construtores, que elaborou o projeto, disse, tamb�m em nota, que h� diverg�ncias entre o projeto e a execu��o da obra e que vai aguardar a per�cia oficial para apresentar os detalhes.
A Cowan informou que, em of�cio enviado ao prefeito Marcio Lacerda e � Defesa Civil municipal, recomendou, al�m da demoli��o, a restri��o absoluta ao tr�nsito de ve�culos e de pessoas perto do elevado sobre a Pedro I.
O laudo da Cowan mostra erro na armadura no bloco de apoio 3, que era o apoio principal. “Esse bloco foi feito muito fino, � flex�vel e teria que ser calculado n�o como bloco, mas como viga. Tinha na dire��o principal do bloco um d�cimo das ferragens necess�rias para suportar as cargas que o viaduto seria submetido”, afirmou o engenheiro calculista Cat�o Francisco Ribeiro, contratado pela Cowan, que segundo ele, executou a obra conforme o projeto da Sudecap.
Segundo o perito, o risco de queda da outra al�a � grande. “A al�a norte apresenta os mesmos defeitos, que s�o constatados numa planta que mostra que a armadura est� errada. E a armadura estando errada, poderia ter ca�do no dia em que retiraram a sustenta��o”, disse.
Em uma �nica posi��o de ferro, onde deveriam ter colocado barra de uma polegada a cada cinco, puseram 16 a cada 25. “Colocaram um d�cimo das ferragens numa posi��o e ningu�m viu. Passou batido. A prefeitura verificou e aprovou o projeto e a Sudecap repassou para a construtora. Por um milagre, a outra al�a ainda n�o caiu”, disse.
O engenheiro explicou que o bloco de sustenta��o seria como um bolo feito de concreto, que fica sobre 10 estacas fincadas no solo. Sobre esse bloco, fica apoiado o pilar de sustenta��o do viaduto, que era em forma de um c�lice. “Cada estaca deveria pegar um d�cimo da carga de 3 mil toneladas, mas toda a carga foi transferida para apenas duas estacas. O bloco foi incompetente, por falta de arma��o e a�o, de transferir a carga que o pilar trouxe para ele para as 10 estacas de forma igualit�ria. Carregou somente as duas estacas que estavam debaixo dele”, afirmou.
O processo de fissura��o e trincagem do bloco n�o foi observado, pois fica enterrado cerca de 3 metros no solo, e demorou 18 dias para ruir. “As duas estacas que estavam debaixo do pilar receberam sozinhas as 3 mil toneladas de carga”, explicou. “A estaca n�o � a culpada. A culpa � o bloco que n�o conseguiu transferir a carga de igual maneira para as 10 estacas”, disse.