(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Descoberta de s�tio arqueol�gico em Matozinhos vai revelar pr�-hist�ria mineira

Esqueletos sepultados h� 11 mil anos, quando viveu a mulher considerada a mais antiga do pa�s, jogam luz sobre pr�-hist�ria mineira


postado em 31/07/2014 06:00 / atualizado em 31/07/2014 08:20

Esqueletos tiveram rituais sofisticados de sepultamento(foto: PAULO FILGUEIRAS/EM/D.A PRESS)
Esqueletos tiveram rituais sofisticados de sepultamento (foto: PAULO FILGUEIRAS/EM/D.A PRESS)

Mais um passo gigante foi dado para desvendar os costumes de povos mineiros pr�-hist�ricos. Pesquisadores encontraram no s�tio arqueol�gico Lapa do Santo, em Matozinhos, na Grande BH, dois esqueletos sepultados h� 10,8 mil anos, 600 anos depois de Luzia, cujo cr�nio de 11,4 mil anos foi descoberto em 1975, em Lagoa Santa, na mesma regi�o, considerado o f�ssil humano mais antigo com data��o no Brasil. Trata-se de um sepultamento duplo de um homem e de uma mulher entre e 50 e 60 anos, considerados idosos para os padr�es da �poca, pelo desgaste dos dentes, artrose nas articula��es e crescimento �sseo nas v�rtebras lombares.

Desde 2001, cerca de 40 pesquisadores de diversas �reas trabalham no local, coordenados pelo antrop�logo paulista Andr� Strauss, do Instituto Max Planck, da Alemanha. Com esse achado, j� s�o 38 esqueletos em 13 anos de trabalho. O s�tio fica pr�ximo a Lagoa Santa, ber�o da espeleologia brasileira, explorada pelo cientista dinamarqu�s Peter Lund no s�culo 19 e outros estudiosos do s�culo passado. Na regi�o, est� a gruta Lapa Vermelha, onde Luzia foi encontrada h� 39 anos. O rosto dela foi reconstitu�do em 1998 e est� exposto no Museu Nacional, no Rio de Janeiro (RJ).

Do s�tio Lapa do Santo saiu o terceiro esqueleto mais antigo do Brasil e um dos mais antigos da Am�rica, segundo o antrop�logo. A diferen�a agora � a tecnologia avan�ada. “Nunca houve uma escava��o com tecnologia e detalhamento como na Lapa do Santo. � a mais tecnol�gica do Brasil, com computadores e sistema integrado de gerenciamento de escava��o”, afirma Strauss. O interesse arqueol�gico surgiu em 2001. “Um s�tio arqueol�gico virgem, intacto. A maioria da regi�o j� foi explorada por equipes anteriores”, conta o pesquisador.

O trabalho � importante para estudar rituais funer�rios da �poca do povo de Luzia, que vai de 12 mil a 8 mil anos atr�s “Os rituais na Lapa do Santo eram muito sofisticados. N�o eram elaborados atrav�s de acompanhamentos, como potes de ouro, mas atrav�s da manipula��o do corpo do falecido”, disse o pesquisador. H� um caso de uma crian�a que teve a calota craniana removida e usada como esp�cie de urna funer�ria, pintada de vermelho. A caixa �ssea guardava cerca de 80 dentes humanos, muitos deles de crian�as, de, no m�nimo, cinco pessoas. “A minha ideia � que eles guardavam os dentes por um per�odo para lembrar os seus mortos e em algum momento faziam o ritual enterrando-os. Acredito que seja relacionado ao mesmo grupo. N�o interpreto como dentes de inimigos”, afirma.

Outro costume era amputar as extremidades dos ossos longos dos mortos. “Ningu�m sabe e nunca saber� o motivo. A gente est� tentando contar a hist�ria do povo de Luzia. Essa ideia de que eles eram homog�neos n�o � verdade. Eram grupos din�micos com transforma��es culturais ao longo do tempo. Gente que chegava de fora. N�o � o homem nem o povo de Luzia. S�o os povos de Lagoa Santa”, avalia Strauss. Segundo ele, nos primeiros tempos da ocupa��o, n�o foram achados sepultamentos humanos. Os abrigos, que s�o as cavernas, passaram a ser usados para enterrar  os mortos pelo menos 1,5 mil a 2 mil anos mais tarde.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)