Como��o no adeus a trabalhadores v�timas do rompimento de barragem em Itabirito

Foram sepultados nessa quinta-feira os corpos das duas v�timas do rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Herculano, em Itabirito. O motorista Cristiano Fernandes da Silva, de 32 anos, morador de Moeda, na mesma regi�o, foi enterrado no cemit�rio do munic�pio vizinho de Belo Vale. O top�grafo Reinaldo da Costa Melo, de 68, foi enterrado no Cemit�rio Parque da Colina, no Bairro Nova Cintra, Regi�o Oeste de Belo Horizonte.

Nos dois vel�rios, muitos parentes e amigos incr�dulos. No de Reinaldo, a fam�lia n�o permitiu a presen�a da imprensa. Pessoas pr�ximas, que pediram para n�o ser identificadas, comentaram o drama da fam�lia. “Todos querem entender o que ocorreu. Precisamos de uma explica��o para darmos conta do luto”, disse um deles. “Perder a vida de forma abrupta � como um soco na face de quem fica”, afirmou outro amigo.

Choro e dor tamb�m no enterro de Cristiano, que mobilizou a cidade de Moeda. Chocados com a trag�dia, moradores do munic�pio n�o falam em outro assunto. A comerciante Maria das Gra�as Moreira, de 58, patroa da namorada do motorista, relatou o clima pesado no vel�rio. “N�o tinha homem nem mulher que n�o chorasse. O Cristiano era muito novo e querido por todos. No enterro, vimos quanta amizade ele tinha”, disse.

Motorista do �nibus que leva trabalhadores de Moeda � mineradora, contam os colegas que ele estava substituindo, no dia do acidente, o condutor do caminh�o que circula pela mina.

O sobrevivente

Ainda se recuperando do susto, o operador de escavadeira Geraldo Matozinhos Moreira, de 42 anos, ontem foi ao vel�rio e enterro do amigo Cristiano Fernandes da Silva. “Era uma amizade de mais de 15 anos. Ele dirigia o �nibus da empresa que leva os funcion�rios e trabalhava tamb�m com o caminh�o. J� o Reinaldo e o Adilson eu conhecia havia dois anos, desde que comecei a trabalhar na Herculano.”

Geraldo explicou que operava uma escavadeira acima do colega Adilson. “No local em que eu trabalhava, os rejeitos est�o bem mais secos. Mas n�o sei dizer se onde o Adilson estava havia infiltra��es.” A princ�pio havia suspeita de que o oper�rio tivesse sofrido fratura da perna direita, mas foi diagnosticada uma forte tor��o e ele recebeu alta horas depois de atendido. “Fiquei s� com a cabe�a e o bra�o esquerdo fora da lama. Se n�o fossem os colegas, mais uns tr�s minutos ali eu teria morrido”, contou o operador, que est� noivo e agora pensa em apressar o casamento.