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Estado de Minas COM A PALAVRA, OS ESTUDANTES

Escola de BH cria comit� com jovens para avaliar novas ferramentas de ensino

'� preciso usar a tecnologia a nosso favor', diz aluna


postado em 21/09/2014 06:00 / atualizado em 21/09/2014 07:06

Alunos do colégio Loyola discutem uso de tecnologias em reunião: debates podem provocar mudanças em processos(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Alunos do col�gio Loyola discutem uso de tecnologias em reuni�o: debates podem provocar mudan�as em processos (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

“Me interesso por computadores, sistemas bin�rios, hexadecimais e acredito que tenha criatividade para propor novas possibilidades tecnol�gicas.” Com a frase, a aluna Larissa Dolabella Gomide, do 1º ano do ensino m�dio, candidatou-se a participar do Comit� Gestor Discente de Tecnologia do Col�gio Loyola. A abertura da dire��o do Loyola � participa��o direta dos alunos � tida como revolucion�ria. A primeira reuni�o do comit� ocorreu na segunda-feira.

A ideia, que j� � aplicada h� tr�s anos no Col�gio Dante Alighieri, em S�o Paulo, foi trazida para Minas como uma maneira de auxiliar a diretoria em rela��o �s decis�es relativas ao uso da tecnologia na escola. Trata-se de inst�ncia consultiva e cada um dos membros do comit� ter� acesso a um tablet. “Tudo o que for pass�vel de uma mudan�a r�pida nos processos ser� implantado no col�gio”, garante o diretor-geral da institui��o, padre Germano Cord Neto, que pretende criar tamb�m um comit� de professores e outro de pais.

Larissa foi aprovada no comit�. T�mida a princ�pio, a adolescente falou pouco durante a reuni�o. Quando decidiu participar, resumiu o prop�sito do comit� de levar os alunos a dar palpites sobre a import�ncia de usar as ferramentas tecnol�gicas para estudar. “� preciso usar a tecnologia a nosso favor”, ensinou.

Mais falante, B�rbara Figueir� conta ter descoberto n�o mais precisar de l�pis e papel para estudar. “Estava na Escola da ONU, quando morei em Nova York. Fui responder a um teste. Uma coisa parecendo disco voador exibiu na parede as perguntas e me deram uma esp�cie de controle onde eu deveria marcar as respostas”, explicou a aluna, filha de embaixador. Ela explica que, como m�todo de estudo, prefere ouvir do que ler explica��es de mat�rias. Outro m�todo usado por ela � pesquisar diversas fontes de conhecimento na internet conte�do para estudar as mat�rias.

Est�mulos
“A gente � mais visual. A ‘coisa’ parada � cansativa”, define o adolescente Giovanni C�sar Wall Paschoalini, de 15 anos. Ele conta que, toda semana, � obrigado pelo pai a ler uma pilha de jornais para se informar melhor. “Prefiro entender as coisas do que decorar”, completa o estudante, que j� participou de tr�s interc�mbios no exterior.

“O mais incr�vel � a heterogeneidade percebida no grupo de estudantes que comp�em o comit�. Temos aqueles que assistem a videoaulas e outros que estudam nos livros e fazem quest�o de usar a caneta marca-texto para grifar trechos mais importantes”, comprara Bruno Paim, coordenador de tecnologia educacional do Loyola. Ele alerta que o uso do celular em sala de aula � proibido por lei estadual em Minas, mas que outras ferramentas, como o Moodle, j� s�o amplamente empregadas nos col�gios particulares. “� uma plataforma educacional que permite a intera��o entre professores e alunos para passar exerc�cios e notas e tirar d�vidas”, conta.

Professor busca motivar adolescentes
“Educar n�o � transmitir conte�do, mas despertar consci�ncias.” Esse foi um dos ensinamentos exibidos no tel�o gigante do Minascentro, durante Congresso Internacional da Rede Pit�goras, na semana passada, que discutiu os rumos do cen�rio educacional brasileiro. Entre os convidados, estava o diretor de Planejamento e Fideliza��o da Kroton, um dos maiores e mais antigos grupos educacionais do pa�s, o professor Bruno Ramos. Ele atua tamb�m � respons�vel por uma das aulas mais disputadas do ensino m�dio do Pit�goras do Bairro Cidade Jardim. O encontro, opcional, ocorre nas tardes de sexta-feira.

Em uma das aulas, o professor reuniu mais de 50 adolescentes e jovens em plena �poca de prepara��o para o Enem e vestibulares. O grupo se inscreveu para participar da disciplina de motiva��o emocional. Tensos com a proximidade dos exames, os estudantes foram convidados a andar com os olhos vendados, pisar sobre areia, relaxar e, por fim, desafiados a quebrar t�buas de madeira com golpes inspirados na arte marcial. “Mais do que saber o conte�do, eles precisam acreditar que s�o capazes de competir no concurso para que o medo n�o paralise”, explica o professor.

Segundo Bruno Ramos, apenas duas alunas n�o conseguiram quebrar a t�bua ao meio e ser�o encaminhadas ao setor pedag�gico da escola para acompanhamento. N�o se trata de exerc�cio de for�a, mas sim de confian�a. “Eles foram estimulados a escrever em madeira os sentimentos que precisavam destruir, como inseguran�a, pregui�a, des�nimo. Quando n�o conseguiam da primeira vez, eram estimulados a tentar da segunda e da terceira vez. Choravam quando davam conta”, explica o professor, que, na �poca de estudante, n�o era considerado bom aluno e na terceira tentativa passou no concurso do Instituto Tecnol�gico de Aeron�utica (ITA), dos mais concorridos do pa�s. Depois de se formar como oficial, largou a carreira para fazer o que gosta: dar aulas. “A solu��o para a educa��o n�o � o tablet, � o bom professor”, defende.

Uma das alunas, que prefere n�o se identificar, escreveu na madeira inseguran�a, indisciplina e ansiedade como sentimentos a ser “quebrados”. Conseguiu derrotar os tr�s de uma tacada s�, na primeira vez. “Minhas amigas demoraram mais. Muitas vezes, a gente n�o percebe o quanto est� pressionada a vencer e o quanto tudo isso incomoda. A vontade de agradar a fam�lia e passar no teste pode levar muitos estudantes a abandonar os estudos por medo de falhar”, acrescenta. (SK)


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