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Estado de Minas

Motoristas se arriscam para evitar cobran�a de ped�gio na BR-262

Motoristas preferiram trafegar por pistas menos seguras e arriscar manobras perigosas para evitar o pagamento de tarifa no primeiro dia da cobran�a em cinco pra�as da BR-262


postado em 28/06/2015 06:00 / atualizado em 28/06/2015 09:33

Veículos de carga fazem ultrapassagens proibidas em vias alternativas, tudo para escapar do desembolso de R$ 4 por eixo, cobrados na BR-262(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Ve�culos de carga fazem ultrapassagens proibidas em vias alternativas, tudo para escapar do desembolso de R$ 4 por eixo, cobrados na BR-262 (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)

O in�cio da cobran�a de ped�gio em cinco pra�as do trecho de 650 quil�metros da BR-262 (Betim-Campo Florido) ontem levou a uma perigosa amplia��o de tr�fego de ve�culos maiores que o permitido e cenas de imprud�ncia em vias menores, que se tornaram desvios do posto de pagamento de Florestal, na Regi�o Central. Mesmo sendo pistas simples, com poucos pontos de ultrapassagem, pontes apertadas, cruzamentos com estradas rurais e muitos pontos de �nibus metropolitanos e de viagem, as rodovias LMG-818 e BR-352, entre Florestal e Par� de Minas, se tornaram atalhos para viajantes e caminh�es pesados que n�o querem pagar a tarifa e, com isso, j� tumultuam as estradas de fluxo menor. Ao contr�rio do que ocorre em outras BRs pedagiadas que perpassam rodovias menores, essas vias n�o receberam pra�as de cobran�a para controle de sa�da e ingresso na BR-262, o que desestimularia a utiliza��o de vias alternativas n�o preparadas para tr�fego pesado.


O trecho a ser evitado tem 18 quil�metros e a volta por esse caminho tem mais que o dobro da quilometragem, com 37 quil�metros. Ainda assim, para fugir do pagamento de R$ 4 para carros e de at� R$ 36 para carretas com nove eixos, muitos motoristas preferem se aventurar numa pista menos segura. “Hoje, foi o dia inteiro assim: caminh�es e carros passando pela rodovia (LMG-818) para n�o ter de pagar. E vale a pena, porque muita gente quer ir a lugares pr�ximos, como Boa Vista, Par� de Minas e S�o Gotardo sem ter de pagar nada. Meus tr�s irm�os j� avisaram que v�o todos passar pelo atalho”, conta a gari Maria de F�tima Diniz, de 58 anos, que cuida das limpeza das ruas da estrada de Florestal.

Mesmo com duas placas que alertam para restri��es de tr�fego para caminh�es com cargas acima de 24 toneladas e qualquer tipo de carreta pela LMG-818, a reportagem flagrou ve�culos de carga trafegando lentamente, quase em comboio pela pista simples. Esse deslocamento a menos de 40km/h provocou fileiras de carros, com motoristas se afobando para fazer ultrapassagens, ainda que se arriscando em faixas cont�nuas, curvas fechadas e pontes sobre c�rregos da regi�o. Caminh�es mais leves aproveitavam as descidas mais acentuadas para fazer esse tipo de ultrapassagem. Nos trevos de pelo menos tr�s distritos que se encontram pelo caminho, a entrada e sa�da de autom�veis velhos usados nas estradas rurais obrigava carros e caminh�es a reduzir a velocidade.

Para o comerciante Joel Bazé, o desvio vai beneficiar o restaurante, com a elevação do movimento(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Para o comerciante Joel Baz�, o desvio vai beneficiar o restaurante, com a eleva��o do movimento (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
LUCRO A mais de 100km/h, uma carreta de seis eixos, com placa de Pitangui, ignorava a sinaliza��o e acelerava pela rodovia estadual sem temer acidentes, mesmo com a restri��o de peso e tamanho em diversos pontos, como nas pontes. A reportagem seguiu o ve�culo de carga e o motorista Junio Dauley, de 40, resolveu parar para se justificar. “Esse ped�gio foi feito e agora essa estrada (LMG-818) come�ou a ter placas proibindo a gente de passar. Isso � s� para ganhar dinheiro. Vou continuar a passar sempre e quero ver me multarem. Fizeram a mesma coisa em Araguari, obrigando a gente a contornar um ponto da noite para o dia”, reclama. O profissional de transporte prev� que muitos caminhoneiros dever�o insistir nesse caminho. “Aqui perto, em Par� de Minas e na regi�o, temos muitos granjeiros que sempre usaram essa pista. Por que � que agora v�o ter de parar e passar por uma rodovia pedagiada? Isso n�o � justo”, avalia. Nenhum policial militar rodovi�rio foi encontrado na LMG-818 para fazer valer a proibi��o do tr�fego de carretas e caminh�es. A corpora��o foi procurada, mas n�o indicou um respons�vel para falar sobre a situa��o.

