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Estado de Minas

Fraude para burlar o Enem proporcionava vida de ostenta��o ao bando

Em Te�filo Otoni, policiais apreenderam dois carros Porsche e uma Harley Davidson com acusado de fraudes contra vestibulares, conhecido por ostentar uma vida de novo rico


25/11/2014 06:00 - atualizado 25/11/2014 11:30
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Conhecido diz que suspeito começou a gastar com veículos luxuosos e outros bens há cerca de três anos. Com ele, polícia apreendeu também relógios, eletrônicos, dólares e euros
Conhecido diz que suspeito come�ou a gastar com ve�culos luxuosos e outros bens h� cerca de tr�s anos. Com ele, pol�cia apreendeu tamb�m rel�gios, eletr�nicos, d�lares e euros (foto: Fantoni Pesso/Divulga��o)

As investiga��es sobre a quadrilha que se especializou em fraudes em vestibulares de medicina e provas do Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem) levaram a apreens�es que indicam o elevado padr�o de vida levado pelo acusado de ser um dos cabe�as do bando. Em Te�filo Otoni, a equipe comandada pelo delegado Jeferson Botelho cumpriu mandados de busca e apreens�o na empresa de eventos Balaio Shows, da fam�lia de �ureo Ferreira, preso no domingo em Belo Horizonte. Tamb�m foram cumpridos mandados na casa dele e em uma fazenda de seus familiares, na localidade de Lajinha, perto da cidade.
Os policiais apreenderam carros e moto de luxo, equipamentos eletr�nicos, bebidas importadas, rel�gios e uma quantidade n�o revelada de dinheiro em moedas estrangeiras (d�lar e euro). Para a pol�cia, as apreens�es indicam a ostenta��o e a quantidade de bens adquiridos gra�as � renda obtida com fraudes em vestibulares e nas provas do Enem. Segundo o delegado Jeferson Botelho, uma vaga em um curso de medicina podia ser vendida por valores em torno de R$ 100 mil.

Entre os artigos de luxo que foram apreendidos com o acusado de liderar a organiza��o criminosa em Te�filo Otoni est�o dois carros importados da marca Porsche – um deles avaliado em R$ 250 mil, segundo a pol�cia – uma moto importada Harley Davidson, um quadriciclo, tamb�m importado, rel�gios de luxo, notebooks, smartphones e outros equipamentos eletr�nicos, al�m de cart�es de contas banc�rias (de d�bito e cr�dito). Tamb�m houve apreens�o de material supostamente usado nas fraudes, como pontos eletr�nicos e fichas de inscri��o em vestibulares de medicina e no Enem.

Segundo um morador de Te�filo Otoni, que n�o quis se identificar, �ureo Moura Ferreira, filho de um pequeno empres�rio da cidade, come�ou levar uma vida de ostenta��o h� cerca de tr�s anos, sem revelar a origem do dinheiro que gastava. H� pouco tempo, fez uma viagem para Dubai, emirado do Oriente M�dio, onde ficou hospedado em um hotel de luxo. O novo rico tamb�m adquiriu uma casa luxuosa no Bairro Marajoara, or�ada em cerca de R$ 1 milh�o, que tamb�m foi alvo de um mandado de busca e apreens�o ontem.

Mulheres e contas

Segundo testemunhas, �ureo tamb�m passou a ser visto em bares e casas noturnas da cidade, “desfilando” em carr�es. “Ele sempre andava cercado de mulheres e pagava contas altas”, revelou uma fonte de Te�filo Otoni. Na cidade vive outro dos investigados na opera��o, Roger Cardoso Nogueira, de 23 anos, apontado como colaborador de �ureo.

Enem

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An�sio Teixeira (Inep), ligado ao Minist�rio da Educa��o e organizador do Enem, ainda n�o sabe quais ser�o os desdobramentos do esquema para o exame nacional. Por meio de nota, o Inep afirmou que ainda n�o havia sido informado pela Pol�cia Federal sobre a fraude estourada em Minas. “Sobre o caso investigado em Minas Gerais, que visava desbaratar uma quadrilha que fraudava vestibulares em institui��es privadas de ensino, o Inep n�o recebeu da Pol�cia Federal, at� o momento, qualquer informa��o ou suposta rela��o dele com Enem.”
O instituto ainda informou que a seguran�a do exame nacional � feita pela PF. Nesta edi��o, o Inep eliminou 1.519 participantes por tentativa de fraudes, al�m das pris�es realizadas por agentes federais.

Defesa adota cautela

Na tarde de ontem, defensores falaram com seus clientes depois dos depoimentos dados aos delegados respons�veis pelo caso. O advogado Diego Bouchardt informou que o estudante �lzio Gon�alves, um dos acusados de participar da quadrilha, negou participa��o no esquema. Ele foi transferido para o Ceresp na tarde de ontem, com outros nove acusados. “Meu cliente n�o conhece as outras pessoas que foram presas”, argumentou. Segundo o advogado, �lzio apenas deu carona, de Montes Claros at� Belo Horizonte, a tr�s estudantes que fizeram as provas para o curso de medicina na Faculdade de Ci�ncias M�dicas no domingo. Assim que tiver contato com o processo aberto pela Pol�cia Civil, o advogado pretende entrar com um pedido de liberdade para o cliente.


Segundo o advogado D�lio Gandra, que representa tr�s dos principais suspeitos de integrar o esquema – �ureo Moura, Roger Cardoso e Carlos Lobo – os clientes est�o com pris�o tempor�ria decretada, que vale por cinco dias. “Vamos aguardar a distribui��o do inqu�rito, para saber quais s�o as acusa��es que pesam contra eles”, disse o advogado. Gandra estranhou que os estudantes, que teriam se beneficiado da “suposta fraude”, tenham sido soltos mediante fian�a. “Temos que avaliar se houve uma fraude ou apenas uma tentativa.”

VESTIBULAR MANTIDO Por meio de nota, a Faculdade de Ci�ncias M�dicas (FCM) informou que tem acompanhado as apura��es da Pol�cia Civil relacionadas � fraude em seu vestibular para o curso de medicina. “A FCM foi informada da investiga��o e vem, desde ent�o, colaborando com a pol�cia na identifica��o dos respons�veis, o que permitiu, inclusive, a infiltra��o de diversos policiais nos locais de prova”, explicou o comunicado.
Segundo a institui��o, entre os suspeitos est�o candidatos que usavam micropontos eletr�nicos e pessoas que estavam do lado de fora dos locais de aplica��o. “Os candidatos identificados pela pol�cia como participantes do esquema fraudulento ser�o exclu�dos do processo seletivo, de acordo com o previsto no edital do vestibular 2015”, informou. A faculdade acrescentou que a pris�o dos envolvidos n�o resultou em preju�zos para o processo seletivo, que n�o ser� cancelado.


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