“Daria os R$ 24 mil que eu e meu marido recebemos para n�o ter passado por isso”. Este � o sentimento da t�cnica em patologia cl�nica, L�gia Maria de Brito Santos, que ganhou uma indeniza��o da Cemig depois que faltou energia na festa de seu casamento. A festa foi realizada em 2011, mas a decis�o foi divulgada apenas nesta sexta-feira. A mulher contou que o fato lhe deixou traumatizada de n�o conseguir ir em cerim�nias de amigos.
Convidados e funcion�rios ligaram para a Cemig, conforme L�gia, mas o problema n�o era resolvido. “Apenas a rua estava sem energia, o resto do bairro tinha luz. Foi muito triste. Mas, mesmo assim, mandei servir o buf�”, disse. O constrangimento maior aconteceu quando os presentes come�aram a deixar o sal�o. “Com duas horas de festa, muitos amigos foram embora. Nem me cumprimentaram para n�o aumentar ainda mais meu sofrimento. Colocamos carros pr�ximos a entrada e ligamos os far�is para iluminar. Mesmo assim, foi muito frustrante”, reclamou.
Por causa dos problemas, L�gia entrou com um processo na Justi�a para pedir indeniza��o contra a Cemig por danos morais e materiais. Em primeira inst�ncia, os noivos tiveram decis�o favor�vel, mas recorreram ao Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG) por acharem os valores abaixo do esperado. Eles pediram R$ 200 mil. A empresa tamb�m recorreu pedindo a redu��o dos valores.
Decis�o
O desembargador Rog�rio Coutinho afirmou que n�o h� d�vidas de que a interrup��o no fornecimento de energia prejudicou a realiza��o do evento. Assim, para o magistrado, ficou claro que os servi�os do buf� e do sal�o de festas n�o foram utilizados da forma como pretendiam os noivos, por isso o casal deveria ser indenizado. Ele entendeu que o valor fixado para a indeniza��o, R$ 12 mil para cada noivo, estava adequado ao caso. Os outros desembargadores concordaram com a decis�o.
Mesmo com a indeniza��o, L�gia diz que a dor nunca ir� passar. “A indeniza��o para mim tem um valor simb�lico. Eu pagaria os R$ 24 mil para n�o ter passado por isso. Vou levar isso para o resto da minha vida. Mas, entendo que houve uma certa justi�a, porque no nosso pa�s sair impune � normal”, comentou.