Quem v� uma oportunidade de lucro nesse incremento de tr�fego s�o os comerciantes que t�m  neg�cios na beira do desvio. O dono de restaurante Joel Baz� resolveu at� fazer melhorias na estrutura do estabelecimento, aumentando a capacidade do refeit�rio, e planeja fazer cal�amento e acesso mais adequados. “Espero aumento de 40% do meu movimento s� com as pessoas que v�o deixar de passar pelo ped�gio. Antes, funcionava s� de quinta-feira a domingo. Agora, vou abrir direto para almo�o”, comemora.

Atalhos com tr�fego proibido: veja o v�deo


Seguran�a e conforto

Inciada � meia-noite de ontem, a cobran�a de ped�gio na BR-262, segmento entre Betim, na Grande BH, e Campo Florido, no Tri�ngulo, n�o teve grandes filas nem motoristas confusos no primeiro dia de opera��o das cinco pra�as de ped�gio do trecho de 650 quil�metros. Os primeiros motoristas a pagar pelo servi�o n�o reclamaram. “Tenho muito mais seguran�a e conforto pagando por uma rodovia duplicada e conservada do que numa que o estado n�o consegue gerenciar. E ainda acho barato pagar R$ 4, j� que o ped�gio da MG-050, por exemplo, vai passar de R$ 5 e a estrada nem � duplicada. Pior do que isso, � perigosa”, considera o advogado Andr� Alves Moreira, de 37, que trafega com frequ�ncia entre Bom Despacho e Belo Horizonte, alternando trajetos pelas duas vias.

Nas �ltimas tr�s semanas, os usu�rios da rodovia foram orientados sobre o in�cio do pagamento para passar pelas cancelas. A concess�o total desse lote � empresa Triunfo Concebra envolve ainda as BRs 153 e 060, at� Bras�lia, numa extens�o de 1,1 mil quil�metros, com 11 pra�as de ped�gio. A empresa venceu a licita��o dos trechos em mar�o de 2014 e foi autorizada a cobrar pela passagem de ve�culos depois da duplica��o de 10% da estrada, compreendidos pelos 65 quil�metros entre Uberaba e Campo Florido.

Aberta à meia-noite de ontem, a cobrança de pedágio não registrou grandes filas nem confusões(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Aberta � meia-noite de ontem, a cobran�a de ped�gio n�o registrou grandes filas nem confus�es (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)


MELHORIAS De acordo com a concession�ria, est�o previstas, ainda, a duplica��o de 647,8 quil�metros da BR-153 e da BR-262 em Minas Gerais; a constru��o do contorno de Goi�nia, com 42 quil�metros, e a implanta��o de terceira faixa na BR-153, entre An�polis e a capital de Goi�s. Nos primeiros cinco anos, al�m das obras de duplica��o, devem ser implantadas 84 interse��es, 38 passarelas, 11 melhorias de acesso e 36,5 quil�metros de vias marginais em travessias urbanas. S�o oferecidos tamb�m socorros m�dico e mec�nico desde 5 de setembro de 2014 e Servi�o de Atendimento ao Usu�rio (SAU) instalado a cada 50 quil�metros. Os postos de atendimento t�m sanit�rios, �rea de descanso, informa��es, �gua e est�o equipados com ambul�ncias, guinchos leves e pesados, caminh�es para recolhimento de animais e caminh�o de combate a inc�ndio. A reportagem procurou a Triunfo para saber se os acessos �s vias menores ser�o pedagiados, mas n�o obteve retorno.


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