
A Cowan, empresa respons�vel pela obra do Viaduto Batalha dos Guararapes, e a Consol, que realizou o c�lculo do projeto, continuam se eximindo da culpa da trag�dia que deixou dois mortos na Avenida Pedro I, em julho deste ano. Representantes de ambas as empresas estiveram no Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) para uma reuni�o com o promotor Eduardo Nepomuceno nesta quinta-feira. A promotoria considerou que o encontro terminou sem acordo, j� que as responsabilidades pelo desabamento n�o foram assumidas. Mesmo assim, a Consol se disp�s a elaborar o projeto b�sico para a trincheira que deve ser constru�da onde estava o elevado, proposta feita pela Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), na semana passada. Os documentos devem ser entregues em at� 60 dias.
Nesta quinta-feira, as empresas se posicionariam sobre a solu��o apresentada pelo MP, mas n�o houve consenso. “Nenhuma das partes quis assumir as responsabilidades sobre o evento [desabamento do viaduto]. Mas, nenhuma delas se negou a discutir um termo de acordo poss�vel. � justo que para isso exista uma defini��o do custo da solu��o t�cnica proposta pela Sudecap, que � a constru��o da trincheira. � preciso saber qual o custo real desta obra”, analisou o promotor.
Esse valor deve ser definido pelo projeto de c�lculo que ser� feito pela Consol em at� 60 dias. A obra dever� custar menos que os R$ 10 milh�es investidos pela Prefeitura de Belo Horizonte na constru��o das duas al�as do Viaduto Batalha dos Guararapes. Caso o valor seja de fato inferior, as empresas ter�o que devolver o restante aos cofres p�blicos. “Segundo a Sudecap, essa solu��o da trincheira pode ter um custo equivalente ao gasto no viaduto. Mas, esse custo equivalente n�o sambemos at� quanto seria. O elevado tinha duas al�as longas e a trincheira vai ser, em termos de material b�sico, talvez at� menor. O trabalho maior deve ser de demoli��o, escava��o, mas, em termo de cimento, asfalto e estrutura, talvez seja menor. Por isso, podemos ter redu��o de custo”, explicou Nepomuceno.
A Cowan ainda n�o quis informar se vai aceitar a proposta da constru��o da trincheira. Segundo o promotor, ela aguardar� a finaliza��o do projeto de c�lculo da Consol para definir a sua posi��o sobre o caso. Se definir por n�o executar a obra, ela pode ser acionada judicialmente. “� preciso pensar n�o s� no aspecto financeiro, mas tamb�m no da idoneidade, da moral, do bom nome da empresa no mercado. S�o empresas que costumeiramente s�o contratadas e participam de licita��es, e, no caso de n�o celebra��o de um acordo, submeter a um processo judicial n�o seria bom para ningu�m”, disse.
Trincheira ser� feita rapidamente, mas com cuidados
O prazo para a finaliza��o da trincheira no local onde ficava o Viaduto Batalha dos Guararapes, ainda n�o foi definido. A Sudecap pretende entregar a obra at� o �ltimo ano de mandato do prefeito Marcio Lacerda (PSB), em 2016. Para o Minist�rio P�blico, a constru��o tem que ser feita com rapidez, mas de maneira consciente. “O que pretendemos na nossa parte de negocia��o � que esteja pronta o mais r�pido poss�vel, mas sem ferir a qualidade. Para isso, vamos pedir apoio t�cnico a �rg�os como o Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais) e tamb�m do departamento de engenharia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) para acompanhar e dar um aux�lio qualquer”, afirma Nepomuceno. “O ideal � que seja feito de forma menos impactante poss�vel para os moradores e de uma forma que possa dar resposta r�pida da sociedade", analisou o promotor.