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Estado de Minas

Servidores da sa�de temem novas invas�es de criminosos a hospitais

Invas�es de bandidos em unidades de sa�de do estado para resgatar ou matar pacientes assustam servidores. Casos como o do Risoleta Neves s�o crescentes, denuncia sindicato


postado em 04/08/2015 06:00 / atualizado em 04/08/2015 07:34

Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova, onde um traficante foi morto no sábado com oito tiros(foto: Jorge Gontijo/EM/DA Press - 23/5/11)
Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova, onde um traficante foi morto no s�bado com oito tiros (foto: Jorge Gontijo/EM/DA Press - 23/5/11)

O supervisor de enfermagem Adriano Carneiro Barreiros, de 40 anos, j� esteve na mira de arma de fogo por duas vezes. E n�o foi na rua, v�tima assalto, mas dentro do Hospital Psiqui�trico Galba Veloso, em Belo Horizonte, seu local de trabalho. O medo dele aumentou ainda mais depois que quatro homens armados invadiram o Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova, na madrugada de s�bado, e mataram com oito tiros o traficante Jackson Douglas Santos Ferreira, de 29, que j� h� havia sido baleado em 27 de junho, sobreviveu e estava internado. De acordo com a diretora do Sindicato �nico dos Trabalhadores da Sa�de de Minas Gerais (Sind-Sa�de MG), Maria L�cia Barcelos, invas�es de unidades de sa�de, por grupos armados, para matar desafetos ou resgatar presos, t�m se tornado  mais frequentes no estado. 

O clima entre os profissionais da sa�de, segundo Maria L�cia, � de terror. “Temos relatos de t�cnicos de enfermagem que est�o em p�nico. Tem enfermeira que desenvolveu a s�ndrome do p�nico e est� afastada. Todos os setores da sa�de est�o gritando por seguran�a. Isso � no posto de sa�de, na periferia, na Regi�o Centro-Sul e em todas as unidades da rede p�blica de sa�de”, denuncia Maria L�cia. Segundo ela, os hospitais n�o t�m estrutura nem seguran�a para receber criminosos encaminhados pela Justi�a ou pela pol�cia. “Alguma interven��o deve ser feita para inibir esse tipo de situa��o. Precisamos nos reunir com a seguran�a p�blica para discutir uma forma mais adequada para termos mais seguran�a no exerc�cio da fun��o p�blica”, reclama. 

Somente este ano, al�m do Risoleta, mais dois casos de ataques ocorreram na Grande BH. Em 27 de junho, agentes penitenci�rios que escoltavam um preso no Hospital Municipal de Contagem foram rendidos por bandidos armados. O paciente F�bio de Souza Braga, de 28, que tem v�rias passagens pela pol�cia por tr�fico de drogas, homic�dio e porte de armas, havia sido preso pela PM em 16 de junho, acusado de assalto, foi resgatado pela quadrilha. Houve troca de tiros dentro do hospital e ningu�m se feriu. Em 27 de maio, um grupo armado rendeu funcion�rios e pacientes da emerg�ncia do Centro de Sa�de do Bairro Jardim Teres�polis, em Betim, e atiraram em um paciente que tinha acabado de dar entrada. Os criminosos dispararam cinco tiros no paciente, que sobreviveu. Funcion�rios e outros pacientes entraram em p�nico e tentaram se esconder. Revoltados, servidores do local fizeram greve por 24 horas pedindo seguran�a. 

Em fevereiro de 2014, um guarda municipal e uma t�cnica de enfermagem foram baleados dentro da UPA Primeiro de Maio, na Regi�o Norte de BH. Tr�s homens chegaram ao local dizendo que iriam visitar um paciente. O guarda tentou impedir a entrada deles usando uma arma de choque e levou tr�s tiros. Um dos disparos ainda feriu uma funcion�ria. 

A invas�o do Galba Veloso foi em junho do ano passado e Adriano n�o consegue esquecer. Seis homens armados resgataram um traficante que estava internado sob escolta de agentes penitenci�rios. Uma funcion�ria tentou proteger o paciente e foi empurrada. “At� hoje, nada mudou no hospital. A inseguran�a � a mesma. Quem quiser entrar armado, entra. N�o tem revista”, reclama Adriano. Ele conta que o traficante simulou uma crise psiqui�trica para ser levado para o hospital, onde era mais f�cil fugir. 

ESCOLTA A Funda��o Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) informou que o ingresso de presos em suas unidades de sa�de � feito pelas pol�cias Civil e Militar, respons�veis pelo transporte e acompanhamento do presidi�rio durante a sua perman�ncia nesses locais. “Fora dessa circunst�ncia, a seguran�a � realizada atrav�s de controle de acesso via recep��o. Em algumas unidades existe a vigil�ncia armada patrimonial, como � o caso do Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII (HPS).”

 A Secretaria Municipal de Sa�de de BH esclareceu que os seus 147 centros de sa�de contam com vigil�ncia di�ria da Guarda Municipal, assim como as oito unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que t�m tr�s guardas municipais por turno, para garantir seguran�a de funcion�rios e pacientes.

Ainda de acordo com a secretaria, unidades de sa�de da Rede SUS-BH contam com rondas peri�dicas da PM no entorno, que  s�o intensificadas em regi�es de maior vulnerabilidade.

A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que sempre que um detento precisa ficar internado, ou ser levado �s unidades de sa�de externas, � acompanhado por agentes penitenci�rios como escolta. Sobre o assassinato s�bado no Risoleta Neves, a Seds disse que o homem era ex-presidi�rio, que cumpriu pena por porte de armas e tr�fico de drogas e recebeu alvar� de soltura em 24 de julho, portanto, n�o precisava de escolta hospitalar. O delegado da Homic�dios Leste, Marcelo Manna, instaurou inqu�rito ontem para apurar o crime e tenta identificar os atiradores pelas imagens de seguran�a do hospital.


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