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Estado de Minas

Iate Tenis Clube diz que verba para obras e adapta��es deve vir do poder p�blico

Clube afirma n�o colocar obst�culo a adequa��es necess�rias para retomar o projeto original, mas diz que dinheiro tem de vir dos cofres p�blicos. �rg�os oficiais n�o comentam imposi��o


postado em 13/05/2015 06:00 / atualizado em 13/05/2015 08:07

Demolição do anexo onde hoje funciona academia e salão de festas é uma das principais intervenções (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
Demoli��o do anexo onde hoje funciona academia e sal�o de festas � uma das principais interven��es (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )

Sem garantia de recursos, o comprometimento do Iate Tenis Clube, da Prefeitura de Belo Horizonte e dos institutos de patrim�nio nacional (Iphan) e estadual (Iepha) pode n�o ser o suficiente para as obras e adapta��es de que o edif�cio do clube necessita. Enquanto o Iate diz que o capital para as obras necess�rias para a demoli��o de parte do anexo onde funciona uma academia e um sal�o dever� vir do poder p�blico, nem a prefeitura nem os �rg�os do patrim�nio confirmam a inten��o de usar recursos p�blicos para que a estrutura volte a ser como Oscar Niemeyer a projetou e n�o atrapalhe o t�tulo de patrim�nio da humanidade pretendido pelo Complexo da Pampulha. Enquanto para a Igreja de S�o Francisco de Assis e para o Museu de Arte da Pampulha foram liberados no ano passado R$ 6 milh�es do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) das Cidades Hist�ricas, n�o se tem sequer o custo que as adapta��es no clube demandariam.

Assim, n�o h� certeza de que as adequa��es necess�rias ser�o feitas. “Na parte que � tombada, busca-se recursos do PAC das Cidades Hist�ricas, mas seria necess�rio que o clube tivesse uma fun��o social, o que ainda n�o foi acordado com sua diretoria”, disse a diretora de Museus e Centros de Refer�ncia da Funda��o Municipal de Cultura, Luciana Seres. O superintendente do Iate, Alfredo Lomasso, informou que o compromisso j� foi firmado, mas que n�o h� ainda sequer projetos para as altera��es necess�rias. “O clube n�o ser�, de forma alguma, um obst�culo para que a Pampulha consiga o t�tulo de patrim�nio da humanidade. Esse � um compromisso nosso, mas que depende do Iepha e do Iphan tamb�m”, afirma, sem dar detalhes de que tipo de interven��es seriam feitas ou a partir de quando come�ariam.

De acordo com Luciana Seres, em junho do ano que vem ocorrer� uma vota��o, que � parte do processo de concess�o do t�tulo. J� nesse encontro � preciso que interven��es estejam em curso, dentro de um cronograma. Mas todas as reformas devem ser feitas at� o fim do ano que vem ou a Pampulha pode n�o alcan�ar o reconhecimento mundial. “Temos tamb�m interesse em usar parte do Iate como um memorial de Oscar Niemeyer, mas isso ainda depende de acerto com o clube”, afirma Seres.

A superintendente do Iphan, C�lia Maria Corsino, est� otimista e acha que os entendimentos entre o Iate e os �rg�os de patrim�nio devem sanar os problemas. “Essa quest�o de puxadinhos � muito comum e em Bras�lia (no conjunto arquitet�nico), por exemplo, � um grande problema tamb�m. O importante � que o clube, a prefeitura e todos os envolvidos demonstraram vontade de resolver tudo”, definiu. De acordo com o clube, a aceita��o da candidatura prova que n�o h� um entrave, mas no que diz respeito �s adapta��es necess�rias, afirma que os recursos ser�o p�blicos e que cabe ao Iphan busc�-los.

Entre o final dos anos 1970 e os anos 1980, v�rias obras foram feitas no Iate, todas criticadas pelo pr�prio arquiteto Oscar Niemeyer, por descaracterizar a edifica��o original concebida por ele. Em 2010, o pr�prio clube chamou especialistas para organizar um dossi� que exibisse quais as altera��es necess�rias. No documento, todas as interven��es necess�rias foram apontadas, mas nada foi feito de l� para c�.

Estrutura foi projetada para ser p�blica

 Constru�do em 1943 com o nome Yacht Golf Club, o atual Iate T�nis Clube foi encomendado por Juscelino Kubitschek para ser um clube p�blico, que permitiria a pr�tica de esportes n�uticos na capital. � uma das mais importantes obras de Oscar Niemeyer na cidade, parte do conjunto composto pela Igreja S�o Francisco de Assis, a Casa do Baile e o Cassino (hoje Museu de Arte da Pampulha), obras consideradas percussoras da modernidade arquitet�nica brasileira. Em forma de casa-barco que aparenta zarpar sobre as �guas da Pampulha, o espa�o inicialmente sediou atividades esportivas e de entretenimento. O andar t�rreo abrigava uma garagem de barcos e lanchas. Nos pr�dios os pisos eram revestidos de tacos de madeira, dividido em espa�os sociais e esportivos, contando com vesti�rios, sal�o de cabeleireiro, lavanderia, hangar, copa, cozinha, restaurante, playground para crian�as, piscina, quadras de t�nis, basquete e v�lei. Dois sal�es de festas exibiam trabalhos de Estergilda Menicucci e Portinari e, na parte externa, aberta ao p�blico, compunham o paisagismo os jardins de Roberto Burle Marx. Com o rompimento da barragem da Pampulha, em 1954, os esportes n�uticos acabaram aos poucos, sendo o espa�o do clube usado como garagem de barcos particulares. Na d�cada de 1960, a prefeitura decidiu vender o espa�o para arrecadar fundos para uma nova capta��o de �gua para a cidade. Com a polui��o se agravando, na d�cada de 1980 a pr�tica n�utica foi proibida. Parte dos s�cios tentou impedir a venda, mas em 1961 o neg�cio se concretizou sob a administra��o do prefeito Amintas de Barros, e os insatisfeitos se uniram para fundar o Pampulha Iate Clube (PIC). A nova administra��o ent�o mudou o nome da institui��o para Iate T�nis Clube e a partir da� se iniciou um lento e progressivo processo de altera��o da edifica��o.


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