
Modificado nos �ltimos 40 anos por constru��es que obstruem a conex�o visual entre as obras de Oscar Niemeyer, o Iate T�nis Clube (ITC) pode impedir que o t�tulo de Patrim�nio Cultural da Humanidade seja concedido ao Complexo da Lagoa da Pampulha. Para que isso n�o ocorra, o Iate precisa passar por obras de demoli��o e restauro de grande porte, at� o ano que vem. A informa��o era tratada reservadamente, em negocia��es que envolvem a diretoria do clube, a Funda��o Municipal de Cultura (FMC), o Itamaraty e os institutos estadual (Iepha) e nacional (Iphan) do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico.
A pr�pria Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco), que acompanha o processo junto ao Centro do Patrim�nio Mundial – �rg�o que concede o t�tulo –, informou desconhecer a situa��o. A FMC reconhece que os entendimentos t�m de ser acelerados, j� que em setembro ocorrer� uma visita t�cnica da miss�o da Unesco, e a solu��o precisa estar em andamento. Contudo, grande parte das decis�es depende do clube.
O problema mais grave do Iate � a edifica��o que a Funda��o de Cultura classifica como “anexo”, mas que, nas tratativas do Iphan e do Iepha, j� � chamado informalmente de “puxadinho”: trata-se do pr�dio de dois andares n�o previsto na planta original de Oscar Niemeyer, onde funciona atualmente uma garagem, um sal�o de festas e uma academia. “H� um termo de coopera��o assinado pelo ITC para solucionar as estruturas impactantes. Na �ltima visita de um consultor uruguaio para a candidatura do complexo, ele avaliou que a Pampulha tem tudo para se tornar patrim�nio da humanidade, mas h� um grave elemento impactante, que � o anexo”, afirma a diretora de Museus e Centros de Refer�ncia da funda��o municipal, Luciana Seres.
Demoli��o
Uma das solu��es apontadas por arquitetos consultados pelos �rg�os de patrim�nio seria a demoli��o do segundo andar do anexo. “A quest�o � de permeabilidade visual. O argumento arquitet�nico prev� a articula��o do espelho d’�gua com os monumentos, de forma que da igrejinha e do Museu de Arte da Pampulha se possa ver o Iate T�nis Clube e vice-versa, o que esse anexo tem atrapalhado”, aponta a diretora da funda��o.
Mas a demoli��o n�o � tudo. Pelos relat�rios da consultoria, � preciso ainda que outras interven��es que descaracterizam o clube sejam sanadas, como o muro da entrada, a portaria que antecede o edif�cio principal, a varanda anexa ao restaurante, uma das piscinas e duas torres de caixa-d’�gua que obstruem os jardins de Burlemarx. Resolvidas essas quest�es, ainda � necess�rio que os edif�cios originais passem por restaura��o.