
Por meio de nota, a empresa respons�vel pelo saneamento e abastecimento da Grande BH atribuiu a necessidade de reduzir a press�o da �gua ao elevado consumo dos �ltimos dias, por causa do calor, e a problemas no “macrossistema”, como vazamentos em redes de maior di�metro, falhas nas esta��es de bombeamento e servi�os de manuten��o. Para o professor Carlos Barreira Martinez, coordenador do Centro de Pesquisas Hidr�ulicas e de Recursos H�dricos da UFMG, a redu��o da press�o indica que a capital pode precisar de interrup��es de fornecimento em breve. “A Copasa j� disse que a rede tem n�veis altos de perda por conta de vazamentos. Quando voc� reduz a press�o, diminui o n�vel de perda do sistema e tamb�m o consumo de �gua. Em alguns pontos altos ou distantes, as casas ficar�o sem �gua, mas a cidade continua recebendo”, disse.
Martinez elogiou a medida, para ele necess�ria, mas criticou o que considera falta de transpar�ncia da empresa mineira ao n�o comunicar moradores de bairros que podem ser prejudicados. Em S�o Paulo, por exemplo, a Sabesp come�ou a divulgar os hor�rios em que reduz a press�o nos bairros. Ontem, a Copasa n�o informou se passar� a avisar moradores de regi�es que forem afetadas pela diminui��o de press�o e ressaltou que medida n�o tem rela��o com rod�zio. “Caso haja rod�zio em Belo Horizonte, a Copasa ir� comunicar com anteced�ncia � popula��o quais as regi�es atingidas. O rod�zio s� ser� feito ap�s a declara��o de situa��o cr�tica de escassez de recursos h�dricos pelo Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam) e Ag�ncia Reguladora dos Servi�os de Abastecimento de �gua e Esgotamento Sanit�rio de Minas Gerais (Arsae/MG)”, informou a empresa, em nota.
A Copasa afirmou, ainda, que a redu��o de press�o � feita “controladamente” para n�o haver desabastecimento e que a medida normalmente provoca falta de �gua por “algumas horas.” A orienta��o da empresa para moradores que ficarem sem abastecimento por muito tempo � ligar para o telefone 115.
MANUTEN��ES Al�m de administrar o baixo volume de reservat�rios, a Copasa precisou enfrentar ontem outros tipos de problemas na capital que provocaram interrup��o no abastecimento em 58 bairros. Pelo menos tr�s ocorr�ncias urgentes demandaram a presen�a de t�cnicos para solucionar vazamentos. Na Rua Major Lopes, no Bairro S�o Pedro, Regi�o Centro-Sul da capital, uma �rvore caiu por causa da chuva da noite de segunda-feira e provocou o rompimento de uma adutora. Para resolver problema em outra adutora na Avenida Pedro I, entre as regi�es Norte e Venda Nova, a companhia teve de paralisar o abastecimento em 11 bairros, sendo 10 nas regi�es Norte e Venda Nova e um em Santa Luzia.
Outros 36 bairros das regi�es Oeste, Noroeste e Centro-Sul tiveram o fornecimento interrompido emergencialmente para manuten��o em um sistema de bombeamento de �gua. A necessidade de outras manuten��es deixou os demais 11 bairros momentaneamente sem fornecimento. Para o especialista Bruno Versiani, professor aposentado de engenharia hidr�ulica da UFMG, problemas de manuten��o s�o comuns, mas na atual conjuntura t�m potencial para agravar a situa��o da falta de �gua na Grande BH. “� mais um complicador. Se ocorre uma manuten��o no per�odo de seca ao ponto de tirar a �gua por um certo tempo, aumenta ainda mais a car�ncia”, afirma.
O professor refor�ou a necessidade de a Copasa reduzir as perdas com falhas na rede. “O percentual de 40% � muito grande. Para corrigir esse problema, a melhor solu��o � implantar algum tipo de fiscaliza��o com multa”, defendeu. Segundo a Copasa, uma das medidas da atual gest�o para enfrentar a crise h�drica � atuar com 40 equipes na Grande BH para agir r�pido em casos de vazamentos e, consequentemente, diminuir a quantidade de �gua perdida por conta dos problemas nos canos e tubula��es.
