
“O preconceito faz com que se interprete como se fosse frescura. N�o �”, enfatiza o psiquiatra Maur�cio Le�o, presidente da Associa��o Mineira de Psiquiatria. A enfermidade pode ocorrer em qualquer fase da vida, mas � mais diagnosticada entre adultos, mais comum em mulheres e tem base org�nica e biol�gica, sendo, �s vezes, gen�tica e heredit�ria. “Quando n�o tratada, emburrece, pois as pessoas tendem a ter o comprometimento das fun��es cognitivas e come�am a se sentir, literalmente, burras, efeito que diminui o funcionamento das fun��es ps�quicas superiores. Al�m disso, engorda, por causa do aumento de cortisol, horm�nio ligado ao metabolismo, e mata”, afirma Le�o.
O m�dico destaca que a doen�a enfrenta tr�s dificuldades: identific�-la, aceit�-la e lutar contra o preconceito. Comumente confundida com tristeza, o psiquiatra esclarece: “� diferente de tristeza. Depress�o � doen�a, enquanto a outra � um estado ps�quico, emocional, ligado � hist�ria de vida e a eventos desagrad�veis na vida de uma pessoa”. Para identific�-la, � preciso estar atento aos sinais que se manifestam nas esferas psicol�gica, biol�gica, comportamental e afetiva.
Tratamento
Mas m�dicos avisam que � poss�vel – e desej�vel – cuidar do paciente sem que ele deixe de realizar tarefas e de levar sua vida normalmente. Medicamentos, psicoterapia e h�bitos saud�veis de vida ajudam na cura e na preven��o de novos epis�dios. “Um dos mitos � que rem�dio psiqui�trico faz mal e causa depend�ncia. Antidepressivos n�o produzem depend�ncia, os tratamentos � que s�o longos”, afirma Maur�cio Le�o. Os tratamentos s�o de no m�nimo um ano e a maior parte dos medicamentos leva at� dois meses para fazer efeito.
Efeitos colaterais s�o bem tolerados pelo organismo e os rem�dios n�o deixam o paciente paralisado, como alerta o psiquiatra Rodrigo Mendes D’Angelis, professor de psicoterapia humanista da Universidade Fumec. Ele explica que a psicoterapia tamb�m � indicada. “Os sintomas afetam a din�mica e a rotina do paciente e, por isso, a psicoterapia � necess�ria com uma frequ�ncia consider�vel. Ela ajuda no controle de outros componentes, como a desilus�o que os sintomas trazem.” A terapia ajuda a expor as ang�stias e evitar a pior das consequ�ncias. “Essa escuta ajuda a pessoa a n�o se restringir �quele mundo de sombras”, diz D’Angelis.