
Menos acidentes, mais mortes. Entre 2013 e 2014, o �ndice de letalidade dos desastres cresceu em oito das 15 rodovias federais mineiras nas quais a fiscaliza��o � mantida pela Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF). Fazem parte desse grupo estradas espalhadas por todo o estado: as BRs 116 (Zona da Mata/Vale do Rio Doce/Vale do Mucuri), 135 (regi�es Central e Norte), 153 e 364 (Tri�ngulo Mineiro), 267 (Zona da Mata e Sul de Minas), 354 e 459 (Sul de Minas) e 365 (Tri�ngulo Mineiro/Alto Parana�ba/Norte). S�o trechos que seguem tend�ncia contr�ria � observada em rodovias como as BRs 381 e 040, nas quais houve redu��o tanto de acidentes quanto de mortes no per�odo. Considerados todos os percursos patrulhados pela PRF, houve redu��o de 7,49% dos �bitos, que passaram de 1.242 em 2013 para 1.149 no ano passado.
O maior aumento percentual no n�mero de mortes por rodovia ficou com a BR-354, que passou de quatro �bitos em 2013 para 12 em 2014, aumento de 200%. O trecho tem 71 quil�metros e se estende entre quatro munic�pios do Sul de Minas (Caxambu, Pouso Alto, Itanhandu e Itamonte). Os acidentes no trecho, por�m, diminu�ram 6,16%: de 195 para 183. Outra BR que registrou tend�ncia semelhante foi a 135, liga��o da Regi�o Central com o Norte do estado. Enquanto em 2013 a PRF contabilizou 71 mortes nos 294 quil�metros entre Curvelo (Central) e Montes Claros (Norte), esse n�mero cresceu 11% em 2014, chegando a 79 �bitos. Por�m, as ocorr�ncias ca�ram 19,52%, passando de 743 para 598.
O inspetor Aristides J�nior, chefe de Comunica��o Social da PRF/MG, destaca que, h� alguns anos, a BR-135 era considerada uma das piores estradas de Minas. “Nesse caso, houve uma melhora estrutural significativa, que garantiu maior velocidade para os condutores. Com isso, aumentou a severidade dos acidentes. Tamb�m observamos um aumento muito grande do fluxo de caminh�es que usam essa rota para chegar ao Nordeste do Brasil”, afirma. O inspetor lembra ainda que, com exce��es pontuais, as estradas que registraram aumento da letalidade s�o de pista simples. “A colis�o frontal � o tipo de acidente mais grave, e pode acontecer pelo fato de esses locais n�o serem duplicados”, afirma.
FISCALIZA��O FALHA O coordenador do curso de Engenharia de Transportes do Cefet/MG, Guilherme Leiva, concorda com a avalia��o da PRF sobre o peso do aumento da velocidade, mas acredita que a fiscaliza��o precisa aumentar. “Quando se melhora a infraestrutura, aqueles acidentes que s�o consequ�ncia, por exemplo, de asfalto irregular ou de problemas na sinaliza��o tendem a ser minimizados. Mas os desastres ficam mais severos, pelo aumento de velocidade. N�o adianta investir apenas na estrutura, � necess�rio ter mais fiscaliza��o para que a imprud�ncia n�o se destaque”, analisa.
O inspetor Aristides J�nior diz que desde 2013 a PRF tem adotado um esquema de mapeamento dos pontos de risco, para concentrar o trabalho em locais mais perigosos, o que, avalia, tem resultado na redu��o geral dos �bitos. “J� que n�o temos como estar presentes em todos os lugares, temos atuado com uma programa��o fixa em cada delegacia para atacar os pontos mais complicados levantados por mapeamento”, afirma. O Estado de Minas procurou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que n�o se manifestou sobre o assunto.