
A Pol�cia Civil confirmou nessa sexta-feira que a al�a sul do Viaduto Batalha dos Guararapes, na Avenida Pedro I, caiu porque um bloco de funda��o se rompeu, fazendo o pilar afundar e levar junto duas das 10 estacas sob essa estrutura. Essa � a �nica conclus�o da per�cia criminal at� agora, segundo o delegado Hugo e Silva, que investiga o caso, e o perito Marco Ant�nio Paiva, da Se��o T�cnica de Engenharia Legal do Instituto de Criminal�stica. A constata��o parcial corresponde a uma parte do laudo encomendado pela Construtora Cowan, respons�vel pela obra, que atribui o desabamento a erros de c�lculo do projeto executivo, feito pela Consol Engenheiros Consultores. Mas a pol�cia diz que esse parecer n�o ser� usado na investiga��o. A causa do incidente ser� apontada pela per�cia oficial, que ainda n�o tem data de conclus�o.
A investiga��o trabalha com duas hip�teses para a queda. “Pode ter ocorrido por erros de c�lculo do projeto executivo ou por falha da construtora, ao p�r uma carga excessiva na cabe�a do pilar que afundou. Algo pode ter produzido um efeito abrupto sobre o pilar, que acolheu excesso de carga”, afirmou o perito. O projeto da obra est� sendo refeito pela investiga��o. Segundo o perito, essa medida n�o foi motivada pelo laudo apresentado pela Cowan, que ser� desconsiderado na conclus�o da per�cia. “Devemos manter a isen��o. N�o fizemos uma an�lise detalhada desse material, at� para n�o interferir em nossa an�lise. � uma prova produzida por uma das partes, n�o podemos nos deixar levar por ela”, ressaltou.
O laudo da Cowan afirma que o bloco que caiu foi projetado como r�gido, o que fez a quantidade de a�o calculada para sua composi��o ser inferior ao ideal. A construtora alega que o bloco deveria ter sido flex�vel, o que exigiria mais ferragens para evitar que a estrutura se flexionasse, torcesse ou rompesse sob o peso do pilar. Paiva confirma que o bloco foi concebido como r�gido, mas, por enquanto, n�o tem condi��es de avaliar se essa foi uma escolha errada.
As circunst�ncias do desabamento ser�o reveladas apenas quando a �rea onde est� o pilar afundado for escavada, de acordo com o perito. Antes, � preciso retirar os escombros. “A �rea dever� ficar liberada para n�s at� ter�a ou quarta-feira”, disse.
A escava��o ser� feita pela Cowan, sob orienta��o da pol�cia, informou Paiva. A ideia � fazer uma cova em forma aproximada de cilindro, com 3,5 metros de profundidade, considerando que o bloco tem 2 metros de altura. O buraco deve ter cerca de 3 metros em volta da estrutura, avalia Paiva. “Faremos as prospec��es necess�rias, para saber se o projeto foi executado com fidelidade. Temos que escavar at� as cabe�as das estacas”, disse. O bloco ser� inteiramente quebrado pela construtora, para que se inspecione seu interior. “Esse trabalho ter� que ser feito quase manualmente, para que vejamos as tramas de ferragem, o modo como a estrutura est� fixada nas estacas. Antes das prospec��es, qualquer conclus�o � prematura”, aponta.
Cadastro quase pronto
O cadastramento dos moradores dos condom�nios Antares e Savana, vizinhos do Viaduto Batalha dos Guararapes, est� em fase de conclus�o, segundo a Coordena��o Municipal de Defesa Civil de BH. At� a noite de ontem, 183 fam�lias haviam sido registradas, informou o �rg�o, que estima que haja 190 ao todo. O n�mero total de moradores n�o foi revelado. A medida foi definida pela prefeitura ap�s ser recomendada por laudo t�cnico contratado pela Cowan, que afirma que a al�a norte, ainda de p�, pode cair a qualquer momento.
Ainda n�o h� data para o in�cio da remo��o das fam�lias, segundo a Defesa Civil. A Cowan se comprometeu a pagar a hospedagem, mas os locais ainda n�o foram revelados. Essa indefini��o irrita muitos moradores. “Eles (Defesa Civil) n�o nos d�o informa��o. Os moradores n�o sabem quando v�o sair. Essa espera � angustiante”, reclama a advogada Ana Cristina Drummond.
Os moradores dos dois condom�nios pretendem realizar hoje, �s 9h, um protesto na Avenida Pedro I, na altura da Lagoa do Nado, junto � faixa de isolamento da �rea do viaduto.
O modo como ser� demolida a al�a norte da edifica��o ainda n�o foi definido. A pedido da prefeitura, a Cowan entrou em contato com empresas especializadas no procedimento, segundo a assessoria de imprensa da construtora. Os projetos de demoli��o ser�o repassados � prefeitura, encarregada de analis�-los e escolher um. (TH)