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Estado de Minas

Respons�veis pelo transporte de grandes cargas n�o resolvem problemas nas estradas


postado em 23/03/2015 07:03 / atualizado em 23/03/2015 07:29

Acidentes ou outros tipos de problemas graves com cargas em excesso, como o que parou a Fern�o Dias por 31 horas entre o fim da noite de s�bado e esta segunda-feira, al�m de precisarem de um esquema especial de transporte, dependem de solu��es urgentes apresentadas pelas pr�prias empresas respons�veis pelo material para resolver prov�veis transtornos causados ao tr�nsito. Essa � a avalia��o de especialistas em tr�nsito rodovi�rio e pela pr�pria Autopista Fern�o Dias, concession�ria que opera na BR-381 entre Belo Horizonte e S�o Paulo.

Sem capacidade para suportar um comboio de 540 toneladas e seis metros de largura, a empresa admite que apenas a companhia respons�vel pelo transporte � capaz de remover a carga, j� que o contrato celebrado com a Ag�ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) determina tecnologia suficiente para dar conta de at� 56 toneladas. O inspetor Aristides J�nior, assessor de comunica��o da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) em Minas Gerais, informou que vai comunicar a chefia da corpora��o sobre o incidente deste fim de semana, com a inten��o de levar o caso at� o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), �rg�o que regula as autoriza��es para o tr�nsito de cargas excedentes.

J� o coordenador do Departamento de Transportes da Fumec, M�rcio Aguiar, afirma que o certo � cargas desse porte serem transportadas por ferrovias, mas o Brasil n�o disp�e de estrutura suficiente para dar conta usando trilhos. “Seria o ideal para n�o sobrecarregar as rodovias que j� est�o saturadas”, avalia o professor. Como n�o h� a exig�ncia, por exemplo, de caminh�es reserva acompanhando o comboio para substitu�r os que estragarem, a situa��o � desanimadora em caso de problemas. “Se falhar qualquer coisa, � certo que quem vai pagar � o motorista com o tr�nsito fechado”, acrescenta Aguiar. Ele critica a Autopista Fern�o Dias, que demorou para apresentar uma sa�da a fim de viabilizar o fluxo mesmo que em sistema siga e pare.

Sem regra O inspetor Aristides J�nior entende que � dif�cil estipular uma regra, j� que cada carga tem caracter�sticas especiais. “� claro que o que aconteceu deve ser repassado ao Dnit. Vou comunicar a chefia para que a informa��o chegue at� o �rg�o de infraestrutura, mas � bom lembrar que, dependendo do tamanho da carga, �s vezes, a empresa nem possui outro caminh�o igual para substituir algum em caso de pane”, afirma o inspetor.

Via assessoria de imprensa, a Autopista informou que n�o tem condi��es, nem juntando v�rios guinchos, de mover um comboio do tamanho do que falhou na 381. O contrato firmado de concess�o prev� capacidade de remo��o de ve�culos que somem 56 toneladas, conforme a Autopista. A empresa informou que o Dnit � quem d� autoriza��o para o tr�nsito das cargas especiais. A concession�ria � comunicada apenas para garantir que a infraestrutura da rodovia comporte a passagem do conjunto, como viadutos, pontes, t�neis e outros poss�veis obst�culos.

A reportagem procurou a assessoria do Dnit para falar sobre o problema na rodovia, mas n�o obteve retorno. Os gestores das empresas Transpesa, respons�vel pela carga, assim como da Toshiba, dona do transformador, n�o foram encontrados.

Madrugada com �gua,
biscoito e muita paci�ncia

O caminhoneiro Manoel Renan de Jesus Souza, de 41 anos, ficou retido mais de 14 horas na Fern�o Dias. Ele saiu � tarde de Itabela (BA), com 12 toneladas de mam�o, e seguia para S�o Paulo, mas no fim da noite acabou parado na estrada, na serra de Igarap�. “Fiquei todas essas horas a base de �gua, biscoito e mam�o, e o banheiro foi improvisado no meio do mato”, contou o motorista, cansando de esperar na cabine da carreta e com a viagem atrasada.

Quem precisou tamb�m de muita paci�ncia foram Marcelo Coutinho, de 37, e Andr� Luiz Raimundo, de 35, que se revezavam na dire��o de uma carreta carregada com cerveja. Sa�ram de Itabuna (BA) com destino a Guaruj� (SP) e tamb�m ficaram parados no engarrafamento quando chegaram na Serra de Igarap�. Sem provis�es, os dois levavam na cabine apenas uma garrafa de dois litros de �gua mineral. Eles passamos a madrugada toda na estrada. A �gua deles j� estava no fim, quando enfim, puderam seguir viagem. Se n�o liberassem esse tr�nsito logo, a nossa situa��o iria ficar ainda complicada”, disse Coutinho.

Raimundo Greg�rio, de 54 anos, seguia no sentido contr�rio. Saiu de S�o Paulo na tarde de s�bado, com uma carga de macarr�o, com previs�o de chegar a Recife amanh� pela manh�. Por�m, como foi surpreendido pelo congestionamento na BR-381, recalculou o tempo de viagem, e acreditava que alcan�aria seu destino apenas na quarta-feira. Enquanto esperava a libera��o do tr�nsito, preparou uma x�cara de caf�, ali mesmo, na estrada. Alex Freitas Pereira, de 34, � morador de BH, e tem um s�tio em Itatiaiu�u. Resolveu voltar para a capital mais cedo para fugir do tr�nsito, mas n�o teve jeito. Na companhia de Rambo, um c�o de ra�a indefinida, esperou mais de quatro horas na BR-381. Por sorte, levou �gua e ra��o para o bicho de estima��o.


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