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Estado de Minas

Confundida com tristeza, depress�o atinge 30% da popula��o brasileira

Morte do ator Robin Williams reacende debate sobre a enfermidade. Diagn�stico preciso, tratamento e suporte familiar ajudam a superar doen�a


postado em 17/08/2014 06:00 / atualizado em 17/08/2014 07:51

Depois de tentar resolver problema sozinha, C. buscou ajuda e melhorou após tratamento:
Depois de tentar resolver problema sozinha, C. buscou ajuda e melhorou ap�s tratamento: "Me tiraram do fundo do po�o" (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Esvaziamento, ang�stia, tristeza, aperto no cora��o, sofrimento sem fim. H� quem perca o ch�o, a f� e at� a vontade de viver. Comer, dormir, sair de casa, levantar da cama, nada faz sentido. Um quarto escuro pode ser o maior conforto. Quem sente ou sentiu na pele os sintomas de uma depress�o entende bem os relatos. Aqueles que n�o passaram pelo problema apenas imaginam e alguns pensam se tratar de fraqueza ou frescura. A morte do ator Robin Williams, que tirou a pr�pria vida possivelmente acometido por quadro depressivo, reacendeu as discuss�es sobre a enfermidade. Estima-se que a doen�a, cercada de estigmas e preconceitos, atinja cerca de 30% da popula��o. De cada tr�s pessoas, pelo menos uma teve, tem ou ter� algum epis�dio depressivo durante a vida, segundo a Associa��o Mineira de Psiquiatria. Tratamentos incluem rem�dios e terapia.

“O preconceito faz com que se interprete como se fosse frescura. N�o �”, enfatiza o psiquiatra Maur�cio Le�o, presidente da Associa��o Mineira de Psiquiatria. A enfermidade pode ocorrer em qualquer fase da vida, mas � mais diagnosticada entre adultos, mais comum em mulheres e tem base org�nica e biol�gica, sendo, �s vezes, gen�tica e heredit�ria. “Quando n�o tratada, emburrece, pois as pessoas tendem a ter o comprometimento das fun��es cognitivas e come�am a se sentir, literalmente, burras, efeito que diminui o funcionamento das fun��es ps�quicas superiores. Al�m disso, engorda, por causa do aumento de cortisol, horm�nio ligado ao metabolismo, e mata”, afirma Le�o.

O m�dico destaca que a doen�a enfrenta tr�s dificuldades: identific�-la, aceit�-la e lutar contra o preconceito. Comumente confundida com tristeza, o psiquiatra esclarece: “� diferente de tristeza. Depress�o � doen�a, enquanto a outra � um estado ps�quico, emocional, ligado � hist�ria de vida e a eventos desagrad�veis na vida de uma pessoa”. Para identific�-la, � preciso estar atento aos sinais que se manifestam nas esferas psicol�gica, biol�gica, comportamental e afetiva.

Tratamento

Mas m�dicos avisam que � poss�vel – e desej�vel – cuidar do paciente sem que ele deixe de realizar tarefas e de levar sua vida normalmente. Medicamentos, psicoterapia e h�bitos saud�veis de vida ajudam na cura e na preven��o de novos epis�dios. “Um dos mitos � que rem�dio psiqui�trico faz mal e causa depend�ncia. Antidepressivos n�o produzem depend�ncia, os tratamentos � que s�o longos”, afirma Maur�cio Le�o. Os tratamentos s�o de no m�nimo um ano e a maior parte dos medicamentos leva at� dois meses para fazer efeito.

Efeitos colaterais s�o bem tolerados pelo organismo e os rem�dios n�o deixam o paciente paralisado, como alerta o psiquiatra Rodrigo Mendes D’Angelis, professor de psicoterapia humanista da Universidade Fumec. Ele explica que a psicoterapia tamb�m � indicada. “Os sintomas afetam a din�mica e a rotina do paciente e, por isso, a psicoterapia � necess�ria com uma frequ�ncia consider�vel. Ela ajuda no controle de outros componentes, como a desilus�o que os sintomas trazem.” A terapia ajuda a expor as ang�stias e evitar a pior das consequ�ncias. “Essa escuta ajuda a pessoa a n�o se restringir �quele mundo de sombras”, diz D’Angelis.


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