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Estado de Minas

Escola desenvolve projeto para apresentar aos alunos a hist�ria do Clube da Esquina

Alunos do Col�gio Padre Eust�quio se emocionaram com visita de L� e M�rcio Borges


postado em 03/07/2015 06:00 / atualizado em 03/07/2015 07:53

Márcio e Lô Borges ficaram à vontade e se emocionaram com a recepção calorosa recebida dos estudantes do Colégio Padre Eustáquio (foto: BETO NOVAES/EM/D.A PRESS)
M�rcio e L� Borges ficaram � vontade e se emocionaram com a recep��o calorosa recebida dos estudantes do Col�gio Padre Eust�quio (foto: BETO NOVAES/EM/D.A PRESS)

N�o apenas os versos da can��o Linda juventude personificaram-se ontem nos mais de 150 estudantes, que se esparramaram no ch�o e custaram a conter a euforia no audit�rio do Col�gio Padre Eust�quio, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte. Um dos autores da letra do 14 Bis – o compositor M�rcio Borges, e o irm�o mais novo, L� Borges – aportaram tamb�m na esquina da Rua Ces�rio Alvim com Padre Eust�quio, no col�gio e no bairro de mesmo nome. Os dois artistas ficaram � vontade, sentados em cadeiras no palco, em frente a um mural de fotos deles, com capas de CDs, letras e poemas escritos � m�o em cartolinas coloridas. Amanh�, o material ser� parte de uma mostra cultural aberta � comunidade.

Desde mar�o, os integrantes do Clube da Esquina s�o aguardados pela diretoria e pelos pais de alunos, professores e estudantes da escola, que se dedicaram com afinco ao projeto Sonhos n�o envelhecem, elaborado em dupla pelas professoras de l�ngua portuguesa do 6º ano, Raquel Abreu e Fabiane Braga. A morte de Fernando Brant, parceiro dos dois, acabou atrasando ainda mais a ida dos m�sicos ao col�gio. “Ficamos recolhidos um tempo no s�tio, porque foi muito pesado para n�s”, explicou Cl�udia Brand�o, mulher de M�rcio Borges e idealizadora do Museu Clube da Esquina. Ela fez a ponte com a escola. “Quem disse que o Fernando morreu? Ele continua morando sempre no nosso cora��o”, emocionou-se M�rcio, na sala dos professores.

Como lembran�a de Fernando Brant, a m�sica escolhida pelos estudantes para ser cantada em coro na presen�a dos dois artistas foi Paisagem da janela, de autoria do compositor. Os jovens cantaram alto e claro, como se quisessem exibir que sabiam a letra de cor. E sabiam mesmo. No espa�o aberto a perguntas, os alunos aproveitaram para esclarecer se a janela lateral seria em Diamantina ou em Ouro Preto, d�vida que paira na biografia do compositor. M�rcio Borges, por�m, p�s mais lenha na fogueira: “Da �ltima vez em que o ouvi falar sobre isso, ele disse que n�o tinha sido nem uma nem outra cidade. Falou que tinha feito a m�sica na Cachoeirinha mesmo, em Belo Horizonte”.

O artista e os jovens fãs garantiram boas lembranças
O artista e os jovens f�s garantiram boas lembran�as


“Desde o in�cio do ano, estamos sonhando com este encontro. Ficamos imaginando como ir�amos conseguir envolver as crian�as com m�sicas elaboradas h� 40, 50 anos. A solu��o foi buscar a ajuda dos pais delas”, contaram as professoras, que usaram como base o livro O segredo do disco perdido, de Caio Tozzi e Pedro Ferrarini. O romance juvenil narra as f�rias do menino Daniel, que se depara com um mist�rio: o sumi�o do disco Clube da Esquina, autografado por L� Borges. “Os pais chegaram a levar os meninos para conhecer a c�lebre esquina de Santa Tereza”, completou a professora Raquel.

“A ditadura militar n�o era cor-de-rosa, mas sim cinza, tanto que passaria a ser chamada de anos de chumbo”, completou M�rcio Borges. Indagados sobre os “gases lacrimog�neos” de Clube da Esquina II, de autoria dos irm�os com Milton Nascimento, L� relatou aos meninos uma realidade de outra �poca, onde a juventude n�o podia se reunir nem se expressar e, quando se reunia, vinha cassetete e g�s lacrimog�neo em cima. Para rejuvenescer a palestra, contou aos jovens que havia tomado caf� no dia anterior com Samuel Rosa, do Skank, com quem deve gravar um DVD em setembro. H� 16 anos, os dois se apresentam juntos, mas ser� a primeira vez em que v�o assinar um trabalho autoral.

Ao fazer um balan�o sobre o evento, M�rcio Borges aproveitou a oportunidade para explicar o porqu� de os sonhos nunca envelhecerem: “Nossas m�sicas s�o como filhas, a quem dedicamos nossa vida a construir e a fazer sentido. Elas foram feitas h� 45 anos, mas seguem caminhando no mundo � nossa revelia, passando de pai para filho e de filho pra os netos, criando um caminho pr�prio. Quero agradecer a cada um de voc�s, um por um, que nos proporcionaram grande emo��o”.

Ao ser chamado para descer do palco e posar para a foto entre as crian�as, M�rcio Borges n�o pensou duas vezes. Largou o microfone e saltitou os degraus, aboletando-se no meio da garotada. “Poderia ficar aqui at� as 18h e nem iria perceber”, comentou ele, que era s� sorrisos e gentilezas. Cl�udia Brand�o observou o marido enlevada com a cena, como se j� n�o estivesse acostumada com o pre�o da fama. J� a professora Fabiane, ao assistir a tudo, come�ou a assoviar espontaneamente a letra de Bola de gude, bola de meia, que pode ter sido inspirada nos irm�os Borges.
No meio da multid�o, L� ainda arriscou uns acordes ao viol�o: “Todo artista tem de estar aonde o povo est�”. Os estudantes foram ao del�rio. N�o h� lugar para todos eles na roda. Apesar da diferen�a de gera��o, querem chegar perto dos artistas, pegar nos cabelos deles, fazer uma selfie. “N�o sei se vou ter outra oportunidade como essa na minha vida, sabe? De chegar t�o perto de algu�m famoso”, disse Maria Eduarda Rabelo, de 11 anos, que conseguiu autografar o livro.


“Sabe o que percebi? Que as m�sicas de hoje s�o muito pesadas e inadequadas para a minha idade. J� as m�sicas deles me tocaram muito. D� vontade de ouvir de novo e de ensinar para meus filhos, netos e bisnetos”, disse L�via Kely, de 11 anos, que transbordou Nos bailes da vida.


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