
Depois de um janeiro seco e reservat�rios com n�vel baixo, os primeiros nove dias deste m�s trouxeram boa expectativa para o resto do ver�o. At� a noite desse domingo, foram registrados 138,7 mil�metros de chuva, equivalente a 73,6% da m�dia hist�rica de todo o m�s de fevereiro, que � de 188,4mm, de acordo com medi��o do 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), da esta��o do Bairro Santo Agostinho. As �ltimas precipita��es elevaram pouco o volume das represas na Grande BH, embora longe do ideal, causaram al�vio, mas a previs�o meteorol�gica n�o � animadora.
Um filete de �gua, que escorre para o reservat�rio de Serra Azul, em Juatuba, na regi�o metropolitana, � um sinal evidente de que ainda h� vida no local. E esperan�a. Mesmo sendo tempor�rio e proveniente das �ltimas chuvas, o pequeno riacho, com seu barulhinho, vai direto para a barragem que, conforme a Copasa, teve o n�vel elevado de 6,9% para 7,1% de domingo para segunda. Olhando para o reservat�rio, n�o � poss�vel ver ainda qualquer diferen�a – a situa��o fica pior quando se nota a marca vermelha no alto da barragem, onde, em outras �pocas, a �gua atingia o n�vel m�ximo.
Segundo t�cnicos que trabalham nessa unidade da Copasa, choveu bem na �ltima semana, mas houve aumento de, no m�ximo, um metro n�vel da �gua. Para alagar �reas como a mostrada h� duas semanas pelo ESTADO DE MINAS, onde apareciam apenas filetes no meio da terra, ser� necess�rio muito mais, j� que s�o 9 quil�metros quadrados ocupados pelo Serra Azul. No local, des�guam sete c�rregos e o ribeir�o que d� nome ao reservat�rio. J� o pequeno “riacho” continua no seu ritmo, mas por pouco tempo. “Assim que a chuva for embora, ele vai tamb�m. A�, s� mesmo muita chuva para encher a barragem”, disse um funcion�rio da Copasa.
Durante reuni�o ontem da for�a-tarefa que busca medidas para reduzir o consumo, a presidente da Copasa, Sinara Meireles, afirmou que a situa��o dos reservat�rios continua a preocupar, mesmo com as recentes chuvas. Por isso, as reuni�es de trabalho em andamento e a��es buscam solu��es em m�dio e longo prazo.
De acordo com o meteorologista Claudemir Azevedo, do Inmet, apesar das recentes chuvas, a partir de amanh� chega uma massa de ar seco em Minas, que deve prevalecer at� o fim do carnaval. “As temperaturas v�o se elevar em todo estado durante o feriado, com tempo aberto e sol na maioria das cidades mineiras. Durante a folia, est�o previstas pancadas isoladas principalmente no Sul de Minas, e em parte da Regi�o Central e Grande BH”, disse Azevedo.
Segundo Claudemir, embora at� o fim do m�s possam ocorrer novas chuvas bem distribu�das no estado, o volume n�o ser� suficiente para recompor os reservat�rios. “Os �ltimos tr�s ver�es foram de per�odo seco. E agora n�o est� sendo diferente, com um dezembro e janeiro abaixo da m�dia. Mesmo que fevereiro feche com um volume acima da m�dia, teremos que contar com ver�es chuvosos nos pr�ximos anos para recuperar o n�vel de represas, rios e lagos”
Em janeiro, choveu 94,8mm para uma m�dia hist�rica do m�s de 296,3mm. Dezembro de 2014 tamb�m foi negativo, 137mm, contra a m�dia de 319,4mm. Novembro do ano passado, que inicialmente foi seco, ultrapassou a m�dia hist�rica de 201,4mm do m�s, com o volume de 214,7 mm. Neste m�s, a unidade de medi��o do Inmet da Pampulha chegou a registrar 201,8mm, mas, como n�o h� par�metros anteriores para comparar, n�o h� como afirmar que houve crescimento do �ndice. Os meses de fevereiro, em BH, j� apresentaram medi��es at�picas na esta��o do Inmet do Santo Agostinho. Em 1978, choveu 487,3mm, a maior marca em 105 anos de medi��o, superando o �ndice de 1916, de 469,3mm. Curiosamente, a menor marca foi em 1984, com 4mm de chuva.
PINGOS DE ALEGRIA Se ainda n�o foram suficientes para encher os reservat�rio, a chuva de trouxe alegria para os moradores, que prometem continuar economizando. O auxiliar administrativo Sidney Nunes dos Santos, morador do Bairro do Carmo, Centro-Sul, ficou satisfeito. “Estas foram as chuvas mais esperadas dos �ltimos tempos”, disse. Com bom humor e pela proximidade do carnaval, citou a letra da velha marchinha: “Tomara que chova tr�s dias sem parar…” Sidney diz que faz tudo para evitar o desperd�cio. “Nesses dias, recolhi �gua da chuva para fazer a limpeza da casa. Al�m disso, usei a �gua sai da m�quina de lavar roupa e do banho”.
A empres�ria Viviane Pena, moradora do Bairro Luxemburgo, tamb�m na Centro-Sul, tamb�m se mostrou contente com as pancadas, principalmente depois do calor�o. “Foi uma semana boa para refrescar, molhar as planta��es. Chuva � sempre bom”, afirmou Viviane, que tamb�m seguiu religiosamente a cartilha da economia de �gua. “Comprei copos descart�veis e economizei o que pude no meu caf�”, disse a empres�ria.
Residente no Bairro Cidade Nova, Nordeste da capital, a advogada Kelly Cristina Coelho da Cruz tamb�m celebrou a chegada da chuva. “Moro com meus pais e vi que eles economizaram muito em casa”, afirmou.
A chuva tamb�m trouxe alento ao interior. Em Pirapora, na Regi�o Norte, o morador Marcelo Oliveira filmou o Rio S�o Francisco, depois de tr�s dias de chuva. Entusiasmado, ele disse que “os c�us anunciam mais chuvas sobre o Velho Chico”.
HIDREL�TRICAS A chuva no Sudeste e no Centro-Oeste do pa�s durante a primeira semana de fevereiro fez com que o n�vel dos reservat�rios das hidrel�tricas come�asse a subir, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS). No fim de janeiro, esse n�vel estava em 16,84% (queda de 58,19% frente ao mesmo per�odo de 2014, quando esses reservat�rios tinham 40,28%. Dados recentes publicados pelo ONS, no domingo, mostram que houve ligeira recupera��o. O n�vel dos reservat�rios no Sudeste/Centro-Oeste j� aparece com 17,24% de sua capacidade.
