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Estado de Minas

Rio do Peixe sofre com estiagem e capta��o de mineradoras

Rio avaliado pela Copasa para coleta de �gua para a regi�o metropolitana sofre com a estiagem prolongada e j� tem afluentes usados por mineradora para alimentar usinas


postado em 03/02/2015 06:00 / atualizado em 03/02/2015 07:21

Mateus Parreiras

Seca praticamente acabou com a barragem Lagoa das Codornas, que pertence ao Sistema Rio das Velhas, às margens da BR-356, na Grande BH, e desvendou um muro de pedra de fazendas que foram inundadas (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Seca praticamente acabou com a barragem Lagoa das Codornas, que pertence ao Sistema Rio das Velhas, �s margens da BR-356, na Grande BH, e desvendou um muro de pedra de fazendas que foram inundadas (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Um manancial avaliado pela Copasa para refor�ar o abastecimento de �gua no Sistema Rio das Velhas � um rio combalido, com tamanho de c�rrego por causa da seca e de grandes capta��es de mineradoras, o que gera um impasse para ser usado como nova fonte de abastecimento. Em 23 de janeiro, o governador Fernando Pimentel anunciou um estudo do plano diretor da Copasa para fazer barragem no Rio das Velhas. Mas fontes ligadas � empresa informaram ontem ao Estado de Minas que o barramento ser� no Rio do Peixe, manancial cujo nome n�o lhe faz jus, j� que quase n�o existe mais pescado nos 10,8 quil�metros do afluente do Rio das Velhas, entre Nova Lima e Rio Acima. Boa parte da �gua e dos seus principais afluentes, os ribeir�es Capit�o da Mata e Congonhas dos Marinhos, foi encanada em conex�es met�licas e alimentam as sete usinas da mineradora AngloGold Ashanti, no Complexo do Rio do Peixe. Essa �gua, inclusive, chegou a ser  requisitada pela Copasa.

Em 20 de outubro, a companhia negociou com a mineradora a libera��o de 500 litros por segundo do Rio do Peixe, o que representou 3,5% do volume captado pela distribuidora, acordo cancelado com a volta da chuva. O plano diretor identificoum a �rea antes da foz do rio como ponto estrat�gico para constru��o de um reservat�rio de capta��o para a Grande BH, capaz de fornecer at� 3 mil litros/s.

O Rio do Peixe nasce no encontro do Ribeir�o Capit�o da Mata, que corre por 5,86km depois da Lagoa do Miguel�o, com o Ribeir�o Congonhas dos Marinhos, que se estende por 4,44km desde a Lagoa das Codornas. Um nascimento modesto dentro do territ�rio da AngloGold, em Rio Acima, pouco depois do alojamento chamado “Vila A”, antes da Usina Hidrel�trica G. Os dois c�rregos chegam em cursos reduzidos, que s�o acompanhados por grandes tubula��es met�licas, onde um volume muito superior de �gua � transportado entre as usinas. “Mais de 90% do rio est� dentro do cano”, disse um dos engenheiros que trabalhava no local na �ltima semana.

“S�o outorgas monstruosas como essas que precisam ser revistas e que realmente tiram a vaz�o do Rio das Velhas. As mineradoras contribu�ram para essa seca, principalmente porque precisam bombear noite e dia a �gua subterr�nea que as impede de retirar o min�rio das profundezas. V�rias nascentes secaram depois que as �guas do subterr�neo foram retiradas. Eram nascentes que abasteciam a bacia do Peixe”, afirma o fundador do Projeto Manuelz�o, Apolo Heringer Lisboa.

Rachado

As atividades de empreendimentos j� secaram por completo uma das barragens, a Lagoa das Codornas, �s margens da BR-356. O reservat�rio foi constru�do em 1905 pela Saint John Del Rey Mining Company, antecessora da Morro Velho e hoje AngloGold Ashanti, e serve justamente para regularizar a vaz�o de �gua para as usinas que fornecem grande parte da eletricidade usada pela extra��o miner�ria. O solo do leito est� trincado. A seca exp�s at� um complexo de muros antigos de pedras, resqu�cios de fazendas seculares inundadas.

MUnic�pios que abrigam as maiores jazidas cobrar�o das mineradoras planos de revis�o e redu��o do uso da �gua. O assunto ser� discutido na semana que vem pela Associa��o dos Munic�pios Mineradores de Minas Gerais em BH.  “As mineradoras t�m de reavaliar o seu consumo, informar os volumes e a forma de capta��o nos mananciais h�dricos e definir uma proposta conjunta nas cidades para redu��o do uso da �gua”, afirma Celso Cota, presidente da entidade.

A Copasa n�o comenta o estudo para o Rio do Peixe, alegando que ele faz parte do plano de defini��o das capta��es para a Grande BH at� 2050. A AngloGold Ashanti informou, por meio de nota, que as tubula��es s�o necess�rias para energia el�trica e que atende as exig�ncias ambientais. “Ao longo do sistema, existem cursos da �gua preservados de acordo com a outorga para uso do sistema”, diz a nota. Os trechos de tubula��es s�o considerados “pequenos” pela empresa, que afirma ainda que a �gua retorna para o Velhas. A AngloGold credita � falta de chuva a seca das barragens. Ainda segundo a empresa, a Lagoa das Codornas est� com 30% de seu n�vel normal. (Com Marta Vieira)

For�a-tarefa

A primeira reuni�o da for�a-tarefa formada por 11 �rg�os para gerenciar a��es que garantam o abastecimento de �gua na Grande BH, realizada ontem, marcou para o segunda-feira o prazo para apresenta��o de projetos e estudos. Uma das novidades � que as 40 equipes da Copasa que sair�o �s ruas para encontrar vazamentos na rede  ser�o identificadas por coletes especiais e adesivos nos carros, para diferenci�-las dos demais funcion�rios da companhia, fazendo deles uma refer�ncia para den�ncias e informa��es. A for�a-tarefa dever� enviar ao governador, em 180 dias, o relat�rio final com as recomenda��es.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

 


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