
Na tentativa de se aproximar da meta de economia, a Copasa anunciou ontem medidas para redu��o dos gastos, como a intensifica��o na a��o dos fiscais de vazamento. Com meta de reduzir de nove para quatro horas o tempo para estancar perdas nas redes da regi�o metropolitana, a empresa lan�ou o programa Ca�a-Gotas. Estar�o em campo 80 t�cnicos, divididos em 40 equipes, com o objetivo de evitar perdas e desperd�cio. A empresa ainda estuda medidas conjuntas para reduzir o consumo em �rg�os p�blicos nos quais s�o grandes os gastos.
No programa Ca�a-Gotas, os t�cnicos v�o atuar em 12 distritos da Grande BH, divis�o regional usada pela companhia. As den�ncias de desperd�cio dever�o ser feitas pelo telefone 115. “A equipe do ve�culo que estiver mais pr�ximo e em condi��es de atender vai ser deslocada para fechar o vazamento. Se tiver condi��es de resolver, far� o conserto. Se n�o, se for algo maior, ser�o acionadas equipes mais capacitadas para solucionar o problema”, explicou o diretor de Opera��o Metropolitana da estatal, R�mulo Perilli. “O que nos interessa no momento � estancar o vazamento. A corre��o pode ser feita depois. O que n�o podemos � perder a �gua”, afirmou. Somente em 2014, Belo Horizonte registrou 96 mil “escapes de �gua”. No mesmo ano, a Copasa identificou 1.044 “gatos”, como s�o identificadas as liga��es clandestinas, m�dia de 20 a cada semana.
A geografia � apontada por Perilli como um dos fatores que favorecem a ocorr�ncia de vazamentos. “O relevo da Regi�o Metropolitana de BH nos obriga a abastecer resid�ncias que est�o com desn�vel de at� 500 metros uma da outra. No Bairro Mangabeiras, estamos com cota de desn�vel de mil metros. Isso gera press�es enormes, que estamos combatendo com v�lvulas redutoras.” Segundo Perilli, os equipamentos s�o empregados em locais onde h� mais vazamentos. “Com isso, a rede de �gua � submetida a menor press�o e se rompe menos”, completou.
Sem folia na �gua
Na tarde dessa quinta-feira, em reuni�o na Cidade Administrativa com representantes da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), Corpo de Bombeiros e Pol�cia Militar, a Copasa confirmou a interdi��o do reservat�rio de Vargem das Flores no per�odo do carnaval. Na ata da reuni�o, a empresa recomenda a n�o utiliza��o da represa, devido � redu��o do volume de �gua, o que pode potencializar risco de contamina��o do manancial, al�m de acidentes e afogamentos, devido a materiais diversos que estavam submersos e ficaram expostos ou sob pouco volume de �gua. “� uma a��o emergencial, mas n�o podemos ficar s� nisso. Temos que pensar formas de ocupar, de usar parte do reservat�rio, mas sem trazer impacto para o lago”, advertiu Perilli.
A represa � um dos mananciais que abastecem a Regi�o Metropolitana de BH e, assim como outros reservat�rios, enfrenta queda no volume neste in�cio de ano. Como resultado da seca prolongada, o reservat�rio est� operando com menos de 30% da capacidade. Com base em anos anteriores, a previs�o do Corpo de Bombeiros era de que, no per�odo da folia, a represa pudesse receber at� 5 mil banhistas por dia. Perilli informou que a recomenda��o ser� repassada aos prefeitos de Betim e Contagem, munic�pios em cujos territ�rios a represa est� localizada, e tamb�m � for�a-tarefa criada para gerenciar a crise h�drica em Minas.
O estado analisa at� mesmo medidas jur�dicas para que a decis�o possa ser cumprida. “A interdi��o � uma medida de suma import�ncia para a seguran�a dos banhistas e para a popula��o como um todo, uma vez que a medida mant�m a qualidade da �gua que ser� consumida”, afirmou secret�rio-executivo da Cedec, tenente-coronel Ronilson Edelvan de Sales Caldeira. A interdi��o deve ocorrer a partir da pr�xima sexta-feira, v�spera do carnaval. A Copasa far� uma campanha educativa com carros de som no local, mas a PM pretende manter policiamento 24 horas, para impedir que foli�es cheguem �s margens do lago.
Em rela��o a outras medidas de redu��o de gastos, o diretor R�mulo Perilli disse ainda que estuda, juntamente com a Reitoria da UFMG, a retomada do uso de po�os artesianos para abastecer o c�mpus. Ele acredita que a��es adotadas pela Prefeitura de BH tamb�m poder�o ajudar a reduzir os gastos, que hoje representam 4% do total consumido na capital. “� um consumo alto, que pode ser reduzido. A irriga��o de canteiros pode acabar”, avisou Perilli, referindo-se a um servi�o em que s�o comuns os vazamentos e o desperd�cio.
