(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Cal�adas prec�rias s�o campe�s de infra��es ao C�digo de Posturas de Belo Horizonte

Em percurso de apenas 380 metros na Savassi, equipe contou 42 buracos em passeios, um a cada 9 metros


postado em 23/11/2014 06:00 / atualizado em 23/11/2014 07:36

Calçada na Avenida Afonso Pena também gera transtornos perto de ponto de ônibus(foto: Euler Júnior/EM/DA Press)
Cal�ada na Avenida Afonso Pena tamb�m gera transtornos perto de ponto de �nibus (foto: Euler J�nior/EM/DA Press)


Com a cabe�a ainda dividida entre os afazeres do trabalho que acabou de deixar e o papo com as colegas no caminho para o almo�o, a advogada Aryane Martins Amaral, de 30 anos, nem percebeu que o salto de seu sapato ficou a menos de um dedo de cair num buraco, o que poderia lhe render um tornozelo torcido. O buraco de 10cm de profundidade e 35cm x 70cm de �rea fica no passeio da Avenida Crist�v�o Colombo, altura do n�mero 482, na Savassi. “Nem vi esse buraco e quase ca� nele. E bem na descida do passeio. Que perigo! As cal�adas est�o em p�ssimo estado mesmo e h� tempos. J� tropecei v�rias vezes e at� agora, gra�as a Deus, n�o ca�”, disse. As cal�adas irregulares e esburacadas s�o as campe�s de infra��o do C�digo de Posturas.

O buraco onde Aryane esteve � beira de se acidentar � somente um dos perigos que os pedestres encontram no caminho de 600m entre as pra�as da Savassi e da Liberdade. Nesse trajeto, eles encontram 32 buracos, uma sequ�ncia perigosa que se divide numa m�dia de um a cada 18,8m. Essa dist�ncia � pouco maior do que o comprimento de um �nibus do BRT/Move articulado. Nesse trajeto, as colegas de Aryane dizem j� ter enfrentado problemas no hor�rio de trabalho. “Uma vez, meu salto caiu num buraco do passeio e ficou para tr�s. Quase ca�, mas consegui me equilibrar. Foi um susto, porque poderia ter me machucado numa queda”, conta a assistente financeira Pamela Silva, de 24.

Aryane (E) nem percebeu o risco de torção que correu quando o salto do seu sapato quase caiu em buraco na Avenida Cristóvão Colombo, quando caminhava com as amigas Pamela e Kecya(foto: Mateus Parreiras/EM/DA Press)
Aryane (E) nem percebeu o risco de tor��o que correu quando o salto do seu sapato quase caiu em buraco na Avenida Crist�v�o Colombo, quando caminhava com as amigas Pamela e Kecya (foto: Mateus Parreiras/EM/DA Press)

(foto: Mateus Parreiras/EM/DA Press)
(foto: Mateus Parreiras/EM/DA Press)


PIOR TRECHO O trecho mais cr�tico da Savassi fica num circuito de centros comerciais e lazer a partir da Pra�a da Savassi, pelas ruas Alagoas e Fernandes Tourinho, com destino ao Shopping 5ª Avenida, P�tio Savassi e Chevrolet Hall. Nos 380m percorridos pela reportagem foram encontrados 42 buracos, m�dia de um a cada 9m. � como se o pedestre se deparasse com um obst�culo a cada meia quadra de v�lei. Somando-se a �rea dessas valas escavadas nos passeios chega-se a 10,42 metros quadrados, pouco mais que o espa�o interno de um trailer de sandu�ches.

No quarteir�o da Rua Fernandes Tourinho, al�m dos buracos, um condom�nio de salas comerciais trouxe ainda mais perigo para os pedestres. No passeio foram perfurados tr�s buracos para encaixe de postes e correntes para impedir o estacionamento de ve�culos no local. S� que durante o dia eles ficam abertos, podendo engolir saltos de sapatos, p�s pequenos de crian�as e at� as muletas de pessoas com dificuldades de locomo��o. N�o satisfeitos, os administradores ainda instalaram um andaime no local, que fechou parte da passagem e obriga as pessoas a irem direto para um desses buracos de encaixe.

