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Estado de Minas

Taxistas de BH fazem nova ofensiva contra aplicativo Uber e dizem sofrer amea�as

Permission�rios e autoridades da capital mineira classificam o novo servi�o como ilegal


postado em 26/06/2015 06:00 / atualizado em 26/06/2015 07:44

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


Alta tens�o na disputa por passageiros em Belo Horizonte. Depois de oito meses funcionando na capital, o aplicativo Uber – de transporte particular em carros de luxo, com ar-condicionado sempre ligado e �gua mineral – � alvo de nova ofensiva de taxistas. Permission�rios que classificam o novo servi�o como ilegal relataram ontem em audi�ncia na C�mara Municipal o que consideram amea�as de concorrentes e cobraram de autoridades provid�ncias para tirar de circula��o carros que usam o aplicativo. Durante o encontro, o vereador L�cio Boc�o (PTN) apresentou projeto de lei para proibir o Uber na capital – ele estima que sejam 1,2 mil motoristas e mais de 10 mil passageiros cadastrados no aplicativo em BH.

Na audi�ncia, autoridades ligadas ao transporte e tr�nsito em BH e regi�o metropolitana confirmaram que consideram o transporte por meio do Uber ilegal. A atividade seria exercida sem licita��o e sem exig�ncias feitas aos taxistas. Eles reconheceram, por�m, n�o ter condi��es de fiscalizar e inibir o servi�o – haveria dificuldade de identificar se a corrida foi combinada por meio do aplicativo. A discuss�o sobre a legalidade do Uber ocorre em algumas das maiores cidades do mundo. Ontem, em Paris e em Marselha, na Fran�a, centenas de taxistas protestaram contra a “concorr�ncia selvagem” do servi�o .

Motoristas de t�xi em Belo Horizonte afirmam que a competi��o tamb�m tem sido desleal e estimam perdas de 30% no n�mero de corridas feitas na regi�o metropolitana. Eles reclamam, sobretudo, da desregulamenta��o do servi�o concorrente. Enquanto pelo aplicativo os condutores parceiros podem aderir � plataforma depois de passar por simples checagem de antecedentes criminais, apresenta��o de carteira de motorista e licen�a para exercer atividade remunerada, o caminho � mais longo para o taxista. Al�m de ter de pagar R$ 5 mil pelo processo de permiss�o, o licenciado precisa de aprova��o em processo licitat�rio e ainda cumprir uma s�rie de exig�ncias e vistorias. Nos dois casos, os motoristas s�o os respons�veis pelo pagamento das multas por infra��es de tr�nsito.

A empresa Uber n�o divulga a frota na capital, nem o n�mero de parceiros. Afirma apenas que mais de um milh�o de viagens s�o feitas por dia em 310 cidades de 58 pa�ses via aplicativo. No Brasil, o Uber est� presente em S�o Paulo, Bras�lia e Distrito Federal, al�m de BH. O pre�o-base � de R$ 4,50. A ele, somam-se R$ 0,30 por minuto e R$ 2,17 por quil�metro. O pre�o das viagens � calculado a partir de GPS, o que impediria adultera��o. Nas viagens feitas com uso da plataforma, o motorista parceiro fica com 80% do valor total e a empresa cobra 20% pela licen�a de uso do software.

PROJETO Na tentativa de frear o uso do aplicativo, o projeto do vereador L�cio Boc�o define normas para coibir o transporte, que ele chama de “carona paga”. Ele defende a imediata apreens�o do ve�culo pelo prazo m�nimo de 15 dias, multa de R$ 1,5 mil, pagamento de custos de remo��o e de estadia dos ve�culos e a condu��o do motorista para a delegacia. Na audi�ncia, o diretor-presidente do Sindicato dos Taxistas, Ricardo Faeda, acusou concorrentes de retalia��o. “Estamos at� sendo amea�ados pelos motoristas do Uber”, denunciou. O taxista Marcos Santana apresentou um v�deo em que seria amea�ado de morte. No m�s passado, taxistas protestaram contra o servi�o em carreata do Centro de BH � Cidade Administrativa.

Tanto o Batalh�o de Tr�nsito da PM como a BHTrans refor�aram a ilegalidade do Uber, mas admitiram problemas para fiscalizar o servi�o. “Infelizmente, foge da compet�ncia da PM a retirada desses aplicativos”, disse o tenente Nagib Magela, assessor de comunica��o do batalh�o. Por sua vez, o assessor da presid�ncia da BHTrans Jo�o Fl�vio Resende lembrou que a BHTrans apenas d� apoio t�cnico � PM e � Guarda Municipal.

Enquanto autoridades relatam dificuldades para lidar com o Uber, o servi�o cresce na capital e atrai at� condutores que trabalhavam com t�xi. Foi o que revelou um motorista que h� cerca de um m�s come�ou a trabalhar com o Uber em Belo Horizonte. “Eu era taxista auxiliar e n�o aguentava mais pagar di�rias de at� R$ 160. Ent�o, fui procurado por uma pessoa que decidiu investir no Uber, comprou dois carros de luxo que agora rodam 24 horas por dia, atendendo os clientes do aplicativo, e eu trabalho em um desses carros”, disse. Por meio de nota, a assessoria do Uber sustentou que o servi�o � legal, seguro e que est� � disposi��o do poder p�blico para explicar os benef�cios da plataforma.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


Protesto violento na Fran�a

Motoristas de t�xi foram �s ruas de Paris e Marselha ontem em protesto pelo fim do aplicativo Uber na Fran�a. Carros foram queimados em uma das principais entradas da capital francesa, pedras foram lan�adas contra a pol�cia e o tr�nsito foi bloqueado nos acessos aos aeroportos parisienses e esta��es de trem. Tamb�m houve discuss�es entre operadores da plataforma e taxistas (foto). A disputa na Fran�a ocorre enquanto o Uber enfrenta oposi��o regulat�ria em outros mercados no mundo. Tribunais na Espanha, Alemanha, It�lia e Holanda j� proibiram o aplicativo e a pol�cia da Indon�sia abriu investiga��o sobre a empresa. O ministro de Interior da Fran�a, Bernard Cazeneuve, orientou chefes de pol�cia a emitir proibi��es ao servi�o e pediu abertura de investiga��o a respeito do Uber. A empresa que administra o aplicativo afirmou, no entanto, que n�o deixar� de oferecer seu servi�o at� que alguma decis�o judicial a obrigue e informou que o servi�o � legal.


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