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Estado de Minas

Rompimento de nova barragem pode agravar ainda mais contamina��o do Rio das Velhas

C�rregos da Bacia do Rio das Velhas, na qual � captada 60% da �gua de BH, j� est�o contaminados. Mais um dique est� amea�ado e MP teme acidente


postado em 12/09/2014 06:00 / atualizado em 12/09/2014 09:58

O Ribeirão do Silva, afluente do Rio Itabirito, teve o leito tomado pela lama. Temor de comitê de bacia é de que rejeitos cheguem até a estação onde é feita a captação para grande parte da região metropolitana(foto: Euler Júnior/EM/D.A Press)
O Ribeir�o do Silva, afluente do Rio Itabirito, teve o leito tomado pela lama. Temor de comit� de bacia � de que rejeitos cheguem at� a esta��o onde � feita a capta��o para grande parte da regi�o metropolitana (foto: Euler J�nior/EM/D.A Press)

Depois da trag�dia humana, com dois trabalhadores mortos e um que continua desaparecido, j� s�o vis�veis os reflexos do desastre ambiental em Itabirito, na Regi�o Central do estado, a 55 quil�metros de Belo Horizonte. O rompimento da barragem B1 da Herculano Minera��o j� contaminou os ribeir�es do Silva e do Eixo ou Mata-porcos, afluentes do Rio Itabirito, que por sua vez des�gua no Rio das Velhas, onde � feita a capta��o de �gua para parte da Grande BH. Preocupado, o presidente do Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Velhas, Marcus Vin�cius Polignano, informou nessa quinta-feira que o quadro pode se agravar, comprometendo o abastecimento na capital e munic�pios da regi�o metropolitana. O coordenador das Promotorias de Meio Ambiente de Minas Gerais, Carlos Eduardo Ferreira Pinto, disse ontem que a situa��o � de “alerta total”, pois a barragem B3 tamb�m corre o risco de se romper. “A� ser�o maiores as consequ�ncias para o Rio das Velhas”, disse. As buscas dos bombeiros pelo operador de retroescavadeira Adilson Aparecido Batista, de 44 anos, continuam esta manh� na �rea atingida, que corresponde a cerca de 30 campos de futebol, onde a profundidade da camada de lama varia entre 1,5 e 5 metros.

� tarde, o presidente do Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio das Velhas esteve na mineradora e falou com os diretores sobre a necessidade de reparar o mais r�pido poss�vel os danos, para conter o avan�o do processo de degrada��o. O temor maior do ambientalista � de que, ao chegar ao Rio das Velhas, a carga de sedimentos liberada pela barragem e que desceu pelos ribeir�es comprometa o funcionamento da esta��o Bela Fama, respons�vel pelo abastecimento de �gua de 40% da popula��o da Grande BH e 60% da capital. “J� houve grande contamina��o do meio ambiente”, disse Marcus Vin�cius Polignano. A um quil�metro e meio da portaria da mineradora, o Ribeir�o do Silva exibe os efeitos da carga t�xica que recebeu. As margens est�o cobertas de lama, enquanto o filete de �gua tem um aspecto escuro e espesso. Polignano adverte que em hip�tese alguma deve haver capta��o dessa �gua. “O leito est� com alta turbidez”, disse.

O Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) abriu inqu�rito para apurar responsabilidades. Segundo o promotor de Justi�a Carlos Eduardo Ferreira, n�o houve fatalidade no rompimento da barragem. “Houve interven��o equivocada ou omiss�o de controle da barragem, pois estamos na �poca seca e n�o h� qualquer chance de causas naturais”, disse o representante do MP, que estave na sede da mineradora acompanhado da promotora de Itabirito, Vanessa Campolina Rabello, e do coordenador Regional das Promotorias de Justi�a do Meio Ambiente das Bacias dos Rios das Velhas e Paraopeba, Mauro Ellovitch.

Carlos Eduardo Ferreira adiantou ainda que h� ind�cios de que o rompimento da B1 tenha ocorrido devido a uma sobrecarga de rejeitos. Como a barragem B4 foi interditada recentemente, os empreendedores podem ter decido usar a estrutura que acabou arrebentando. “Estamos trabalhando nessa linha de investiga��o”, adiantou o promotor.

Perigo iminente

O MPMG pediu � empresa que tome medidas emergenciais no sentido de conter a barragem 3, que estaria em risco. “A situa��o � muito grave. Os diretores relataram n�o saber o que aconteceu. O certo mesmo � que estamos em alerta total, pois, se houver um novo rompimento, ser�o muitos os danos para o Rio das Velhas. N�o podemos esquecer que morreram duas pessoas e h� um desaparecido”, destacou o promotor Carlos Eduardo Ferreira.

Comandando as buscas que envolveram 23 bombeiros, um c�o farejador e equipamentos sofisticados, como um drone e uma esp�cie de raio-X, o major Wallace Tardim ressaltou a import�ncia de medidas urgentes para conter a barragem B3. “A instabilidade � grande, h� risco de novo deslizamento”, confirmou.

Acompanhado de sua equipe, o coordenador do N�cleo de Emerg�ncias Ambientais (NEA) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad), Milton Franco, informou que a empresa ter� que apresentar hoje um plano para garantir a estabilidade da barragem 3. Ele afastou a possibilidade de impactos maiores ao Rio das Velhas ou � esta��o de tratamento de Bela Fama devido ao carreamento de material para o Rio Itabirito. A Herculano Minera��o foi procurada, mas n�o se manifestou.

A Copasa informou que a capta��o de �gua da empresa no Rio das Velhas est� operando normalmente. Disse ainda que desde o momento do acidente ocorrido na mineradora, a empresa est� monitorando impactos e tomando as medidas necess�rias para garantir que o abastecimento de �gua de Belo Horizonte e Regi�o Metropolitana n�o seja afetado.


MP na tamb�m na apura��o

O Minist�rio P�blico de Minas Gerais conduz investiga��o paralela �s da Pol�cia Civil e do Departamento Nacional de Produ��o Mineral (DNPM), que interditou o empreendimento na quarta-feira, para determinar a extens�o do dano ambiental e as causas do rompimento da barragem de rejeitos na Herculano Minera��o. A Funda��o Estadual do Meio Ambiente (Feam) confirmou que, quando fez a �ltima fiscaliza��o, no m�s passado, a barragem B4 estava paralisada por ter atingido o limite de recebimento de detritos.

No estudo de impacto ambiental para licenciamento da estrutura, os engenheiros informaram que a fun��o da barragem B4 era receber os detritos da B1, que, em 2005, estava saturada. Uma amplia��o da antiga B1 foi inclusive verificada por an�lise de imagens de sat�lite feita pelo vice-presidente do Instituto Brasileiro de Avalia��es e Per�cias de Minas Gerais (Ibape-MG), Cl�menceau Chiabi Saliba J�nior.

O rompimento da barragem 1 se deu justamente quando seis oper�rios trabalhavam na base da estrutura. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Ind�stria da Extra��o do Ferro e Metais B�sicos (Metabase), Sebasti�o Alves de Oliveira, a interven��o era um refor�o no barramento. A empresa foi procurada, mas n�o deu informa��o sobre suas obras e opera��es.







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