Clique para ver mais locais
Clique para ver mais locais
A bengala de um aposentado de 77 anos passou rente ao buraco e por pouco n�o provocou a queda do homem. Apesar de reconhecer esse perigo e de considerar que � preciso mais fiscaliza��o e responsabilidade dos propriet�rios, o homem pediu para n�o ser identificado pela reportagem. E o motivo revela mais mazelas pelas quais passam os pedestres. “J� ca� numa boca de lobo aberta e quebrei o quadril. Torci o tornozelo em meio-fio quebrado. Se minha filha souber que quase tive um acidente de novo, ela n�o me deixa mais sair de casa sozinho. Por isso, prefiro que n�o tenha meu nome na reportagem”, justifica.

“Em �reas como a Savassi, o problema das falhas nos passeios n�o fica s� nos idosos e pessoas de mobilidade reduzida. Muitas pessoas em vestu�rio formal precisam cal�ar saltos altos e podem sofrer tor��es e trope��es seri�ssimos por causa dos buracos”, observa o mestre em engenharia de transportes e professor de transporte e tr�nsito da Universidade Fumec, M�rcio Aguiar. “Para os cegos, as cal�adas deformadas ainda atrapalham a sua orienta��o com as bengalas”, afirma.

Especialista v� problema grav�ssimo

O mestre em engenharia de transportes e professor de transporte e tr�nsito da Universidade (Fumec) M�rcio Aguiar, considerou o levantamento “surpreendente” e a situa��o “grav�ssima”. “� dever dos propriet�rios de im�veis cuidar do seu passeio e a pesquisa mostrou como no Centro isso � complicado. As instala��es comerciais n�o cumprem suas obriga��es de conserva��o, n�o s�o fiscalizadas como deveriam e prova disso � o estado p�ssimo em que se encontram (os passeios)”, disse. “O principal afetado � o pedestre e as pessoas de mobilidade reduzida, como os cadeirantes, os cegos e os idosos, que acabam jogados para as ruas, onde correm risco de ser atropelados, al�m das pessoas que sofrem acidentes, torcem o tornozelo e se machucam”, alerta Aguiar.

Outro caminho tortuoso no Centro � o trajeto de 450 metros entre a Pra�a 7 e a Rodovi�ria, pela Avenida Afonso Pena e Rua Curitiba. Foram contabilizados 46 buracos, que se dividem numa m�dia de um obst�culo a cada 9,8 metros, a maior parte em frente a com�rcios e edif�cios antigos. Nas lojas, por�m, a alega��o de quem trabalha � que os consertos devem ser realizados pelos locat�rios, que s�o os donos dos im�veis, e n�o por quem aluga, o que � confirmado pela PBH.

A situa��o prec�ria das cal�adas se reflete no alto �ndice de averigua��es e de puni��o desse tipo de infra��o pela secretaria, a irregularidade de posturas campe�. Neste ano, foram 20.151 vistorias, entre janeiro e setembro, n�mero que superou em 51,3% as 13.312 a��es do mesmo per�odo do ano anterior. As notifica��es, quando os problemas s�o encontrados e os propriet�rios recebem prazo para agir, aumentaram 430%, de 1.615 para 8.569, enquanto as multas cresceram 29%, passando de 1.615 para 2.085. De acordo com a secretaria, “a penalidade estabelecida para propriet�rios de im�veis que descumprem as normas para constru��o, conserva��o e manuten��o dos passeios � a imposi��o de multas, que s�o cobradas em dobro e em triplo nas reincid�ncias”, informou a secretaria por e-mail. Os valores das multas variam de R$ 504,88 a R$ 883,55 de acordo com a infra��o.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)